BEM-VINDO AO NOSSO BLOG!


Com muita alegria apresentamos o blog da Paróquia Evangélica Luterana Renascer em Cristo , com sede em Rio Branco, AC.


Além da sede, que fica no bairro Estação Experimental, no caminho do aeroporto, temos também um ponto de pregação aqui na capital no bairro Areal.


No interior atendemos Brasiléia, na divisa com a Bolívia, a 230 Km de Rio Branco, e Redenção e Ramal do Bigode, município de Acrelândia, a 110 Km da capital. Outro ponto de pregação fica na estrada que vai a Porto Acre, a 35 Km daqui.


Queremos compartilhar com vocês mensagens, fotos, informações e notícias de nosso trabalho, com o grande objetivo de levar Cristo para todos, especialmente em nosso estado e região, com é o lema de nossa IELB - Igreja Evangélica Luterana do Brasil.


Um grande abraço, no amor de Cristo!



Pastor Leandro.






Estudos Bíblicos


ESTUDO BÍBLICO: VENCENDO O DIABO COM

A PALAVRA DE DEUS – Lc 4.1-13 e Mt 4.1-11




     A tentação frequentemente é muito lógica e parece ser boa. Parece ser no momento a coisa mais natural a ser feita. Quando o diabo tentou Adão e Eva, parecia ser muito bom comer da fruta que Deus havia proibido, parecia a coisa certa a se fazer.


     Aparentemente o diabo quer o melhor para nós – saúde, dinheiro, sucesso, o vício que parece tão bom, a traição ao cônjuge que é tão atrativa, etc. Na verdade, ele quer que abandonemos o Deus verdadeiro.


     A tentação apela aos nossos instintos básicos e muitas vezes não se trata de simplesmente escolher entre o bem e o mal, mas entre o que é fácil e o que é difícil, entre o que mais e o que é menos importante. E o diabo oferece nos oferece as respostas e opções que parecem simples e fáceis, agradáveis aos nossos desejos.


     Como então vamos fazer as escolhas certas? Precisamos saber o que Deus quer que a gente faça. Para isso ele nos dá a sua Palavra. Muitas vezes caímos no erro por não conhecer bem nossas Bíblias, ou não usá-las como deveríamos.



     Aqui entra o relato da tentação de Jesus pelo diabo em Lc 4 e Mt 4. Vamos analisar alguns pontos, baseando-nos principalmente no texto de Lc 4.1-13.


1. O inimigo que atacou Jesus no deserto é o que nos ataca hoje, o diabo. Veja 1Pe 5.8.

2. A mesma arma usada por Jesus para vencer o diabo está à nossa disposição hoje, a Palavra de Deus. Veja Ef 6.17.

3. O diabo tentou Jesus com a necessidade – fome (Lc 4.2-3), com a riqueza (v. 5-6) e com o poder (v. 9-10), e usou até a Bíblia para isso.

4. Hoje, o diabo também nos tenta em nossas necessidades, com coisas relacionadas às riquezas e com o poder. Veja, por exemplo, 1Tm 6.5b-10, At 8.18-24.

5. Jesus venceu o diabo não com seu poder divino, mas com a Palavra de Deus (v. 4,8,12), a mesma que temos em nossas mãos hoje.

6. Devemos então usar a mesma arma. Vejamos alguns exemplos de tentações e textos bíblicos para combatê-las:

a. DESONESTIDADE: Lc 4.4, 9.25; 1Tm 6.10; Êx 20.15,17.

b. VÍCIOS, ABUSO DO CORPO: 1Co 6.19-20; 2Co 5.1; Tg 3.6-11; 1Pe 2.11-12.

c. IMORALIDADE: 1Co 6.15,18; 2Tm 2.22; Êx 20.14.

d. INDIFERENÇA ÀS COISAS DE DEUS: Êx 20.2-3,7-8; Jo 8.47; Hb 10.25; Ap 2.10c, 3.16.

7. O diabo vai fazer de tudo para nos afastar da Bíblia e das coisas de Deus. É preciso sempre estar avaliando como está nosso conhecimento e uso da Palavra, nossa participação nos cultos, estudos bíblicos, grupos de jovens, servas e outras atividades onde a Palavra de Deus nos é oferecida.

8. Também é importante darmos valor ao material que nos ajuda a estudar a Bíblia, como Catecismos, devocionários, livros diversos de nossa Editora Concórdia, da Hora Luterana e SBB, por exemplo, além de boa música cristã.

9. Para vencer o diabo, precisamos da força daquele que o venceu na cruz, nosso salvador Jesus Cristo. Veja Ef 6.10; Fp 2.13, 4.13; 2Co 3.5.


     Com sua Palavra, Jesus venceu a tentação e, com sua paixão e morte, derrotou o tentador por nós. Por isso, vamos vencer o diabo com a Palavra de Deus e a força de Cristo em nós, sabendo que, se assim mesmo cairmos, Deus está sempre pronto a nos perdoar, ajudar e guiar, porque seu amor por nós, em Jesus, é grandioso e infinito.



Pastor Leandro D. Hübner, fevereiro de 2012 (ledahu@gmail.com)




ESTUDO DE MORDOMIA CRISTÃ




· Mordomia cristã é a atividade livre e alegre do filho de Deus e da família de Deus, a Igreja, em administrar toda a vida e todos os recursos da vida para os propósitos de Deus.


· Mordomia, segundo a Bíblia, é uma questão de identidade: somos mordomos de Deus – pertencemos a Deus pelo Batismo.


· Mordomia é a nossa resposta à graça abundante de Deus em todas as áreas da nossa vida (Ef 2.8-10). Começa com o render-se ao Senhor (Rm 12).


· Mordomia tem a ver com a vida toda, com as escolhas que fazemos todos os dias, em tudo que fazemos. É viver um estilo de vida que honra a Deus.


· Deus coloca em nossas mãos recursos, dons, tempo e bens com o duplo propósito de promover: a) o sustento e bem-estar para nossa família e semelhantes; b) salvação das pessoas e a edificação do reino de Cristo.


· Nosso propósito é deixar nossa vida ser uma oferta, uma contribuição aos outros em nome de Cristo. Mordomos sabem que são abençoados para ser uma bênção (Gn 12.1-3). Nossa missão resume-se em “conectar pessoas a Jesus”.


· O poder e o amor do Salvador fluem de suas mãos feridas para as nossas, e somos capacitados a faze o que é agradável aos olhos de Deus. É preciso crer no que Paulo diz em 2Co 9.6, 8-11 e então agir conforme isto.


· Nós somos como um perfume de Deus (2Co 2.14-16) quando adequadamente (com a atitude correta) adoramos a Deus com nossas ofertas. Deus não precisa de nossas ofertas, mas Ele deseja nossas ofertas (Sl 50.9-14, 22-23)!


· Segundo a visão bíblica, na mordomia a questão não é a nossa riqueza, mas antes o que fazemos com o que recebemos de Deus (Mt 25.14-29).


Enfim, mordomia não é apenas separar uma parte de nosso tempo, dons, dinheiro ou bens para Deus, mas é viver a vida toda dentro dos propósitos de Deus, apresentando nossa vida toda como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a ele (Rm 12.1) e respondendo ao seu amor sempre, pois quando vocês comem ou bebem, ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus, diz Paulo (1Co 10.31).
 







· A Bíblia ensina que a graça de Deus nos assegura que não ficaremos com menos ao ofertarmos, mas seremos muito abençoados (2Co 9.8-11). Por isso, podemos ofertar sem nos preocuparmos, como lemos em Mt 6.25-33.
 
· Podem os filhos de Deus, que receberam tudo, que receberam o melhor, ser capazes de comparecer diante de Deus de mãos vazias (Dt 16.16-17)?
 
· A oferta é sacrifício (= algo separado, algo especial - 2Sm 24.24, Mc 12.44 e 2Co 8.3). A nossa oferta em dinheiro ou bens será conseqüência natural de nos entregarmos a Cristo (Rm 12.1), de viver para Ele e Ele viver em nós (Gl 2.20).


· Quem oferta: todos os cristãos (pobres e ricos); Por que se oferta: por causa da graça e amor de Deus (motivação – 2Co 5.14), pelas promessas (estímulos – Ml 3.10-12, Pv 3.9-10, 2Co 9.7); Para que se oferta: honra a Deus (Ml 1.6, Sl 50.14,23), culto (Ml 3.10), sustento do ministério (Nm 18.24, Dt 18.1-5, Lc 10.7, 1Tm 5.17), pobres (Dt 14.15, At 6.1, Tg 2.15-16, Gl 6.10); O que se oferta: a vida (2Co 8.5, Rm 12.1, Mt 22.37), dinheiro e bens (1Cr 29.14, Dt 16.16, 8.17-18), mão de obra (At 9.36-39), animais (Sl 50.10-12), produtos locais, mutirão; Como se oferta: boa vontade (2Co 8.12), alegria (2Co 9.7), honestidade (Ml 3.8, At 5.3), amor (1Jo 4.19), prioridade (Mt 6.33); Quanto se oferta: conforme a bênção que recebemos (Dt 16.17, Ed 2.69, 1Co 16.2) e conforme a força que a graça de Deus produz em nossa fé (2Co 8.3), decidimos qual a proporção que vamos ofertar de tudo que recebemos de Deus. O dízimo (10%) é uma referência bíblica forte, mas não é mandamento. A questão é ser voluntário e generoso, como Deus foi e é conosco; Quando se oferta: quando recebemos nossa renda (semanal, mensal, colheita, pensão, etc.), sendo regular e também aproveitando oportunidades e necessidades especiais (Natal, Festa da Colheita, construção, missões, necessitados, etc.); Onde se oferta: na congregação onde somos membros, especialmente no culto e levando as ofertas ao altar de Deus, mas também a orfanatos, asilos, Hora Luterana, etc.
 
Você, com oração e fé, decide diante de Deus a porcentagem
que vai ofertar. Veja alguns exemplos:

 
Quem ganha
Oferta 3%
Oferta 5%
Oferta 8%
Oferta 10%
620,00 – 1 salário
18,60
31,00
49,60
62,00
1.240,00 – 2 salários
37,20
62,00
99,20
124,00
2.480,00 – 4 salários
74,40
124,00
198,40
248,00
3.100,00 – 5 salários
93,00
155,00
248,00
310,00
4.960,00 – 8 salários
148,80
248,00
396,80
496,00
6.200,00 – 10 salários
186,00
310,00
496,00
620,00






Pastor Leandro D. Hübner, novembro de 2011 (ledahu@gmail.com)














ESTUDO BÍBLICO – A ORAÇÃO
  
 
1.    O QUE É ORAÇÃO? POR QUE ORAMOS? PARA QUE ORAMOS? DEUS RESPONDE?

 
A oração é uma conversa sincera com Deus em que, através da fé em Cristo, Deus ouve seus filhos amados que lhe derramam seus agradecimentos e pedidos. É um momento de comunhão com Deus. “A oração é a pulsação da fé”. Diz um autor que “Jesus é que nos move a orar. Nossas orações são sempre um resultado do bater de Jesus na porta de nosso coração. Orar é dar a Jesus permissão para usar seus poderes no alívio de nossas aflições”.

Oramos: porque Deus ordenou (Mt 7.7, 1Ts 5.17); porque Deus promete atender (Sl 50.15, 145.18-19); por causa das necessidades nossas e do próximo (Is 26.16, Lc 17.13, 18.13, 1Tm 2.1).

            Oramos: para agradecer (Sl 136.1, 138.1); para pedir (Mt 7.7-8), tanto bens espirituais, como perdão, fé, consolo, direção, etc. (incondicionalmente), como bens materiais, como trabalho, saúde, bom governo, etc. (condicionalmente – “seja feita a tua vontade”).

Oramos: por todas as pessoas (Mt 5.44, 1Tm 2.1); nunca aos mortos nem pelos mortos (Hb 9.27); somente ao Deus Triúno e em nome de Jesus (Mt 4.10, Jo 14.6, 16.23, 1Tm 2.5).

Oramos: conscientemente e com sinceridade (Mt 6.7, Sl 145.18); com coração puro (1Tm 2.8, Mc 11.24-26); de acordo com a vontade de Deus (Lc 22.42, 1Jo 5.14); sem duvidar (Tg 1.6-7), mas sabendo que Deus responde como um pai ou mãe responde aos seus filhos: às vezes Ele diz “sim”, outras vezes “não”, às vezes diz “espere um pouco” e outras vezes pode nos dar algo diferente do que pedimos, conforme sua santa vontade e infinita sabedoria.

Oramos: em todos os lugares, mas especialmente em nosso quarto e na igreja (1Tm 2.8, Mt 6.6; At 2.42), reservando cada dia um tempo só para oração (melhor ainda junto com leitura da Bíblia); especialmente nas horas difíceis (Sl 50.15) e para tomar decisões importantes, mas também pelas pequenas coisas do dia a dia, ao levantar-nos e nos deitarmos, antes e depois das refeições, etc. (veja no Hinário Luterano, pp. 114-125).


 
 
2. OBSERVAÇÕES E DICAS SOBRE ORAÇÃO.

Para Lutero a oração é uma prática que precisa partir das necessidades do crente e é seu ofício. Assim, ele diz: “como um sapateiro faz sapatos e um alfaiate faz suas roupas, assim um cristão ora. O ofício (trabalho) de um cristão é orar.”

“Orar não é apenas balbuciar ou berrar, nem mesmo recitar palavras bonitas ou significativas”, diz Lutero. Para ele, recitar palavras (decoradas) é uma boa prática para as crianças e para os analfabetos, mas a verdadeira oração nasce da necessidade sentida no “fundo da alma”. A oração não é algo mecânico ou mágico, mas, diz o reformador, “onde há oração de verdade, deve haver absoluta seriedade. Precisamos sentir a nossa necessidade, a angústia nos dirige, impulsiona e impele-nos a orar. Depois virão orações espontâneas...”

Enfim, para Lutero a oração inicia, é centrada e finaliza com a Palavra de Deus. Nos Catecismos, a oração é primeiro e acima de tudo palavra de Deus a nós. Vem em forma de mandamento e promessa, contendo as próprias palavras para orarmos.

É importante lembrar que há muitas, variadas e belas orações na própria Bíblia, especialmente nos Salmos e, é claro, na oração modelo que Jesus nos deixou em Mt 6 e Lc 11 (Pai Nosso), além de outras orações dele e dos apóstolos.

Sem prática nenhum cristão pode ser tornar um verdadeiro homem ou mulher de oração – e a prática não pode ser conseguida sem perseverança. É necessário pedir a Deus que nos ensine a orar e também que nos ensine a reservar tempo para isso, individualmente e com a família. Lutero, homem muito atarefado, às vezes se levantava mais cedo para orar, quando tinha um dia de agenda muito cheia.

Também é dever e privilégio dos pais cristãos ensinar seus filhos a orar, desde pequenos, de preferência lendo para eles histórias bíblicas. Temos bom material para auxiliar-nos, como o livro “Desde a Infância”. E para jovens e adultos temos “Um marido ora”, “Uma esposa ora”, “Pequeno tesouro de orações”, além do próprio Catecismo, C. Forte e do Hinário Luterano, onde temos também muitas orações e hinos que são orações.

Algo que é muito útil e nos ajuda a ter disciplina na oração é fazermos uma lista de oração, colocando familiares, enfermos, irmãos na fé, pessoas não convertidas, pessoas que sofrem, etc., e deixá-la ao lado de nossa cama ou do lugar onde costumamos orar.

Que Deus nos faça cada vez mais usarmos a bênção que é a oração, junto com outras “armas” para a luta da fé, como lemos em Ef 6.18, para sua glória, para o crescimento do seu Reino e o bem do próximo.
 
Obs.: No “Curso Bíblico de Doutrinas Cristãs”, que você pode solicitar-nos por e-mail, há uma lição sobre oração, onde também se explica, resumidamente, a oração do Pai Nosso.
   
    
ALGUMAS DICAS PARA ORAR

- Podemos orar em qualquer hora e em qualquer lugar, com palavras ou só em pensamento. Mas, é bom reservar um momento só para isso – ao acordar, antes de dormir ou num horário que for mais adequado para estar sozinho e concentrar-se na oração, sem distrações como TV, som, etc.
- Antes de orar é interessante fazer uma leitura bíblica ou usar a Bíblia e um devocionário, como o Castelo Forte, por exemplo.
- Um hábito bonito é orar antes e depois das refeições. Há orações simples que você pode aprender para esses momentos (pergunte ao pastor).
- Também é bom ter uma lista de oração, com nomes e temas de oração (família, igreja, missões, doentes, etc.).
- Uma seqüência simples de oração pode ser esta: (1) Invocação (“Pai”, “Querido Deus”), (2) Confissão de pecados e pedido de perdão, (3) Louvor e agradecimentos, (4) Pedidos por outros (intercessão) (5) Pedidos espirituais, (6) Pedidos materiais, (7) Conclusão (“Em nome de Jesus, Amém”).
    
Pastor Leandro D. Hübner, fevereiro de 2011 (ledahu@gmail.com)




BATISMO – A CHAVE PARA A VIDA

1. O QUE É O BATISMO?
            Será que o batismo é uma obra humana ou de Deus? A Bíblia deixa claro que o batismo é uma obra divina, na qual Deus oferece e concede o perdão dos pecados obtido por Cristo, pois somos batizados “para remissão dos pecados” (At 2.38). No batismo os pecados são lavados (At 22.16), nós somos revestidos de Cristo e dos seus méritos (Gl 3.27), somos santificados e purificados (Ef 5.26). Lavando a impureza do pecado, o batismo nos dá uma boa consciência diante de Deus (1Pe 3.21) e, por tudo isso, realmente nos oferece e dá a graça de Deus.
            O batismo é também o modo pelo qual somos regenerados, quando nascemos de novo da água e do Espírito (Jo 3.5) e somos salvos pelo lavar renovador do Espírito Santo (Tt 3.5).
O nascimento é sempre um dom de Deus, e não algo que fazemos por nós mesmos. Os cristãos que seguem a prática da igreja primitiva, como os luteranos, declaram que o batismo é mais do que  um ato humano lembrando alguma ação de Deus no passado, e mais do que um ato humano de obediência a um comando divino. O batismo é renascimento (Jo 3.3-5) iniciado e realizado por Deus. O batismo salva (1Pe 3.21) porque o Espírito Santo atua pela Palavra em suas águas para trazer o batizando para uma nova vida de salvação através da conexão com Jesus Cristo (Rm 6.4; Tt 3.5).
Há igrejas que negam que o batismo concede perdão dos pecados e opere o renascimento, considerando-o como mero sinal ou símbolo das bênçãos obtidas e recebidas de outras maneiras, por uma suposta ação direta do Espírito Santo. Isso priva as pessoas da certeza do perdão e do fortalecimento da fé e da vida espiritual, que Deus quer conceder através do batismo.

2. QUAL A MANEIRA CORRETA DE BATIZAR?
            A aplicação de água é essencial ao batismo (At 10.47, Ef 5.26), mas o modo de aplicação – imersão, derramamento, aspersão – é algo indiferente, pois a palavra original grega para batizar (baptizein) significa qualquer espécie de purificação através da água. Em Mc 7.4 e Lc 11.38, por exemplo, o verbo batizar é traduzido por lavar, tanto objetos como o lavar-se antes de comer. Em Lc 16.24 baptizein significa molhar.
            Em Mt 3.11 João Batista diz ao povo que Cristo os batizaria com o Espírito Santo e com fogo. Quando isso se cumpriu no Pentecostes (At 2), vemos que o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos e não que eles foram submersos no Espírito. Esse derramamento é chamado de batismo e, por isso, podemos batizar derramando água.
            O batismo vale se é feito com água, não importa quanta água e de que forma. Muitos textos bíblicos sobre batizados não dizem que as pessoas foram submersas na água, e não há nenhuma ordem bíblica dizendo que apenas uma maneira de batizar é correta. O poder do batismo não está na forma em que é aplicada a água, pois se fosse assim o poder estaria em mãos humanas!

3. QUAIS SÃO AS PALAVRAS DIVINAS NO BATISMO?
            “Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Essas são as palavras instituídas pelo próprio Salvador Jesus, e não temos autoridade para trocá-las por outras. Seu uso é essencial e sem elas não existe batismo. O batismo, como diz Paulo, é um lavar na Palavra.
            Batizar em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo não significa batizar por ordem de Deus, pois a ordem já está nas palavras de Cristo: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os”. Essas palavras têm um significado mais profundo: somos batizados “para dentro” (eis, em grego) do nome do Deus Triúno. Assim, entramos em íntimo e abençoado relacionamento com o Deus verdadeiro, participando das suas bênçãos e de sua graça. Somos batizados por ordem de Cristo para entrar em comunhão e aliança com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

4. QUEM DEVE SER BATIZADO?
            Todos aqueles que carecem da glória de Deus por já terem nascido pecadores e mortos espiritualmente (Rm 3.23, Ef 2.1) e todos os que morrem em conseqüência do pecado (Rm 6.23). Isto inclui, certamente, todas as pessoas, ou “todas as nações”, como diz Jesus em Mt 28.19.
            “Todas as nações” certamente incluem crianças, pois quando se fala em nação ou povo aí se incluem todos – crianças, jovens, adultos e velhos (veja em Js 8.35, p.ex.). Cristo promete o reino de Deus às crianças (Lc 18.15-17), e no Antigo Testamento as crianças eram recebidas na aliança de Deus pela circuncisão (Gn 17.9-14). No Novo Testamento o batismo é comparado à circuncisão (Cl 2.11-13) e Jesus mesmo foi circuncidado e não condenou o judaísmo por circuncidar crianças aos 8 dias de idade, ou por batizar filhos pequenos daqueles que se converteram ao judaísmo.
            É verdade que não há ordem direta na Bíblia para batizar crianças, mas não há também ordem dizendo “ide, batizai adultos”. Assim como não há versículos específicos ensinando sobre o Deus  Triúno (Pai, Filho e Espírito Santo), mas cremos nesta doutrina porque a aprendemos de várias passagens bíblicas por conclusões lógicas e legítimas, também sobre o batismo infantil há suficiente provas bíblicas de que Deus quer que todos os pecadores sejam salvos através do batismo, sejam crianças ou adultos.
            O Espírito Santo deseja criar a fé em todos. Ele é poderoso e pode vir até mesmo a uma criança no ventre da mãe (Jr 1.5; Lc 1.15), e pode conceder fé a bebês e crianças (Sl 22.9-10; Mt 21.15-16). Além disso, ao contrário do que dizem pessoas de conhecimento bíblico pequeno e raso, as crianças não são inocentes (nascem em pecado – Sl 51.5, 58.3; Jó 14.1-4, 25.4; Ec 7.20; têm pecado, por isso morrem – Rm 6.23) e podem crer, como Jesus diz em Mt 18.6. Em Mt 21.15-16 vemos crianças pequenas e de peito louvando a Jesus – será que elas louvavam a Deus sem crer nele e sem ter seu Espírito? Seria isso possível? (Claro que não! - 1Co 12.3).
Em At 2.38-39 vemos que a promessa de perdão através do batismo é para nós e para nossos filhos. Há vários textos onde famílias inteiras foram batizadas (At 10.47-48, 16.15, 16.33, 18.8). Será que nessas famílias não havia crianças? Vejam que não se fala em lugar algum do costume de só “apresentar” as crianças a Deus. A Bíblia sempre fala em batizar, nunca apresentar.
            Existem algumas pessoas hoje em dia que afirmam que um adulto pode ter fé, mas uma criança não. Isso contraria as Escrituras, que ensinam que, se a fé é algo que uma pessoa faz, ou “realiza”, então a fé não e um dom, mas um resultado de obras. “E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Rm 11.6).
            Enfim, crianças e adultos sem Cristo estão na mesma situação diante de Deus – sem fé e sem salvação. Um adulto não pode receber a fé por sua própria força ou decisão (Ef 2.8-9), do mesmo modo que uma criança. Ambos precisam receber a fé como um dom, um presente de Deus (Jo 6.44,65). E esse presente ele dá ou pelo ouvir do Evangelho (Rm 10.17) ou pelo batismo, que salva (1Pe 3.20-21).
            Há pessoas que dizem que “as criancinhas apesar de serem inocentes e inconscientes, elas por si mesmas, não aceitam esse batismo. Fazem de tudo, gritam, choram, esperneiam, mas como são indefesas têm que aceitar”, e “no batismo são batizados na marra” (folheto O batismo e suas dimensões). Vamos analisar isso:

·   Em primeiro lugar, como já provado acima com versículos bíblicos, as crianças não são inocentes. Elas já nascem inclinadas ao mal e ao pecado, pois são carne nascida de carne, como Jesus diz em Jo 3.6.
·   Em segundo lugar, não são todas as crianças que “gritam, choram, esperneiam” ao ser batizadas. E as que fazem isso o fazem porque são crianças e podem estranhar o colo de alguém, ou mesmo a água sendo derramada em sua cabeça. Nada a ver com aceitar ou não o batismo. (Aliás, gritos e choros são comuns em muitas igrejas...)
·   Em terceiro lugar, eu pergunto: quando levamos nossos filhos para serem vacinados contra doenças, ainda bebezinhos, será que eles vão porque querem ou vão “na marra” também? E mais: será que a vacina só faz efeito se a criança aceitar ser vacinada e entender o que está acontecendo? É claro que não! Só um tolo pensaria isso! Assim, se uma vacina, feita por humanos, tem o poder de criar anticorpos na criança e protegê-la de doenças, será que a vacina de Deus contra o pecado e a condenação – o batismo - não vai funcionar porque a criança não entende o que está acontecendo no batismo ou porque ela não decidiu sozinha que queria ser batizada? Você por acaso pergunta ao seu filho se ele quer tomar vacina?
·  Assim como a vacina não depende de quem a aplica nem de quem a recebe para funcionar, mas sim do poder que há nela mesma, assim também o batismo não depende de quem batiza nem de quem é batizado para dar perdão, vida e salvação – ela depende só de Deus, pois é uma obra divina realizada pelo Espírito Santo.

Por fim, um dado histórico sobre o batismo de crianças: quando estudamos a história da Igreja, desde os apóstolos até hoje, vemos que até o ano de 1520 não havia ninguém que ensinasse contra o batismo de crianças. Ou seja, a prática dos apóstolos, dos seguidores dos apóstolos e de todos os cristãos durante 1500 anos foi a de batizar todas as pessoas, todas as nações, como Jesus ensinou. Mesmo sem provas bíblicas, infelizmente muitos grupos religiosos aceitaram essa “nova doutrina” criada pelos anabatistas (quer dizer “re-batizadores”), limitando a graça e a misericórdia de Deus apenas a adolescentes e adultos.
Fica para esses a advertência de Jesus em Mt 18.6: Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos [no original grego = crianças pequenas que estão aprendendo a andar] que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar.

CONCLUSÃO.
            O batismo não é um mero ritual de lembrança. É um veículo ativo de regaste divino; assim, o batismo é um fato objetivo que constitui o fundamento da alegria e do consolo cristãos. O batismo traz o Espírito Santo, que conecta o recém-batizado à nova vida (Jo 3.5; Tt 3.5-7) residente em Jesus Cristo (At 2.38; 22.16). Esse novo nascimento é dado a todos os pecadores, independentemente de idade (Rm 6.4; 1Co 12.13; Gl 3.25-28; Cl 2.13,14). O batismo agora vos salva (1Pe 3.21). Viva nessa fé recebida no batismo e você será salvo!

Compilado e redigido por Rev. Leandro D. Hübner – Pastor da IELB, 2004




ESTUDO BÍBLICO:  CORPO, MENTE E O ESPÍRITO
SANTO – VIVENDO COMO NOVAS CRIATURAS
 
     Todos nós, por causa do pecado, não temos mais a perfeita imagem de Deus. Mas, quando renascemos pela fé em Cristo para uma vida nova, recuperamos parcialmente esta imagem. Paulo diz: Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa (2Co 5.17); e Jesus afirma: Eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa (Jo 10.10).
     Agora, como filhos de Deus, o Espírito Santo vive em nós e quer nos guiar em nesta nova vida (1Co 6.19-20; Gl 5.25). Guiados pelo Espírito, queremos usar nosso corpo e mente como novas criaturas para agradar a nosso Deus.

1. Cuidando de nosso corpo.
Cada vez mais a ciência nos mostra as maravilhas do corpo humano. Por exemplo, sabemos que o coração bate cerca de 4.320 vezes por hora, bombeando nesse tempo 57 litros de sangue por cerca de 160 mil Km de veias pelo corpo todo. Assim poderíamos falar também do fígado, pulmões, etc., além do próprio cérebro, que controla tudo de maneira perfeita.
Acima de tudo, porém, a grande maravilha dada a Deus somente ao ser humano é a sua alma, que lhe diferencia de todas as outras criaturas e lhe dá valor eterno, maior do que todas as riquezas do mundo (Mc 8.36-37; Mt 6.26).
Deus nos criou assim para que vivamos para uma vida de louvor e amor a Ele, usando nosso corpo e alma de maneira que lhe agrade, como lemos em 1Co 10.31: Portanto, quando vocês comem, ou bebem, ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus. E em Rm 12.1: Por causa da grande misericórdia de Deus, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a ele.
Cuidar de nosso corpo para agradar a Deus significa, antes de tudo, lutarmos para guardá-lo puro, não manchado pelo pecado. Como cristãos e mordomos de nosso corpo, para a glória de Deus lutamos contra o pecado e a corrupção de nosso corpo: Evitando as tentações, cuidando da saúde, evitando vícios, reservando tempo para descanso, esportes e lazer, controlando nossas capacidades (palavras, uso da força, sexo, etc.), lembrando que Deus vai nos pedir contas (Rm 14.12).
Dois pontos merecem destaque, pois são cada vez mais incentivados no mundo de hoje: consumo de bebidas alcoólicas e impureza sexual. Cada cristão, especialmente quem é pai e mãe, deve cuidar muito do exemplo que dá na questão da bebida (e vícios em geral) e da sexualidade:

à Até que ponto é saudável e necessário beber aquela cerveja com os amigos, ou passar do limite em qualquer ocasião (as vezes até na igreja!) onde há bebida alcoólica? Sem contar o custo financeiro e emocional, pois muitos conflitos de casais e famílias começam por causa de bebida e vícios (Lc 21.34, Rm 13.13, Ef 5.18).

à Até que ponto devemos considerar “normal” a programação de TV e as músicas que apelam para o sexo e contaminam nossas mentes e de nossos filhos? Além disso, quantos cristãos são influenciados pela libertinagem sexual, começando achar “normal” e sem problemas o adultério, a pornografia, a vida sexual antes do casamento e sem compromisso sério, usando seus corpos para a impureza (1Co 5.15-18, Ef 5.3)?

Como dito antes, cuidar de nosso corpo também envolve cuidar da saúde física e mental (esportes, lazer, trabalho, descanso), e o uso das palavras: Não usem palavras indecentes, nem digam coisas tolas ou sujas, pois isso não convém a vocês. Pelo contrário, digam palavras de gratidão a Deus (Ef 5.4).

2. Cuidando de nossa mente.
A mente humana coloca o homem acima de todas as outras criaturas. Esta maravilha dada a nós por Deus ainda é um mistério em muitos aspectos, apesar dos avanços da ciência médica e psicológica. Como demonstra a história, ela pode ser amplamente usada para o bem (criação de remédios, tecnologias que facilitam a vida, música, produção de alimentos, etc.), mas possui também habilidades terríveis para o mal, como guerras, violência, vícios, exploração do próximo, etc.
Mesmo como cristãos, nossa mente não é perfeita, mas Deus espera que a usemos para o bem do próximo e para sua glória, deixando que Ele nos transforme: Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixe que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês, diz Paulo. E continua: Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele (Rm 12.2).
Para isso, nossa mente deve estar ocupada com coisas que vêm de Deus e que o agradam, pois Jesus diz que a boca fala do que o coração está cheio (Lc 6.45) e, como diz Lutero, “uma mente desocupada é oficina de Satanás”.
Devemos cuidar e filtrar bem o que lemos, vemos e ouvimos, pois o diabo quer nos envenenar com pensamentos impuros, com o egoísmo e orgulho e com dúvidas sobre a Palavra de Deus e a fé em Cristo. Por isso, devemos seguir o conselho de Paulo em Ef 4.8: Encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente.
A melhor maneira de fazermos isso é com a leitura, estudo dedicado e meditação na Palavra de Deus. É para isso, especialmente, que temos o 3º Mandamento, temos a Igreja e tudo o que Deus oferece através dela para conhecermos sua vontade e amor e crescermos na fé. E, novamente, o papel dos pais é essencial, pois Deus dá a eles a grande responsabilidade de ensinar a sua Palavra aos filhos, como lemos em Dt 11.18-19: Lembrem-se desses mandamentos e os guardem no seu coração... e não deixem de ensina-los aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem. Também Paulo nos diz: Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos.
Além da Palavra de Deus, nossa mente é enriquecida com boa literatura, conversas sadias, música edificante, programas de TV saudáveis, convívio com nossos irmãos na fé e com o próprio bom uso de nosso corpo.


Conclusão.
“Mens sana in corpore sano” – mente sã em corpo são, é um dito latino que serve para nós cristãos também. Mas, ele fica mais completo quando dizemos junto com Paulo: Assim, já não sou quem vive, mas Cristo é quem vivem em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim (Gl 2.20).
Concluímos com outras palavras do apóstolo: Que Deus, que nos dá a paz, faça com que vocês sejam completamente dedicados a ele. E que ele conserve o espírito, a alma e o corpo de vocês livres de toda a mancha, para o dia em que vier o nosso Senhor Jesus Cristo (1Ts 5.23).


Pastor Leandro D. Hübner, março de 2011 (ledahu@gmail.com)

ESTUDO BÍBLICO: USANDO NOSSOS DONS 
PARA O SERVIÇO DE NOSSO SENHOR


A PARÁBOLA DOS TALENTOS
A Bíblia tem muitos textos que nossos ensinam sobre dons. Vamos começar olhando para Mt 25.14-30, onde Jesus conta a parábola “dos talentos” ou “dos três empregados”. Analisando o texto, podemos destacar algumas coisas.

1. Os talentos pertencem ao Senhor: Sendo do Senhor, toda forma de usá-los ou não afeta os interesses do Senhor. Jesus é um Senhor poderoso e rico em dons e quer o melhor para sua Igreja. Por isso envolve a cada um no trabalho de seu reino. Assim, de acordo com a capacidade de cada um, Ele nos dá algo com que trabalhar e o que fazer.

2. Os talentos são dados com um fim exclusivo: Os recebemos para usá-los para benefício da obra do Senhor. Por isso, se os dons ou talentos não são usados, ninguém se beneficia e o dom, mesmo que valioso, se torna inútil.

3. Os dons não são bens eternos e intransferíveis: O Senhor prefere que os servos fiéis e eficientes tenham mais do que os que são negligentes tenham sequer um pouco. Não podemos, por isso, pedir mais dons se não estamos usando bem os que já temos. O pior abuso que podemos cometer com os dons é não usá-los. Dons guardados não agradam ao Senhor, mas sim o alegra ver os dons sendo bem usados em sua obra.

4. O medo não é desculpa para não usar o que o Senhor nos deu: Para que isso não aconteça, é necessário ter uma relação de confiança com o Senhor e um esquema de trabalho em que os dons possam se desenvolver e frutificar. Ainda sobre o medo:

à Às vezes temos medo de errar ou fracassar. Mas, quantas coisas que hoje fazemos corretamente, começamos fazendo mal e aprendendo na prática, como comer, falar, etc.? Com os dons também precisamos pagar o preço do aprendizado, sabendo nos perdoar quando erramos e levantar quando caímos.

à Outro medo é de não ser aceito. Mas, se existe o dom e seu possuidor tem as qualidades morais e espirituais, ninguém deveria impedi-lo de desenvolvê-lo e usá-lo.
à Ainda pode haver o medo de nos metermos em áreas que não nos pertencem (do pastor, da diretoria, etc.). Gostamos da comparação que Paulo faz entre a Igreja e um corpo, mas temos dificuldades para trabalhar de maneira harmoniosa e saudável.

     Confiando em Deus devemos combater todos os tipos de medo, pois Ele nos dá o imenso privilégio de o servirmos em algo único e incomparável: a edificação do seu reino. Para isso nos envia a trabalhar sem medo e com todos os meios e ferramentas – Ele possui e nos dá todos os dons.


DESCOBRINDO E USANDO OS DONS
Cristo nos dá dons para o crescimento e edificação de sua Igreja. Mas, como podemos descobrir nosso(s) dom(ns)? O próprio Deus nos ajuda nisto e precisamos estar atentos à obra do Espírito Santo em nossa vida.
Muitas vezes Deus nos fala através das necessidades, diante das quais devemos perguntar: “Senhor, o que posso fazer aqui?” Para isso nossa comunhão com Deus e o próximo deve estar bem cuidada e ser sempre buscada.
Também o pastor tem papel importante no descobrimento de dons e capacidades, especialmente no trato pessoal. Mas quem tem o papel principal nesta tarefa é a congregação onde vivemos nossa fé.
Em At 6.3 vemos as qualidades espirituais necessárias a quem vai desempenhar algum serviço na Igreja e, também, o papel da congregação de coloca-lo no lugar certo. Se a congregação tem uma comunhão sadia e estimula o diálogo, Deus usa os irmãos para detectar e promover os dons e talentos que Ele colocou ali.
Cada cristão, diz Paulo (1Co 12.6), recebe algum dom de Deus e, podemos também, orar para que Deus desperte dons onde há necessidades específicas e para que os dons existentes sejam aperfeiçoados e frutíferos para o crescimento da Igreja.
Pedro nos diz que somos pedras vivas que Deus usa para construir seu reino, onde o servimos como sacerdotes dedicados a Ele, seu povo salvo e escolhido para anunciar sua salvação (1Pe 2.4-10). Cada um de nós, diz Pedro, deve administrar bem os dons recebidos, sempre para o bem dos outros (1Pe 4.10). Assim, ele liga o sacerdócio universal de todos os cristãos ao uso correto e eficiente dos dons recebidos.
O uso dos dons e as pessoas que tem dons especiais (apóstolos, evangelistas, mestres, etc.) servem, diz Paulo (Ef 4.7-16), para preparar o povo de Deus para o serviço cristão, a fim de construir o corpo de Cristo. E o que Deus pede de nós neste uso e serviço é humildade (Rm 12.3-6), espírito de amor e verdade (Ef 4.15) e fidelidade a Cristo (1Co 4.2), que nos une e faz seu corpo (a Igreja) crescer em amor (Ef 4.16).
O uso dos dons sempre tem uma única motivação: o amor e a misericórdia de Deus (Rm 12.1). Amar significa existir para o outro, e o amor em ação é serviço a Deus e ao próximo, como foi a vida de Jesus.
Cada cristão tem pelo menos um dom dado pelo Espírito Santo, e cada pessoa e dom tem uma função, algo a contribuir no corpo de Cristo, a Igreja. A força para o desenvolvimento e uso frutífero vem de Cristo, e Ele vem a nós na Palavra e Sacramentos. Renovados por Ele, usamos os dons para que seu amor chegue a mais pessoas e a Igreja cresça em todas as áreas. Somos abençoados para ser bênçãos!
O crescimento de nossa Igreja passa pela capacitação e serviço de todo e cada membro, com o uso alegre e voluntário dos dons que recebemos. Coloquemos a serviço de nosso Salvador tudo o que recebemos e lembremo-nos do que diz Paulo em 1Co 15.58: Queridos irmãos, continuem fortes e firmes. Continuem ocupados no trabalho do Senhor, pois vocês sabem que todo o seu esforço nesse trabalho sempre traz proveito.


ATIVIDADE PRÁTICA – FOLHA DOS DONS
Cada membro comungante vai receber a folha “dons e funções na Igreja”, com 45 tarefas ou oportunidades de serviço na Igreja e Reino de Cristo, que nos ajudam a identificar nossos dons. Cada um vai escolher pelo menos 5 atividades para servir a Deus, e comprometer-se a assumir, imediatamente, as duas que mais lhe agradam.
Esta lista, com coisas simples como limpeza da Igreja ou distribuir material de culto, até mais complexas, como tocar instrumentos ou ser professor de escola bíblica, não é completa, mas nos ajuda a ver que há oportunidades de serviço para todos. Além do que colocamos nela, há ainda as funções de diretoria e liderança de grupos de estudo bíblico, entre outras.
Certamente cada um encontrará seu lugar e função na Igreja e no reino de Cristo. Ele conta com cada um de nós para comunicar a Vida e nenhum membro da Igreja pode ficar de fora ou sem função – todos são úteis e necessários, todos entram em campo!


Pastor Leandro D. Hübner, maio de 2011 (ledahu@gmail.com)