BEM-VINDO AO NOSSO BLOG!


Com muita alegria apresentamos o blog da Paróquia Evangélica Luterana Renascer em Cristo , com sede em Rio Branco, AC.


Além da sede, que fica no bairro Estação Experimental, no caminho do aeroporto, temos também um ponto de pregação aqui na capital no bairro Areal.


No interior atendemos Brasiléia, na divisa com a Bolívia, a 230 Km de Rio Branco, e Redenção e Ramal do Bigode, município de Acrelândia, a 110 Km da capital. Outro ponto de pregação fica na estrada que vai a Porto Acre, a 35 Km daqui.


Queremos compartilhar com vocês mensagens, fotos, informações e notícias de nosso trabalho, com o grande objetivo de levar Cristo para todos, especialmente em nosso estado e região, com é o lema de nossa IELB - Igreja Evangélica Luterana do Brasil.


Um grande abraço, no amor de Cristo!



Pastor Leandro.






segunda-feira, 22 de julho de 2013

Jesus continua nos visitando.

Leia em sua Bíblia Lucas 10.38-42

Uma das coisas que nós estudamos quando nos preparamos para a confirmação ou profissão de fé na Igreja Luterana, é o 3º Mandamento. No Catecismo Menor, este mandamento nos é explicado desta maneira:

- Que diz o Terceiro Mandamento?
Santificarás o dia do descanso.

- Que significa isto?
Devemos temer e amar a Deus e, portanto, não desprezar a pregação e a sua palavra; mas devemos considerá-la santa, gostar de a ouvir e estudar.

- Que nos proíbe, portanto, o Terceiro Mandamento?
O Terceiro Mandamento nos proíbe o desprezo à pregação e à palavra de Deus.

- Como se faz isso?
Desprezamos a pregação e a palavra de Deus quando não aproveitamos nunca a pregação, a palavra escrita de Deus e os Sacramentos ou o fazemos com negligência ou leviandade.

- Que nos ordena o Senhor no Terceiro Mandamento?
Devemos considerar santa a pregação e a palavra de Deus e, portanto, gostar de a ouvir e estudar, meditar nela, viver em conformidade com ela e nos esforçar em conservá-la e divulgá-la.

Podemos dizer que ouvir Jesus em sua Palavra, juntamente com os dois primeiros mandamentos (temer e amar a Deus e confiar nele acima de tudo, e não usar seu nome em vão), é a base ou fundamento de nossa fé, pois a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação a respeito de Cristo, diz Paulo em Romanos 10.17.

A fé no Deus Triuno inicia, continua e tem tudo a ver com ouvir Jesus continuamente e seguir sua voz e Palavra. Assim, o evangelho de hoje é muito apropriado para refletirmos sobre como reagimos aos convites de Jesus para ouvi-lo.

Lemos que Jesus visitou Maria e Marta, e cada uma agiu de maneira diferente diante de Jesus. Hoje, meus irmãos, Jesus continua nos visitando, e nós queremos refletir sobre como nós agirmos diante de suas visitas a nós.

Jesus continua nos visitando, e, se alguém ainda tem dúvida, reafirmamos nossa convicção como cristãos luteranos: Jesus continua nos visitando em sua Palavra e Sacramentos. Cada vez que lemos, estudamos e ouvimos a Palavra de Deus e sua pregação, e quando somos batizados, e depois passamos a receber a Santa Ceia, Jesus está nos visitando, vindo a nós e nos ensinando, exatamente como fez com Maria e Marta.

Naquela visita, Marta, bem intencionada, foi cuidar dos afazeres da casa, talvez preparando uma refeição para Jesus, e Maria sentou-se para ouvir o Mestre. Quando reclamou de sua irmã, que não a ajudava no serviço, Marta ouviu Jesus dizer: Marta, Marta, você está agitada e preocupada com muitas coisas, mas apenas uma é necessária! Maria escolheu a melhor de todas, e esta ninguém vai tomar dela (v. 41-42).

Jesus deixou bem claro que o mais importante, a prioridade naquele momento era ouvir o que ele ensinava e não agitar-se e preocupar-se com outras coisas. Hoje, Jesus continua nos visitando. Como nós reagimos? Como você reage?

É verdade que a vida hoje é mais corrida e agitada do que antigamente, mesmo tendo tanta coisa que deveria nos fazer ter mais tempo, como os eletrodomésticos, computadores, carros e máquinas. Corremos por causa do trabalho, estudos, filhos, etc. Às vezes temos várias coisas nos preocupando ao mesmo tempo, e acabamos deixando o que é mais importante para nós, como filhos de Deus e discípulos de Jesus, de lado ou para mais tarde.

Mesmo assim, nos anos em que sou pastor, tenho observado que algumas pessoas sempre conseguem tempo para estar presentes em cada culto, estudo bíblico e outras oportunidades que tem para ouvir Jesus.

Como e por que elas conseguem? Enquanto tantos membros têm várias desculpas para não ouvir Jesus – “estou cansado, tenho visitas, tive compromisso, choveu, fez muito calor (ou muito frio), não preciso ouvir tanto assim, não simpatizo com o pastor, não gosto de fulano na igreja, já sei o que vai ser dito no culto, não gosto do culto”, etc. e etc., como alguns conseguem estar sempre presentes?

Por que temos, em nossa igreja, uma média de 30% de membros que participam regularmente dos cultos e da Santa Ceia, enquanto 70% são ausentes ou quase visitantes na igreja? Como e por que somente alguns conseguem estar sempre aqui para ouvir Jesus, se todos são chamados de cristãos e membros de Cristo?

Podemos dizer que esses 30% já sabem bem, como Jesus diz no texto, que apenas uma coisa é necessária – ouvir Jesus. Eles sabem que apenas Jesus consola, anima e conforta a gente em meio à agitação e às preocupações da vida, e nos diz: Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso (Mt 11.28).

E como conseguem tempo para serem participantes ativos da Igreja? Aí entram os dois “p” – planejamento e prioridades. Eles colocam o culto e as atividades da igreja como prioridades em sua agenda e tempo, e planejam a semana e o mês para que nos dias e horários da igreja não tenham compromissos, a não ser alguns inadiáveis, que às vezes aparecem.

Jesus continua nos visitando. Como você reage? Você se identifica com Maria, tendo como prioridade ouvir Jesus, ou com Mata, que não fez nada de errado, pois afinal estava servindo através do trabalho, mas não escolheu naquele momento o que era realmente mais importante e necessário?

É claro que dentro e fora da igreja precisamos usar nossos dons, bens e capacidades para servir a Cristo e ajudar seu Reino a crescer. O Corpo de Cristo, a Igreja, precisa de membros vivos e ativos, que arregacem as mangas, testemunhem e trabalhem por Cristo. Mas, sem primeiro ouvir Jesus, isso não vai acontecer, ou vai ser algo muito fraco.

A fé precisa sempre ser alimentada e fortalecida, pela Palavra e Santa Ceia, para então podermos exercitá-la no amor cristão. É exatamente por isso e para isso que Jesus continua nos visitando.

Ele vem nos servir pela sua Palavra e Sacramentos, quer nos ajudar a escolher a melhor coisa que existe – ouvir sua doce voz – e quer poder dizer de cada um de nós o que disse de Maria: “fulano(a) escolheu a melhor coisa de todas, e esta ninguém vai tomar dele(a)”.

Jesus continua nos visitando. Ouvindo Jesus sempre, você poderá então levar seu Evangelho a outras pessoas e trazê-las aqui para ouvir também a voz do Bom Pastor Jesus.

Jesus continua nos visitando. Que eu e vocês possamos sempre recebê-lo com alegria e ouvi-lo com consagração, dizendo junto com Davi (Sl 27.4,8): A Deus, o SENHOR, pedi uma coisa, e o que eu quero é só isto: que ele me deixe viver na sua casa todos os dias da minha vida, para sentir, maravilhado, a sua bondade, e pedir a sua orientação. Tu me disseste: “Venha me adorar.” Eu respondo: “Eu irei te adorar, ó SENHOR Deus.” Amém.


terça-feira, 16 de julho de 2013

Quem é o bom samaritano?


Leia em sua Bíblia Lucas 10.25-37

      - Mas quem é o meu próximo?
        Foi esta pergunta de um mestre da Lei do Povo de Israel feita a Jesus, que fez surgir uma das parábolas mais conhecidas, o Bom Samaritano.
        Quem é o meu próximo? Se eu fizesse esta pergunta para Jesus, qual história ele contaria pra mim? Eu não arrisco responder, porque eu preciso reconhecer uma coisa: tenho grandes dificuldades para enxergar, no dia a dia, aquele que está ao meu lado, precisando de ajuda.
        Aliás, está cada vez mais difícil enxergar o próximo, de pessoalmente ajudar alguém, de entregar tempo, dinheiro, dons, para fazer alguma coisa em favor de alguém necessitado. Dou um exemplo bem simples: quem de nós estaria disposto a perder um domingo, e ficar no hospital de acompanhante, para uma pessoa desconhecida? Ficar lá como voluntário? O jeito mais simples seria pagar alguém, terceirizar, mas eu ficar lá, ainda mais num domingo, ou, no meu caso, numa segunda-feira?
        Será que a parábola de Jesus não seria uma história destas, o bom voluntário, acompanhante de hospital?
        Não podemos negar isto, a história do bom samaritano é muito bonita, mas é algo romântico, que está lá na Bíblia, longe da nossa realidade. Por isto, a melhor pergunta é: quem é o meu distante? Sim, porque daí eu posso dar uma oferta, dar uma ajuda solidária, fazer uma obra de caridade. É o máximo que eu posso fazer...
        Por aí a gente percebe que esta história do bom samaritano nem é tão conhecida assim, aliás, é bem desconhecida, ou é mal conhecida. Mal conhecida no que se refere a mente de Cristo, o amor verdadeiro, tão distante de nossa realidade egoísta, exclusivista, confortável, sossegada...
        Em todo o caso, quando ouvimos esta parábola, já de início, só no título, começamos a bocejar, atraídos pelo pensamento: - "Nossa, como a Bíblia se repete, já ouvi esta história tantas vezes".
        Eu confesso, meus irmãos, que quando me deparei que este era o Evangelho, logo fui para as outras leituras do dia, para achar um texto mais interessante.   Mas, quando percebi que não poderia fugir da parábola, e ao começar a meditar no texto, fui descobrindo a Boa Notícia, o Evangelho, e não a Lei. E daí a minha reflexão começou a ficar interessante, e comecei a me entusiasmar na elaboração do sermão.
        Aliás, esta é a solução para podermos enxergar o próximo: os óculos do Evangelho. Não as lentes desfocadas da Lei. Era isto que precisava aquele advogado da Lei, que fez uma pergunta errada para Jesus, e por isto, recebeu uma resposta na mesma medida - uma resposta na compreensão fria e calculista da Lei:
        - Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna?
        Ora, esta pergunta mostra o grau de entendimento deste homem entendido na Lei, mas ignorante no Evangelho. Ninguém pode fazer alguma coisa para conseguir a vida eterna. Por isto a resposta de Jesus.
        - O que as Escrituras Sagradas dizem a respeito disso? E como é que você entende o que elas dizem?
        Como você entende?
        Ele entendia o caminho das obras. E por isto a resposta que ele sabia de cor, tirada da Bíblia mas sem a compreensão da Bíblia. Ou seja, amar a Deus acima de todas as coisas e amar o próximo com a si mesmo.
        E ele estava certo. Mas, certo do ponto de vista da lei. Era só ele cumprir, e então receberia a vida eterna. No entanto, com um detalhe: ele deveria cumprir mesmo, 100%, completamente, perfeitamente...
        Por isto as palavras de Jesus:
        - A resposta está certa... Faça isto e você viverá...
        Vejam, a salvação é por obras. É só fazer...
        Se você quiser seguir por este caminho, vai em frente, cumpra completamente, sem qualquer deslize, todos os dez mandamentos que se resumem no amor, e então você tem garantido o céu.
        Mas aí vem o teu e o meu problema, aliás, o maior problema do mundo, e que ninguém a não ser Cristo pode resolver. Porque bem sabemos, não conseguimos amar a Deus acima de todas as coisas, não conseguimos amar o próximo com amamos a nós mesmos.
        Por isto então a parábola do Bom Samaritano, algo parecido com a parábola do buraco na agulha onde deveria passar o camelo. Aliás, na parábola do buraco da agulha e o camelo, foi um jovem rico e religioso que fez a mesma pergunta: o que devo fazer para entrar no reino dos céus. E Jesus fez a mesma coisa, com fez com este mestre da Lei.
        O jovem rico pensava que podia cumprir toda a lei, e Jesus então diz para ele: que legal, então você é um cara perfeito. Vai então, vende tudo o que tem, dá aos pobres e me segue. Nós conhecemos o final da história, aquele jovem foi embora muito triste. Na verdade, ele nem conseguia cumprir o primeiro mandamento, porque o deus dele era o dinheiro.
        Para este mestre da lei, o problema era a segunda tábua dos mandamentos, o amor ao próximo. O deus dele era ele mesmo, o seu egoísmo, sua falta de amor ao semelhante.

        Esta falta de amor era o problema daquele sacerdote e daquele levita, que na parábola passaram no outro lado da estrada, isto é, bem longe do coitado do homem que foi assaltado, surrado, machucado, perdeu tudo o que levava, inclusive suas roupas. Estava deitado no chão, todo ensanguentado, parecia que estava morto.
        Imaginem isto acontecendo hoje, você voltando para casa, de carro, de noite, numa estrada deserta, e encontra no acostamento uma pessoa atropelada. É claro, hoje temos o celular, é só chamar a polícia, a ambulância. Mas vamos supor que não tem celular, nem policia, nem ambulância... Pois é, aí começam as nossas desculpas e que nem precisamos enumerar.

        Pois é bom saber algum detalhes nesta parábola de Jesus. A primeira coisa é que tanto o sacerdote como o levita, os dois que não pararam para ajudar, eram pessoas religiosas. O sacerdote já diz, ele era um pastor, um homem que faz o culto. Levita é uma atribuição de alguém que pertence a tribo de Levi do povo de Israel, e a função dos levitas era cuidar do templo. Ele era quase um sacerdote, um líder da igreja.
        Havia uma lei israeltia para os religiosos, que eles não podiam se aproximar nem tocar em pessoas mortas. Isto está no livro de Levíticos, capítulo 21. Era uma regra religiosa de saúde pública, para evitar contaminação, pois naquele tempo a religião dos israelitas também tinha responsabilidades quanto a saúde pública.
        Isto deve ter impedido de o sacerdote e do levita se aproximarem daquele homem, que parecia estar morto. Eles, portanto, estavam cumprindo uma regra religiosa.
        Mas então, porque Jesus usa estes dois personagens? Será que ele está querendo dizer alguma coisa contra a religião dos israelitas? Mas era uma regra bíblica? Jesus então estava condenando a própria Bíblia? Na verdade, Jesus não estava condenando a Bíblia, mas uma interpretação da Bíblia.
        Há muito tempo os judeus tinham transformado a sua religião em puro ritualismo, em cerimônias, em regras... Lhes faltava o coração, a humanidade, o amor...
        Algo parecido com o que fez um professor de Teologia, na disciplina de homilética (preparar o sermão). Os seus alunos deveriam preparar um sermão sobre a Parábola do Bom Samaritano. Depois do sermão ficar pronto, cada um deveria pregar o sermão na capela do Seminário. Cada um tinha um horário diferente, e não deveria em hipótese alguma, se atrasar em seu horário. No caminho entre o dormitório e a capela, de propósito, o professor combinou para que uma pessoa ficasse deitada no chão, na calçada, com se estivesse passando mal. De todos os teologandos que passaram pela pessoa, só um parou para ajudar. Ele chegou atrasado, mas fez sua obra de caridade. Depois da experiência, o professor foi enfático para os seus alunos: "só um de vocês fez um bom sermão".
        Na verdade, foi isto que Jesus queria dizer com a Parábola do Bom Samaritano: - Você, que é mestre na Lei de Deus, deixa de lado as regras, e comece a colocar em prática o verdadeiro propósito das regras.
        As leis existem só por uma finalidade - ajudar as pessoas. Este é o propósito de qualquer regra - manter a integridade, a vida do ser humano. Mesmo quando a lei condena, coloca alguém na cadeia, castiga, ela faz isto para o bem da coletividade, e até para regenerar o próprio infrator.
        Voltando à parábola, o nosso foco agora é o samaritano. Quem eram os samaritanos? Eram inimigos dos judeus, diríamos hoje, um muçulmano, um árabe. O judeus naquele tempo tinham um desprezo, um preconceito muito grande contra os samaritanos. Pois vejam agora a situação: Aquele homem que tinha sido assaltado era, provavelmente um judeu... Um samaritano ajudando um judeu. Mas isto não é tudo...
        Ouçamos novamente a história, rica em detalhes:  "Mas um samaritano que estava viajando por aquele caminho chegou ali. Quando viu o homem, ficou com muita pena dele. Então chegou perto dele, limpou os seu ferimentos com azeite e vinho e em seguida os enfaixou. Depois disso, o samaritano colocou-o no seu próprio animal e o levou a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, entregou duas moedas de prata ao dono da pensão, dizendo: toma conta dele. Quando eu passar por aqui na volta, pagarei o que você gastar a mais com ele".
        Vocês estão percebendo tudo o que fez o samaritano? Todos os detalhes, o cuidado, o tempo que gastou, o dinheiro que entregou. Além disto, passou a noite cuidando dele, porque era uma pensão, naquele tempo não tinha hospital. E não foi só isto, na volta passaria para ver como ele estava, e pagaria por todas as despesas. Mas tudo isto ele fez porque ele ficou com muita pena dele, porque ele teve compaixão.
        Na verdade, percebemos que a atitude do samaritano é o camelo passar pelo buraco da agulha, é algo impossível. Ou vocês acham que somos capazes para amar deste jeito?  De ajudar um estranho na rua, levá-lo no hospital, ficar no quarto com ele, pagar as contas, e depois retornar e dar ainda mais dinheiro e ver se ele está bem? Nós até fazemos isto com um parente, um amigo. Agora, fazer isto com um estranho?
        Jesus contou esta história para mostrar como o nosso amor é limitado, é preconceituoso, é fraco. É uma história que coloca o nosso amor lá em baixo, num nível que não é amor.
        Seria um amor impossível, se aquele Bom Samaritano não fosse o próprio Cristo. E aí a Parábola se explica. O Bom Samaritano é Cristo, aquele que nos encontrou caídos no pecado, assaltados pelo Diabo. Estávamos sem nada, foram roubados da imagem divina, estávamos quase que mortos.
        Foi aí que apareceu Jesus, cuidou de nossas feridas, usou o vinho do seu próprio sangue na cruz, nos levou até a sua presença e nos vestiu com as qualidades dele mesmo. E ele pagou toda a conta, não devemos mais nada.
        Esta é a charada da parábola: Jesus é o Bom Samaritano.
       Por isto, a verdadeira pergunta não é: quem é o meu próximo?
        A verdadeira pergunta é: quem sou eu?
        Através da fé que tenho em Jesus, agora eu sou o Bom Samaritano. E se eu sou o bom samaritano, eu sou o Jesus para ajudar aquele que está ao meu lado. Eu sou o próximo. Amém.


Pastor Marcos Schmidt

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Plantemos sementes do Evangelho


Leia em sua Bíblia Gálatas 6.1-10, 14-18 e Lucas 10.1-20


“Quem semeia vento colhe tempestade”. Podemos aplicar este ditado ao que acontece no Brasil hoje: depois de décadas de políticos semeando corrupção, mal uso do dinheiro público, impunidade, descaso com a população, mordomias e privilégios para sua classe, nosso país está colhendo as tempestades dos protestos, greves e, infelizmente também, violência e quebra-quebra.

Um colunista resumiu isso assim, falando dos que estão no poder: “Estão levando, agora, o susto de suas vidas, aos descobrirem que marquetagem, demagogia e exploração da ignorância não são mais suficientes para desviar a atenção do povo para o desastre permanente que causam ao país. ... Estão colhendo o que semearam. (J. R. Guzzo, em VEJA, 03.07.2013, p. 82).

Não só na vida em sociedade é assim, mas também em nossas vidas pessoais nós geralmente “colhemos o que plantamos”. Se como pais, por exemplo, plantamos falta de carinho, disciplina e orientação aos filhos, um dia poderemos colher rebeldia, indiferença, desobediência e desamor da parte deles.

O colher e plantar é tão certo que se aplica até à nossa vida espiritual. Por isso em Gálatas 6.7-8 Paulo afirma: Não se enganem: ninguém zomba de Deus. O que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá. Se plantar no terreno da sua natureza humana, desse terreno colherá a morte. Porém, se plantar no terreno do Espírito de Deus, desse terreno colherá a vida eterna.

No capítulo 5, que lemos na semana passada, Paulo também usa esta linguagem, mostrando o que produzem a natureza humana e o Espírito, quais são seus frutos.

Quando somos libertados por Cristo e dirigidos pelo Espírito Santo, produzimos os frutos do Espírito, porque plantamos no terreno do Espírito e fazemos o bem, como lemos nos versículos 9-10.

O maior bem que podemos fazer às pessoas é semear o Evangelho para elas, levando Cristo para suas vidas. Por isso, plantemos sementes do Evangelho!

No evangelho de hoje vemos Jesus chamando 72 de seus seguidores para semear seu Evangelho. Ele lhes dá instruções, os anima e envia de dois em dois. Na volta deles, quando relatam como foi a missão e as maravilhas que fizeram, Jesus lhes diz que não fiquem alegres porque os espíritos maus lhes obedecem, mas sim porque o nome de cada um de vocês está escrito no céu (Lc 10.20).

Em Lucas 10.2 Jesus diz: A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita. Aqui entramos nós também. Não apenas devemos orar para que Deus nos mande mais gente para colher pessoas para a sua salvação, mas nós vamos nos colocar à disposição do Senhor para trabalhar na obra do seu Reino, fazendo o bem a todos, como diz Paulo.

Plantemos sementes do Evangelho! Cada um de nós, desde o nosso batismo, somos chamados por Deus a agir. E aí precisamos ouvir os versículos 4-5:Que cada pessoa examine o seu próprio modo de agir! Se ele for bom, então a pessoa pode se orgulhar do que fez, sem precisar comparar o seu modo de agir com o dos outros. Porque cada pessoa deve carregar a sua própria carga.

Paulo está dizendo que, como cada soldado tem que levar a sua mochila e equipamento e fazer o melhor que puder na batalha, cada um de nós deve fazer o melhor que pode com tudo o que recebe de Deus – tempo, saúde, dinheiro, dons, bens, inteligência, etc.

O problema é que muitas vezes somos tentados a fazer o contrário: deixar para os outros a nossa carga e ficar só olhando... Por exemplo, deixar que os outros participem das atividades, que os outros ofertem para o sustento da Igreja, que os outros ajudem nos cultos, etc., e assim sobrecarregamos nossos irmãos, exatamente como fazem aqueles que nós tanto criticamos no Brasil – muitos políticos que sobrecarregam o povo com altos impostos, mordomias e corrupção.

Por isso Paulo nos recomenda examinar nosso próprio modo de agir, e não ficar comparando com os outros. É como eu já ouvi irmãos na igreja falarem, por exemplo, sobre ofertas: “Pastor, quando os outros começarem a ofertar, daí eu vou ofertar melhor também...”

Se queremos, irmãos, colher uma igreja melhor, com mais pessoas sendo salvas pelo Evangelho, com mais gente participando, orando, louvando, ajudando nos cultos e atividades, mais gente ofertando generosamente seu tempo bens, dinheiro, dons e serviço para o Reino de Deus, mais pessoas vivendo em comunhão e ajuda mútua, mais gente fazendo o bem, o que vocês acham que devemos plantar? E quem deve começar?

O que está bom e o que está ruim em nossa vida cristã e na igreja hoje é resultado do que plantamos no passado. O que colhemos hoje como igreja é conseqüência do que todos nós, juntos, semeamos antes, ou, quem sabe, deixamos de semear.

Quando plantamos coisas que prejudicam nossa fé, nossos irmãos e nossa igreja, estamos brincando com coisa séria, e nos enganamos totalmente se pensamos que estamos atingindo apenas este ou aquele irmão ou o pastor. Paulo é bem claro: Não se enganem: ninguém zomba de Deus. O que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá (v.7). E Jesus diz em Lucas 10.16: Quem ouve vocês está me ouvindo; quem rejeita vocês está me rejeitando; e quem me rejeita está rejeitando aquele que me enviou.

O conselho do apóstolo é que plantemos no terreno do Espírito, que plantemos sementes do Evangelho!

Mas, como podemos plantar sementes do Evangelho e colher frutos do Espírito, se somos pecadores e tantas vezes somos tentados a plantar a desunião, a indiferença, o comodismo, o egoísmo, a vaidade, a inveja e tantas outras sementes do mal?

       É necessário fazer o que Paulo diz no versículo 14: Mas eu me orgulharei somente da cruz do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, por meio da cruz, o mundo esta morto para mim, e eu estou morto para o mundo. Para isso, precisamos que o Espírito de Deus, que nos deu a vida, controle também a nossa vida! (Gl 5.25) e que Cristo viva em nós sempre (Gl 2.20).

Que maravilha irmãos, que Cristo nos libertou do todo mal, nos perdoa diariamente e nos dá seu Espírito Santo para nos revestir com suas qualidades (Gl 3.27) e nos guiar cada dia!


Que maravilha que Ele alimenta e fortalece nossa fé e o seu Espírito em nós com sua Palavra e Santa Ceia, e nos coloca entre irmãos com os quais podemos praticar o bem, o perdão, o amor e a comunhão, podemos consolar, apoiar, orientar e corrigir, e ser consolados, apoiados e corrigidos em amor.

Que maravilha que juntos podemos mais e melhor fazer o bem, ajudar os que caem e plantar sementes do Evangelho, sempre humildes, nos orgulhando somente na cruz de Cristo.

Então, plantemos sementes do Evangelho! Deus quer e vai nos guiar nessa missão, que é a principal de nossa vida, porque, como diz Jesus, o nome de cada um de vocês está escrito no céu (Lc 10.20) e Ele quer nos usar como seus instrumentos para levar mais gente para a vida eterna.

Colhemos o que plantamos. Plante você também muitas sementes do Evangelho, guiado pelo Espírito de Cristo! Amém.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Somos libertos por Cristo e dirigidos pelo Espírito.

Leia em sua Bíblia Gálatas 5.1, 13-25





Estimados irmãos e irmãs em Cristo.

Nos últimos dias acompanhamos a onda de protestos que se espalhou pelo Brasil, e que tem trazido resultados por causa da pressão popular – tarifas foram reduzidas, projetos importantes começaram a ser votados no Congresso Nacional e até deputado corrupto teve a prisão decretada!

Os brasileiros querem ser libertos da opressão dos corruptos, dos altos impostos, da má administração pública e exigem um país melhor para todos. Os temas das manifestações são vários e é interessante notar que em muitos casos não há uma grande liderança dirigindo os protestos, mas as redes sociais são usadas para chamar o povo às ruas.

Eu creio que uma forma de resumir tudo isso é com as palavras liberdade e direção. Como brasileiros, queremos ser libertos de vários males que nos atingem e ser dirigidos para um Brasil melhor para nós e nossos filhos.

Liberdade e direção também são os temas do texto da epístola que ouvimos hoje. Podemos resumir o que Paulo diz neste trecho e em toda a sua carta aos gálatas dizendo que somos libertos por Cristo e dirigidos pelo Espírito.

Nos versículos 1 e 13 Paulo fala em liberdade: Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres.  Porém vocês, irmãos, foram chamados para serem livres. Cristo nos libertou para sermos realmente livres e somos chamados a ser livres, diz o apóstolo. Mas, livres de quê?

Olhando para toda a carta aos gálatas, chamada também de “carta da liberdade cristã”, encontramos a resposta: Cristo nos libertou da opressão da lei de Deus, que nunca poderíamos cumprir, e nos libertou da escravidão da velha natureza humana, isto é, do desejo de fazer o que nós como pecadores queremos.

Com sua morte e ressurreição, Cristo venceu o pecado que nos dominava e pagou o castigo que merecíamos por não cumprir a lei de Deus. Assim, os que creem em Cristo não estão mais debaixo do peso da lei, mas debaixo da liberdade da graça de Deus, e não são mais dominados pelo pecado e pela velha natureza humana.

Somos libertos por Cristo, mas como ainda somos pecadores vivendo em um mundo pecador, Paulo nos avisa: Por isso, continuemos firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente. Mas não deixem que essa liberdade se torne uma desculpa para permitir que a natureza humana domine vocês (5.1b, 13b).

Ou seja, não fomos libertos por Cristo para sermos escravos de nós mesmos ou para tenta viver no Reino de Deus e no mundo ao mesmo tempo. É isso também o que Jesus quer dizer no evangelho de hoje, quando afirma que quem começa a arar a terra e olha para trás não serve para o Reino de Deus (Lc 9.62).

A liberdade conquistada e dada por Cristo a nós nos dá a paz verdadeira, a salvação e vida eterna, mas também nos dá responsabilidades e compromissos com Deus e com o próximo. Por isso Paulo diz no versículo 13c: Pelo contrário, que o amor faça com que vocês sirvam uns aos outros.

E como não cair de novo na escravidão da lei e do pecado? Aí entra a segunda parte do nosso tema: somos libertos por Cristo e dirigidos pelo Espírito.

Vamos ver de novo os versículos 16-18 e 25: Quero dizer a vocês o seguinte: deixem que o Espírito de Deus dirija a vida de vocês e não obedeçam aos desejos da natureza humana. Porque o que a nossa natureza humana quer é contra o que o Espírito quer, e o que o Espírito quer é contra o que a natureza humana quer. Os dois são inimigos, e por isso vocês não podem fazer o que vocês querem. Porém, se é o Espírito de Deus que guia vocês, então vocês não estão debaixo da lei. Que o Espírito de Deus, que nos deu a vida, controle também a nossa vida!

Dirigidos pelo Espírito Santo vivemos sob a graça de Deus e não sob a lei, e este Espírito produz em nós seus frutos, como lemos: Mas o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio. E contra essas coisas não existe lei (v. 22-23).

Recebemos este Espírito no batismo e daí em diante Ele quer guiar e dirigir toda a nossa vida, fazer Cristo viver em nós e nos fazer viver nossa vida pela fé no Filho de Deus que se deu por nós, como Paulo diz em Gálatas 2.20.

Para sermos libertos por Cristo e dirigidos pelo Espírito, precisamos estar ligados e unidos a Cristo o tempo todo, sem olhar para trás, como Ele também nos diz em João 15. Isso acontece pela Palavra e Santa Ceia que nos trazem o Cristo vivo, nos alimentam e fortalecem na fé e nos mantém na liberdade cristã e na direção do Espírito Santo.

Somos libertos por Cristo e dirigidos pelo Espírito. Guiados pelo Espírito Santo, podemos sim lutar contra os frutos da natureza humana, como a impureza, as brigas, a desunião, as invejas, a ambição egoísta, as farras e outras coisas que Paulo e toda a Bíblia nos apontam, e que nos afastam do Reino de Deus. E podemos, unidos a Cristo, produzir os frutos do Espírito, dos quais destaco três: o amor, a humildade e o domínio próprio.

O amor, do qual Paulo fala especialmente em 1 Coríntios 13, é muito mais uma autodoação em benefício do outro do que uma emoção ou sentimento, e sua maior manifestação está no sacrifício de Cristo por todos nós.

A humildade é ser forte e manter a força sob controle, tendo a humilde disposição de viver não como nós queremos, mas como Deus quer, colocando nossa vontade debaixo da vontade dele.

E o domínio próprio é o que o termo já diz: domínio de si mesmo em todas as coisas, usando para isso o amor e a humildade que também recebemos como frutos do Espírito.

Somos libertos por Cristo e dirigidos pelo Espírito. Somos libertos por Cristo para em amor, humildade e domínio próprio viver uma vida livre do que nos escraviza – pecado, lei e nossa natureza pecadora – e uma vida agradável ao nosso Deus e de beneficio ao próximo, porque o Espírito do Senhor nos leva a fazer isso.

Somos libertos por Cristo e dirigidos pelo Espírito. Assim podemos ser realmente livres e, controlados pelo Espírito Santo, seguir a Jesus sem olhar para trás e dizer com Davi no Salmo 16: Tu, ó SENHOR Deus, és tudo o que eu tenho. O meu futuro está nas tuas mãos; tu diriges a minha vida. Como são boas as bênçãos que me dás! Como são maravilhosas! Demos graças a Deus por sua libertação e direção em Cristo e no Espírito! Amém.