BEM-VINDO AO NOSSO BLOG!


Com muita alegria apresentamos o blog da Paróquia Evangélica Luterana Renascer em Cristo , com sede em Rio Branco, AC.


Além da sede, que fica no bairro Estação Experimental, no caminho do aeroporto, temos também um ponto de pregação aqui na capital no bairro Areal.


No interior atendemos Brasiléia, na divisa com a Bolívia, a 230 Km de Rio Branco, e Redenção e Ramal do Bigode, município de Acrelândia, a 110 Km da capital. Outro ponto de pregação fica na estrada que vai a Porto Acre, a 35 Km daqui.


Queremos compartilhar com vocês mensagens, fotos, informações e notícias de nosso trabalho, com o grande objetivo de levar Cristo para todos, especialmente em nosso estado e região, com é o lema de nossa IELB - Igreja Evangélica Luterana do Brasil.


Um grande abraço, no amor de Cristo!



Pastor Leandro.






sábado, 10 de dezembro de 2016


3º Domingo no Advento
Mateus 11.2-15
Os Sinais do Reino de Deus!

Já faz algum tempo, mas ainda se ouve falar sobre a repercussão mundial a respeito das grandes fraudes e falcatruas encontradas nas conceituadas empresas Petrobras e Fifa. Durante algum tempo elas eram referência de padrões e competência e aos poucos foram envolvidas em roubos e desvios milionários, favorecendo empresas e pessoas; no caso da Fifa, comprando votos e adulterando resultados de jogos. O mundo inteiro ficou estarrecido e decepcionado com padrão Fifa”.
Mas não precisamos ir longe. Basta que olhemos ao nosso redor, em nosso Estado, em nosso município, em nossa vizinhança. Pagamos altos impostos e as nossas estradas continuam esburacadas, causando acidentes muitas vezes fatais. O nosso sistema público de atendimento à saúde tem grandes dificuldades para o atendimento da população. Esperas intermináveis nos atendimentos de plantão e meses de espera para conseguir exames mais especializados. As águas do nosso meio ambiente estão cada vez mais poluídas, nossas matas estão sendo cortadas e queimadas, nossos campos estão sendo envenenados com agrotóxicos, nosso ar está sendo poluído com os gases que provém de nossos automóveis,aviões, indústrias, que corroem a camada de ozônio e permitem maior incidência de raios solares ultravioletas, causando o aquecimento global e provocando câncer de pele. Segundo dado da ONU, um bilhão de pessoas se alimentam apenas com 1.800 calorias por dia, o que é necessário apenas para a pessoa dormir.
A situação atual é como um deserto: terra seca, infertilidade e coisas que não andam retas. As pessoas estão cansadas e fracas. Os inimigos são numerosos.
As leituras de hoje mostram as imperfeições das pessoas, das mais importantes até as menos importantes; a fragilidade dos seus planos e das estruturas humanas. Pessoas importantes e planos humanos não são confiáveis. As pessoas se queixam dos problemas que enfrentam, que não têm paciência e nem esperança, e que logo desanimam. O salmo nos alerta para que não coloquemos nossa confiança em pessoas importantes, e também diz que pessoa comuns são falhas e passageiras; os seus planos não tem durabilidade e as suas promessas não são confiáveis.
O Evangelho de Mateus também nos mostra o confronto entre os planos humanos e os divinos. João Batista havia sido preso pelo governante por denunciar o seu comportamento, fora dos padrões morais e éticos. Tempos antes, quando as pessoas iam se batizar com ele no rio Jordão, ele denunciava as suas atitudes egoístas e cobiçosas, alertando para as suas falhas e as chamava ao arrependimento. Pessoas importantes, especialmente religiosas, como os fariseus e os saduceus, foram denunciadas por ele como sendo hipócritas. Elas se achavam importantes, melhores que outras pessoas, acima de qualquer julgamento, só porque faziam parte da classe religiosa, por serem descendentes dos heróis da fé, como o pai Abraão, e por frequentarem cerimônias e rituais religiosos.
João Batista aponta quais são os sinais do Reino de Deus quando afirma ser necessário que se produza frutos dignos de arrependimento. Espera-se que a árvores boa produza bons frutos, pois árvores más serão cortadas.
Será que nós também não nos achamos importantes, só porque fomos batizados ou por frequentarmos regularmente cerimônias e rituais religiosos? Será que também não gostamos de ouvir palavras que nos chamam a atenção para os nossos desvios, falhas morais e éticas, cobiça, falta de amor ao próximo e ao meio ambiente? Nós nos julgamos acima de qualquer suspeita? Ou quantas vezes desanimamos frente às dificuldades que a vida nos apresenta? Podemos encontrar em nós alguns sinais da presença do Reino de Deus em nossa vida?
João Batista procura pelos sinais da presença do Reino de Deus em Jesus, o Galileu que ele havia batizado. E Jesus não o decepciona. Manda dizer-lhe que os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e os pobres recebem o Evangelho. E felizes são aqueles que não abandonam a sua fé em mim!” Certamente João Batista conhecia a mensagem do profeta Isaías: Digam aos desanimados: 'Não tenham medo; animem-se, pois o nosso Deus está aqui. Ele vem para nos salvar, ele vem para castigar os nossos inimigos. Então os cegos verão e os surdos ouvirão; os aleijados pularão e dançarão, e os mudos cantarão de alegria. Pois fontes brotarão no deserto, e rios correrão pelas terras secas'” (35.4-6).
O nosso Deus está aqui! Jesus é o Messias! Esta é a certeza que consola, anima, conforta João Batista na prisão e confirma a sua missão, que chamava pessoas ao arrependimento de suas más ações, preparando o caminho do Reino. Jesus diz aos seus seguidores para que creiam em João, pois ele preparou o caminho da santidade, da restauração. Ele nos conclama a ouvirmos esta mensagem.
Este reino irrompe na humanidade com os sinais que Jesus faz para que as pessoas creiam que ele é o Redentor, o Salvador prometido no Salmo 146.6-10: O Senhor sempre cumpre as suas promessas; ele julga a favor dos que são explorados e dá comida aos que tem fome. O Senhor Deus põe em liberdade os que estão presos e faz om que os cegos vejam. O Senhor levanta os que caem e ama aqueles que lhe obedecem. O Senhor protege os estrangeiros que moram em nossa terra; ele ajuda as viúvas e os órfãos, mas faz com que fracassem os planos dos maus. O Senhor será Rei para sempre. Ó Jerusalém, o seu Deus reinará eternamente. Aleluia!”
Este enfrentamento do Reino com a situação humana traz conflitos, produz mudanças, tira do comodismo. Perturba todos aqueles que querem continuar em seus caminhos trôpegos. O Reino fatalmente traz o confronto, a cruz e a perseguição. Assim foi com João Batista. Assim foi com Jesus, que foi levado à morte por amor de todos nós, para nos trazer salvação, nova vida, esperança. Jürgem Moltmann, evangélico, chamado de o Teólogo da Esperança, afirma em sua obra O Espírito da Vida, no capítulo VI, a justificação da vida: Como poderá a vida retornar a este mundo de injustiça, onde uns são privados de seus direitos e outros se tornam injustos? Isto só pode acontecer quando a justiça de Deus devolve os direitos aos que deles foram privados e corrige os injustos, tornando justos uns e outros. É só a justiça que constrói a paz.”
A mensagem de Deus, através de seus profetas, traz fé, novas coisas, mudanças, restauração. Traz cura para os males da humanidade. Traz a possibilidade do arrependimento e do perdão. Felizes são os que confiam e não abandonam a fé em Jesus. As promessas do Criador de tudo estão à disposição de todos e não falham. Já há sinais da presença do Reino de Deus, que se tornará pleno no grande dia da restauração, no fim dos tempos. À
medida que o Reino se implanta, ele estabelece um caminho de integridade física e espiritual. O Reino de Deus é como uma plantação que vai crescendo até o tempo da maturidade. A vola do Senhor é a garantia de sucesso desta empreitada, que trará frutos preciosos.
Somos árvores boas, nascemos da água e do Espírito. Portanto, estamos capacitados a produzir bons frutos, a dar sinais da presença do Reino de Deus. Assim como João Batista, também somos consolados, animados, confortados e podemos participar da missão de Deus, chamando as pessoas ao arrependimento das suas más ações, auxiliando na implantação do Reino de Deus entre nós. Podemos ouvir a mensagem dos profetas a respeito do Reino de Deus, crer nela e com esperança participar dos processos de restauração da sociedade.
Se somos injustiçados, podemos buscar forças e termos esperança no Senhor; se somos injustos, podemos nos apegar à misericórdia e ao perdão do Senhor, e restabelecer a justiça. Podemos ter confiança e esperança, participando das ações concretas do Reino de Deus, em prol da restauração de todas as coisas. Ter paciência e esperança, participar de todos os processos, observar os sinais das épocas, encarar os sofrimentos como parte do desenvolvimento e ser sábios na condução da vida diária.
A presença e a volta do Senhor são garantia de sucesso desta empreitada, que trará frutos preciosos. Felizes são os que confiam no Deus de Jacó. Pastos verdejantes e águas tranquilas de novo estarão à disposição das ovelhas do Bom Pastor. O lugar onde os maus habitavam será o lugar dos bons, daqueles que esperam em Deus. Não haverá morte nem tristeza, nem decepção, nem lágrimas. Então o Rei dirá aos que estão à sua direita: 'Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo. Pois eu estava com fome, e vocês me deram comida; estava com sede e me deram água; era estrangeiro, e me receberam na sua casa. Estava sem roupa, e me vestiram. Estava doente, e cuidaram de mim. Estava na cadeia, e foram me visitar.' Então os bons perguntarão: 'Senhor, quando foi que o vimos com fome e lhe demos comida ou com sede e lhe demos água? Quando foi que vimos o Senhor como estrangeiro e o recebemos na nossa casa ou sem roupa e o vestimos? QUANDO FOI QUE VIMOS O Senhor doente ou na cadeia e fomos visitá-lo? ' Aí o Rei responderá: 'Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que o fizeram.'” Mateus 25.34-40. Amém!



2º Domingo no Advento
Mateus 3.1-12
Façam Coisas que Mostrem que Vocês se Arrependeram dos seus Pecados!

É tempo santo de Natal! Já estamos no segundo domingo de Advento. Os preparativos do Natal correm em alta velocidade ao nosso redor. Ou melhor, quem sabe nem existem reais preparativos, mas apenas pessoas correndo atrás do relógio, das compras, do comércio ou qualquer outra coisa sem relação direta com o verdadeiro sentido do Natal.
O dia 5 de dezembro é o dia do voluntário – um dia para homenagear e agradecer a cada um de vocês, irmãos e irmãs da igreja, que realizam tantos trabalhos aqui, sem serem remunerados diretamente. Nossos voluntários aqui são os que ocupam cargos nas diretorias, que trabalham nos departamentos, que dirigem a escolinha bíblica. Enfim, quase tudo o que fazemos na igreja é trabalho voluntário. Obrigado a cada pessoa!
Este Dia do Voluntário também quer homenagear as pessoas que dedicam parte do seu tempo, do seu conhecimento e da sua profissão em favor do bem comum da cidade, do estado e do país. São pessoas que acreditam em uma sociedade mais justa e humanizada. Nós cristãos também podemos crescer nesta prática, fazendo do trabalho voluntário mais uma oportunidade de anunciar boas notícias de vida e cidadania, mostrando por palavras e atitudes que o Reino de Deus chegou até as pessoas, e que o arrependimento e a fé incluem cada um na salvação que o Natal anuncia em Jesus Cristo.
1. Arrependam-se dos seus pecados. A mensagem de João Batista era de preparação para a chegada do Messias. Ele falava do arrependimento como mudança de rota, mudança de rumo; uma guinada na vida era a oportunidade de participar da salvação em Jesus.
João anunciava a necessidade do arrependimento dos pecados e a fé em Jesus Cristo para a salvação das pessoas. Esta mensagem também é para nós. Somos cristãos de outra geração, claro. Já conhecemos o Evangelho. Já aprendemos muito sobre a vida e a obra de Jesus por nós, mas permanecemos pecadores. Por isso, arrependimento e perdão são assuntos práticos e diários também na nossa vida. Facilmente queremos justificar nossos pecados e amenizar a culpa dando explicações porque os cometemos. Mas não há lugar para explicações e justificativas para os pecados. Apenas o arrependimento e a fé são formas de encontrar o perdão em Jesus. Explicar e justificar são formas que a nossa natureza humana usa para nos enganar e amenizar o sentimento de culpa e de vergonha pelo que fizemos. E normalmente a nossa natureza nos tenta levar por um caminho que busca justificar-se no fato de todo mundo ser pecador, que não somos os únicos a pecar.
Esta é uma estratégia de Satanás para nos manter escravos do pecado e dele próprio. O arrependimento e a fé nos afastam das tentações, mas é a presença do Espírito Santo que nos torna vencedores.
“Arrependam-se dos seus pecados” é uma mensagem que cada um de nós tem o privilégio de anunciar às pessoas do nosso tempo. A cultura e alguns argumentos a favor do “politicamente correto” estão trabalhando contra um elemento fundamental da fé cristã: o arrependimento. Para que uma pessoa perceba seu erro, ela precisa ser confrontada com a Palavra de Deus, que mostra a pura e clara vontade de Deus. Não somos chamados para dizer para as pessoas o que achamos sobre uma ou outra coisa, mas para anunciar , sob o poder do Espírito Santo, qual é a pura e santa vontade de Deus. Este ato de pregação não nos torna inimigos de pecadores, mas é feito com profundo amor e compaixão, na busca do arrependimento, da fé e da salvação de todos.
2. A salvação chegou até vocês. As profecias da vinda de Jesus estavam se cumprindo. Jesus estava entre o povo e seu ministério de reconciliação da humanidade estava por iniciar. João Batista foi o instrumento de Deus para anunciar este fato. “O Reino do céu está perto”. Esta é uma expressão que significa a mesma coisa do que “o Reino de Deus está aqui”. Na verdade, este anúncio significa: Deus está aqui.
Esta realidade da presença de Deus se dá em todos os lugares onde um filho ou uma filha dele abre a boca e fala do Evangelho, ou por meio das suas atitudes, por meio das que ele ou ela testemunha que Jesus está em seu coração. Assim como João Batista foi instrumento de Deus para preparar o caminho para Jesus chegar, eu e você, e toda a igreja, somos instrumentos deste anúncio para Jesus chegar às pessoas e estabelecer o seu reino, ou seu governo, dando a direção da salvação eterna a todos os que creem. Rm 15.11 pronuncia isso de forma muito simples: “Todos os que não são judeus, louvem o Senhor! Que todos os povos o louvem”! A missão de Jesus é incluir na salvação também os que não são judeus. Exatamente como o texto diz: “Que todos os povos o louvem!” O louvor é expressão de alegria e fé. Esta é uma forma de resposta daqueles que se arrependeram e creram no Evangelho.
Quem são as pessoas próximas de você que ainda não creem na salvação? Como elas crerão? É preciso que alguém pregue! Você já pensou que é um instrumento de Deus para que o seu Reino chegue até elas?
Às vezes estamos tão próximos que ficamos até constrangidos de abordar uma pessoa e testemunhar. Neste momento precisamos pensar na igreja. Quem é o irmão ou a irmã que eu vou colocar em contato com essa pessoa a quem eu quero que o Evangelho do arrependimento e da fé seja pregado? Ainda assim estarei sendo um instrumento de Deus para levar a salvação àquela pessoa. Existe muito a fazer. Cada um de nós tem muitas pessoas conhecidas que certamente não queremos ver na condenação eterna. Lembremos: “A fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação a respeito de Cristo (Rm 10.17)” Portanto, vamos falar!
3. Vocês fazem parte da salvação que está acontecendo. Cada geração de cristãos tem o desafio de anunciar o Evangelho ao povo do seu tempo. E este anúncio se dá de forma espontânea quando nós valorizamos o culto, o Estudo Bíblico, a participação na Santa Ceia e o exercício da vida cristã, que se expressa na honestidade, no respeito e na ética. As virtudes cristãs são um testemunho. Sim, são coisas práticas que fazemos e que anunciam o que cremos.
A vida só tem sentido se lá no final o destino for a eterna bem aventurança com Cristo no céu. Este lugar é preparado por Jesus e dado por meio da fé a cada um que crê. Este é o presente que estamos recebendo quando mais uma vez estamos celebrando o Natal. Este é o presente que temos para distribuir a tantos que convivem conosco. Já bem perto o Natal de Jesus. Amém.

1º Domingo no Advento
Mateus 24.36-44
O Dia e a Hora estão Marcados: Jesus está Voltando!

Salmo 122. A alegria da chegada. Eis que Jerusalém e a casa do Senhor se aproximam – chegamos. As provações de um expatriado e os riscos de viagem agora são ofuscados pela alegria que já inicialmente encantou o peregrino a fazer a viagem.
Paz. A visão da paz. O som e o sentido do nome Jerusalém, cujas sílabas finais sugerem a palavra paz, definem o tom deste salmo. A busca pela paz (segurança e prosperidade). O que Jerusalém era para o israelita, a igreja é para o cristão.
Isaías 2.1-5. A importância do texto está no fato de apontar para Cristo, o Messias. O v. 2 fala que nos “dias vindouros” Deus estabelecerá o “monte mais alto de todos os montes”, referindo-se ao Reino do Messias e à sua igreja. Jesus será o verdadeiro profeta, sacerdote e o fundamento da igreja. A igreja é composta de “pedras vivas” e está construída sobre o fundamento que é Cristo, e as “portas do inferno não prevalecerão contra ela”. O culto da igreja será em espírito e verdade.
Os vv. 3 e 4 falam da poderosa abrangência de Cristo e da sua igreja estabelecida, bem como dos resultados de transformação espiritual e de salvação. Deus em todo o mundo, a qualquer pecador que creia.
O v. 5 diz que, depois das inumeráveis promessas de esperança e de glória, o próprio povo de Deus será convocado a viver na “santa luz do Senhor”. Enquanto o “sim e ainda não” persiste, os crentes são encorajados e equipados para a missão de Deus – Cristo para todos!
Romanos 13.11-14. Este é um hino de esperança. v. 11: os cristãos sabem da salvação e que a hora é chegada; a plenitude da graça é eminente. Que maravilha!
Portanto, o cristão, vivo no Espírito, saberá agir como convém diante das oportunidades de missão da Igreja. Ele foi tirado da indiferença e vive por Cristo, o seu Senhor.
Sabedor da eminência do fim, o cristão permanecerá em luta pela “fé evangélica”. Esta é uma luta diante das forças do mal. O crente procura se manter firme, não cair da fé. O Espírito o mantém firmado na Palavra e nos sacramentos. Deus seja louvado, por tamanha graça e amor!
Vv. 12,13 e 14: vida exemplar, focada em Cristo. Só em Cristo é possível deixar a vida carnal e optar pela vida espiritual, em uma conduta condizente com um filho de Deus. É o viver a nova vida, um novo estilo de vida, pois o grande dia da salvação se aproxima (Gl 3.27).

O dia e a hora estão marcados. “O dia final”, “a vinda do Filho do Homem” - isto certamente vai acontecer (v. 36).
V. 37-39: ao chegar o dia, muitos estarão desprevenidos. “Vivendo por viver”.
V. 40,41: É certo que na fé em Cristo há salvação. É certo que na descrença há condenação (Mc 16.16; Mt 25.34,43).
V. 42-44: Proposta de vida: viver e andar com Cristo, dia após dia e, por fim alcançar a tão almejada e feliz vitória para toda a eternidade. Deus nos guarde nesta fé até o fim! Amém.
Estamos no período de Advento. Advento significa “vinda”. A cor azul dos paramentos simboliza a meditação sobre a vinda de Jesus entre nós, para no salvar. Sabemos disto e com muita festa celebramos a nossa salvação no dia de Natal. Estamos nos preparando para esta festa!
No entanto, meus amados, o Evangelho de hoje nos aponta para a vinda de Jesus em definitivo. Ela poderá ser uma festa para uns e tristeza para outros; para a salvação ou para a perdição; para a vida eterna ou para a condenação eterna!
Na plenitude dos tempos, diz a Palavra, Deus enviou o seu Filho amado para nos salvar. Pagou a culpa do nosso pecado. Jesus continua vindo, pela Palavra, e anuncia salvação a todo pecador e o chama à fé pelo Batismo. Jesus continua vindo!
A tentação é de imaginarmos apenas um Jesus histórico, o menino de Belém, o servo sofredor na cruz, a ressurreição, e apenas isto. No entanto, Jesus continua sendo ontem, hoje e sempre”. Ele continua atuando. E continua vindo. Ele está vindo, nos diz o Evangelho de hoje, para definitivamente estabelecer o seu Reino Eterno. Isto certamente vai acontecer (v. 36).
O Evangelho nos apresenta um alerta importante: vv. 37-39 – ao chegar o dia, muitos estarão desprevenidos. Estarão vivendo por viver”.
Deus nos amou profundamente em Cristo. Não deixemos cair das nossas mãos o presente da salvação. Por quê? Porque corremos o sério risco de sermos derrotados pelos nossos desejos pecaminosos. Por isso devemos deixar de lado a vida mundana, tudo aquilo que atrapalha o nosso relacionamento com Deus; tudo aquilo que impede a ação do Espírito Santo em nossa vida. O Evangelho nos lembra das bebedeiras, orgias, imoralidades, brigas, ciúmes – estas coisas podem destruir a nossa vida espiritual.
Vv. 40,41: é certo que pela fé em Jesus Cristo há salvação. É certo que na descrença há condenação (Mc 16.16, Mt 25.34,41).
Todo aquele que crê nele está salvo. Isto não é mais uma surpresa para nós. Nós cremos nisto! O que precisamos é de vigilância! O cristão precisa estar sempre alerta! Tomar cuidado!
Vv. 41-44: o próprio Evangelho de hoje nos apresenta uma proposta de vida: viver e andar com Cristo, dia após dia, e por fim alcançar a tão almejada, desejada e feliz vitória para toda a eternidade. Deus nos guarde nesta fé até o fim! Amém.
(Portas Abertas 18 e Preciso Falar 25, pp. 225-227)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016


Último Domingo Após Pentecostes
Colossenses 1.13-20
Transportados da Morte para a Vida!

Os meios de transporte estão ada vez mais eficientes e velozes. Por meio deles somos transportados de um lugar para outro com facilidade, agilidade e eficiência. Por meio deles podemos conhecer o mundo. É maravilhoso poder viajar pelos lugares e explorar suas riquezas culturais!
Muitas pessoas, quando realizam uma viagem, voltam deslumbradas com tudo de novo que viram. Por algum tempo ficam se lembrando de como era lindo aquele lugar que visitaram, e até podem se esquecer dos problemas que vivem, ou até mesmo de como é o lugar onde moram.
Paulo diz que “nossa pátria está no céu” (Fp 3.20). Somos salvos, temos a vida eterna, mas ainda estamos aqui. É como se estivéssemos em uma viagem. Nesta viagem, o encantamento pelas coisas dese mundo, conforme as palavras de Jesus no Evangelho da semana passada, pode nos fazer esquecer da nossa pátria celestial.
Levando essa realidade em consideração, estudemos as palavras de Paulo aos Colossenses, em especial o versículo 14. Este versículo anuncia que o “Filho do seu amor”, ou seja, o “amado”, é aquele no qual cada pecador tem a redenção, a remissão, o perdão dos pecados.
A palavra redenção é um termo fundamental na Bíblia. Ele compreende toda história da salvação, desde a remissão dos pecados até a ressurreição dos mortos.
Vivemos dias de analfabetismo funcional. Muitas pessoas sabem ler, mas ao conseguem fazer a devida interpretação de textos e operações matemáticas simples. Por isto, é importante e necessário entender o que é redenção.
A palavra vem do latim “redimere”, que é uma tradução do grego “Lutrosis” ou “apolutrosis”. Ele significa resgate, libertação através do pagamento de um resgate, soltura de quem está em escravidão ou prisão por dívida não paga.
O sentido teológico é bem mais amplo e profundo do que o sentido gramatical. No entanto, mesmo se ficássemos apenas com o conceito gramatical, a palavra já traz um enorme significado.
Os filhos da promessa, ou seja, os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó estiveram escravizados no Egito. Quando Deus, em sua graça e misericórdia, interveio, ele libertou o seu povo da escravidão. Por 40 anos caminhou com o povo livre pelo deserto. Mesmo caminhando pelo deserto, as pessoas sabiam que a sua terra era a nova terra, Canaã.
Como cristãos do século XXI, estamos livres, somos filhos de Deus. Fomos libertados do poder do diabo e da morte eterna e estamos caminhando pelo deserto. Mas não fomos resgatados para viver eternamente neste deserto, onde reinam as lágrimas, as injustiças, a violência. Fomos resgatados, comprados “com o santo e precioso sangue de Jesus”, para pertencemos a ele e vivermos com ele na nova terra, no novo céu. Paulo diz: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1.13-14).
Transportados – de um reino para outro reino. Esta palavra, ou como diz o termo grego, “transferidos”, resume muitíssimo bem o que é redenção. Fomos transferidos de um lugar para outro. A transferência foi extraordinária. Saímos das trevas para a luz, da morte para a vida, da perdição para a salvação.
A carta aos Colossenses é uma das mais breves do apóstolo Paulo. Ela tem como diferencial o fato de ter sido escrita para uma congregação que ele não fundou pessoalmente. A cidade de Colossos ficava a cerca de 160 km de Éfeso, e a congregação foi fundada pelo ministério de Epafras, no período em que Paulo esteve em Éfeso por três anos. A maioria dos cristãos daquela congregação era gentílica. Eles foram perdoados dos seus pecados e transferidos para o reino do Filho do seu amor”.
Os cristãos da cidade de Colossos, mesmo tendo sido redimidos, perdoados, transportados de uma situação para outra, estavam sendo ameaçados pela heresia colossense. Paulo soube disso quando, na prisão, recebeu a visita de Epafras (1.8).
Um grupo da congregação havia se desviado do padrão doutrinário cristão. Correntes de pensamento de fora da igreja estavam sendo bastante atrativas para muitos cristão de Colossos. Esta corrente de fora estava estragando a doutrina cristã com suas seguintes atrações: 1) cerimonialismo (2.16-17; 2.11; 3.11); 2) ascetismo (2.21; 2.23); 3) culto a anjos (2.18); 4) diminuição da importância e do papel de Jesus Cristo (1.15-20, nosso texto em questão, 2.2-3.9); 5) conhecimento secreto (2.18 e 2.2-3); 6) apelo à sabedoria e tradições humanas (2.4,8).
Todas estas questões estavam sendo misturadas e buscavam complementar o Evangelho. Em Cl 1.15-20, o apóstolo Paulo prepara terreno para tratar destas questões. Nestes versículos ele exalta a superioridade de Jesus Cristo. Ele é Senhor da criação e da reconciliação. Ele é o mediador entre Deus e os seres humanos.
Somos redimidos. Somos os transferidos. Mas ainda estamos em mudança, ou melhor, em viagem. Vamos curtir essa viagem. Mas precisamos ter cuidado para não esquecer o check-in, pois sem o mesmo não há embarque.
Como filhos redimidos, muitos são os que estão vivendo suas vidas simplesmente se aproveitando da viagem. Não que isso seja ruim, mas o perigo é se esquecer daquele que nos transportou da morte para a vida, das trevas para a luz – o Salvador Jesus Cristo. Amém.
(Portas Abertas 18 e Preciso Falar 25, pp. 222-224).

sexta-feira, 28 de outubro de 2016


Culto da Reforma
João 8.31-36
Jesus é a Verdade que nos Liberta!

Se exite uma palavra que cativa, que chama a atenção de cada um de nós, ela certamente é “liberdade”. Podemos até dizer que a “liberdade” existe de diversas formas. As propagandas comerciais vendem a ideia, o desejo de sermos livres, de termos a liberdade para fazermos o que bem queremos”. Algumas pessoas começam a sentir o gostinho de liberdade quando começam a trabalhar, garantindo assim seu sustento próprio e deixando assim de ser dependentes.
Há algo muito profundo dentro de nós que deseja, que aspira pelo sentir-se livre. No entanto, também há algo bem fundo dentro de nós que diz que ainda não o somos.
O texto de João, há pouco lido, fala sobre “liberdade”. E ao mesmo tempo em que ele fala sobre a liberdade, ele aponta para a única forma de consegui-la, ou seja, por meio da “verdade”: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32).
Mas que “verdade” é essa? Em um mundo em que existem várias verdades, vários caminhos, será possível afirmar que existe uma única “verdade que liberta”? Esta poderia ser a pergunta de cada um de nós. Essa foi a pergunta do povo judeu. Como é que eles, que eram descendentes de Abraão, poderiam ser escravos; ou pior ainda, almejavam ser livres? E como poderia algo tão subjetivo como a verdade” os tornar livres? Com a sua objeção os judeus provaram neste diálogo que não eram livres, porque não conheciam a verdade sobre eles mesmos.
O povo judeu não compreendeu que Jesus estava falando da escravidão que atinge a todas as pessoas em todos os tempos; que não faz distinção entre “filhos de Abraão” ou “gentios”, mas que aprisiona a todos: a escravidão do pecado: “Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado” (v. 34).
Esta foi a realidade que Martinho Lutero descobriu, da qual ele próprio sentiu falta em sua igreja: o reconhecimento do pecado humano e da ação graciosa de Deus em nos libertar desta escravidão.
E quando a “verdade” e o permanecer firme na “Palavra” foram sufocados na igreja é que uma reforma se fez necessária. Não uma reforma com vistas à liberdade de crença. Nem mesmo com a intenção de se criar uma nove denominação, mesmo que isto tenha se tornado necessário depois. E muito menos uma reforma para se criar uma nova fé. Mas antes, uma reforma que trouxe de volta aos pecadores o consolo e a graça de Deus; uma reforma que colocou a “verdade que liberta” novamente em primeiro lugar na vida do povo de Deus.
E desta liberdade da qual Jesus fala ao povo e a qual Lutero via como o maior tesouro da igreja. Somente ela nos torna verdadeiramente livres do pecado e da condenação eterna; dos terrores da nossa consciência, que sempre de novo nos mostra o quão pecadores somos e o quão longe estamos de Deus. E a verdade que nos traz liberdade é esta: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” v. 36).
Nestas palavras repousam toda esperança, toda liberdade, todo consolo que a “verdade” que liberta pode trazer. Paulo reflete sobre ela da seguinte maneira: “Que Deus estava com Cristo (Filho, verdade) reconciliando consigo o mundo” (2Co 5.18). Negar esta verdade significa negar a própria liberdade.
Quando colocamos a nossa confiança em outros caminhos, em outas verdades, estamos longe de conseguirmos a verdadeira liberdade. E quando isto acontece, nossa fé está em perigo, a nossa salvação está em perigo, a nossa vida está em perigo. E isso tudo acontece porque estes caminhos são falsos. E eles nos desviam da Verdade”, do “Filho”, e de tudo aquilo que ele fez para nos dar a liberdade e a vida. E quando isto acontece, necessitamos urgente de uma nova reforma. Uma reforma que, assim como aconteceu com Lutero e a igreja do século XVI, coloque novamente Cristo no centro da pregação e da ida do povo de Deus, da sua Igreja.
Este é o único e verdadeiro caminho que conduz a cada um de nós à liberdade; que nos traz perdão, consolação e esperança; que revela a nós o amor de Deus e sua misericórdia. Quem nos dá a vida eterna é o Salvador Jesus. É em sua morte e ressurreição que encontramos a “Verdade” libertadora.
O reformador Martinho Lutero compreendeu muito bem o valor da obra de Jesus em favor de todos. Ele escreveu: “Creio que Jesus Cristo… é meu Senhor. Pois me remiu a mim, homem perdido e condenado, me resgatou e salvou de todos os pecados, da morte e do poder do diabo; não com ouro ou prata, mas com seu santo e precioso sangue e sua inocente paixão e morte, para que eu lhe pertença...” (Explicação do 2º Artigo do Credo, Catecismo Menor).
Lutero via perdão e liberdade na morte e ressurreição de Jesus – liberdade do pecado, da morte e do poder do diabo. E agora, por meio de Jesus, ele reconhece que também se torna filho de Deus.
Quando confessamos que somente em Jesus encontramos a verdade que liberta, também reconhecemos que recebemos dele vida, perdão e liberdade. E somos também tornados filhos de Deus.
Certamente temos muitas ideias sobre liberdade. E talvez nenhuma delas nos dê a verdadeira definição do que é liberdade. Mas Jesus nos mostrou onde podemos encontrar a verdadeira liberdade – uma liberdade que traz a cada um de nós vida, perdão e salvação; que nos liberta da escravidão do pecado, da morte e do diabo e que nos dá a certeza do amor de Deus por nós; uma liberdade que aponta para o único e verdadeiro caminho para a nossa salvação: Jesus Cristo. É por meio desta liberdade que podemos com confiança afirmar “Jesus Cristo é a Verdade que nos liberta”. Amém.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016


20º. DOMINGO APÓS PENTECOSTES
TEXTO: LUCAS 17.1-10
TEMA: A Boa Oração: Senhor, aumenta-nos a fé!

Quando os discípulos clamaram ao Senhor “aumenta-nos a fé”, eles estavam reconhecendo que somente assim poderiam agir como verdadeira igreja, preocupados com a manutenção do Reino de Deus. Então eles oram para:
1. Estar bem prevenidos contra as armadilhas mortais – os escândalos.
Armadilha dos outros contra nós. Há um sinal de alerta no ar. Acautelai-vos, pois “todos os espíritos do anjo das trevas procuram a derrota dos filhos da luz”. Assim se descreve o objetivo do diabo em relação ao mundo: enganar, derrubar, atrapalhar, matar a fé dos filhos de Deus. É assim que os filhos do mundo agem em todos os momentos, em qualquer situação. Tudo é feito com o objetivo de dificultar a nossa fé. Jesus disse: “Quem não é por mim, é contra mim; quem comigo não ajunta, espalha” (11.23). O cristão é chamado a vigiar e a crescer em tudo naquele que é o cabeça, Cristo, para que não seja enganado “pela astúcia com que induzem ao erro”.
A tentação e a sedução à apostasia são realizadas com muita astúcia e sutileza. Assim, muitos são os que caem em pecado por aceitarem passivamente os convites mundanos. Por trazer consigo a natureza pecaminosa, até gostam quando um “amigo” os convida para um futebol bem na hora do culto, ou para uma festinha, ou um passeio “inadiável”, ou até mesmo para um trabalho extra. Isto é como sentir prazer em tropeçar na armadilha, principalmente quando a queda se dá na alma. Nem queremos condenar aqui quem faz as armadilhas por parte do mundo (pois o mundo jaz do maligno) – como que querendo nos justificar, culpando alguém por nosso pecado. Foi assim que Adão agiu: “A mulher que tu me deste...”. É preciso que cada um olhe para dentro de si e reconheça a sua pecaminosidade. Por ignorância ou conveniência cometemos pecados que nos afastam de Deus e nos
colocam no caminho da perdição. Ao reconhecermos este fato, e o confessarmos, temos a promessa do Pai de que ele é fiel e justo para perdoar todos os nossos pecados.
2. Nossas armadilhas contra os outros.
Se precisamos nos prevenir contra as armadilhas que os outros colocam em nosso caminho, maior ainda deve ser o nosso cuidado para que nós mesmos não sejamos escândalos para os “pequeninos”. Porque ai do homem pelo qual o escândalo vem, diz a Palavra de Deus.
ESCÂNDALO é fazer tropeçar, ofender e atrapalhar. Ele surge não só por atitudes injustas e maldosas, mas também por falta de atitudes positivas em favor do irmão; não apenas praticar o mal, levando-o a pecar, mas também deixar de praticar aquilo que for necessário para a sua salvação.
É algo muito grave afastar alguém de Deus e levá-lo a pecar. Isso seria destruir aquilo que Deus construiu, separar o que Deus ajuntou – em última análise, é ser inimigo de Deus. Jesus condena severamente esta atitude e diz que seria uma tremenda vantagem se, antes que um homem arruinasse a vida de outro, fosse jogado ao mar com uma grande pedra de moinho atada ao pescoço, pois do fundo do mar ele não poderia sair e onde não haveria outro cristão a quem pudesse atrapalhar. Tal pena deve ser considerada como a única que está de acordo com o crime de destruir um dos filhos de Deus sem experiência.
Quantos são os que sempre estão prontos a conduzir um irmão ao erro! Quantos são os que estão sempre dando motivo aos fracos e indefesos na fé de se desviarem de Jesus pelo seu comportamento e pelo seu mau testemunho de vida. Por exemplo, pais que se esquecem da responsabilidade de levar os seus filhos a Cristo, que não se importam se eles vão ou não à escola bíblica infantil, ao catecismo ou até mesmo aos cultos. Alguns até dizem: “filho, vai à igreja”, mas se recusam a dizer: “filho, vai à igreja COMIGO”, pois não estão dispostos a algum sacrifício. Ainda dizem que, quando os filhos forem grandes, saberão o que decidir e o que fazer.
Quando semana após semana o filho presencia as discussões e as brigas dos pais, que negam o perdão um ao outro e até descaradamente vivem no pecado da desonestidade, infidelidade, na falta do domínio próprio e tantos outros frutos da carne, então no domingo (dia do culto) participam da Santa Ceia sem demonstrar nenhum sinal de arrependimento e desejo de mudar de vida. Assim estão ensinando a hipocrisia, estão atrapalhando, estão sendo tropeço. Jesus diz: “Ai do homem pelo qual vem o tropeço”.
Muitos praticam uma liberdade ilimitada na vida cristã e, abusando dela, fazem outros tropeçarem. Assim acontece, por exemplo, quando moças cristãs ainda não aprenderam a diferença entre o lícito e o que convém, usam trajes inadequados e se tornam uma forma de tentação no caminho dos outros, sendo a causa de tropeços.
Jesus diz: “Ai do homem pelo qual o escândalo vem”. “Ai” não é uma simples advertência, acusação ou exclamação, mas é uma sentença, um veredito que se realizará inevitavelmente, a menos que haja arrependimento e confissão.
Se você deliberadamente tem sido motivo de tropeço para alguém, ou tem atrapalhado alguém na sua fé, saiba que Deus está irado, pois você colocou-se obstinadamente como inimigo dele. Mas se você se arrepender e com o coração contrito buscar o perdão gratuito e amoroso de Jesus, que fez tudo para salvar a todos, você obterá o perdão e a reconciliação com Deus. Este Deus que “amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16), perdoará os seus pecados. Ele quer que todos cheguem ao conhecimento da verdade, creiam em Jesus e sejam salvos. Faça sempre a boa oração dos discípulos: “AUMENTA-NOS A FÉ – PARA ESTARMOS PREVENIDOS CONTRA AS ARMADILHAS MORTAIS, OS ESCÂNDALOS”.
3. Para ajudar-nos uns aos outros como irmãos.
Se já temos o mundo tentando atrapalhar os discípulos de tal maneira que pode destruir a nossa fé, devemos ajudar-nos uns aos outros como irmãos. Jesus quer que não nos esqueçamos dos outros, mas nos preocupemos para que os irmãos não caiam em pecado.
No momento em que um irmão comete um pecado, aquele que o vê ou que sabe deve ajudá-lo, mostrando-lhe a verdade e a possibilidade do perdão; deve repreendê-lo com o único propósito de chamá-lo ao arrependimento e a recuperação. Isto significa que não devemos simplesmente apontar o dedo acusador, colocando-nos em um pedestal de falsa santidade, como se disséssemos: eu não sou um pecador como você e por isso sou melhor do que você. Repreender sim, mas com o sincero desejo de não deixar o irmão debaixo da condenação de Deus. No momento em que o irmão se arrepender, Jesus ordena que ele deve ser perdoado.
Isto parece simples demais? O ofensor não merece ao menos um “castigozinho”? Jonas, o profeta, tinha este pensamento, contrário à vontade de Deus, diante do arrependimento dos ninivitas. No entanto, Deus lhe mostrou de que era misericordioso e compassivo. O povo de Nínive foi perdoado. Por Deus ser assim misericordioso é que cada um de nós ainda está na fé e tem o seu perdão. Assim como somos perdoados por Deus devemos perdoar os nossos irmãos.
Se Deus oferece o perdão ao pecador arrependido, por que vamos nós reter o perdão ao pecador arrependido e estabelecer penitências para ele? Conforme Lutero, esta é a grande e bendita função do sacerdócio real: libertar um irmão do seu pecado ao levá-lo ao arrependimento e anunciar-lhe o perdão de Deus, para alívio da sua consciência e uma vida de paz com Deus.
Jesus disse: “Se por sete vezes vier ter contigo, dizendo: estou arrependido, perdoa-lhe”. Esta é a nossa nobre missão no mundo: anunciar o perdão de Deus aos pecadores arrependidos e crentes na obra do Senhor Jesus Cristo.
Diante disso, é compreensível que os apóstolos tenham clamado por mais fé e também por uma fé forte; clamemos por mais fé para podermos fugir das armadilhas do pecado e para estarmos capacitados a ajudar os outros a permanecer com o Senhor e serem salvos. Amém.
(Portas Abertas 18 e Preciso Falar 25, pp.189-191)



domingo, 18 de setembro de 2016


18º Domingo após Pentecostes
Lucas 16.1-15
Como o Cristão deve Haver-se nas coisas do Reino de Deus!

Suplicamos na 3ª petição do Pai nosso: “Venha o teu Reino”. Oramos confiando que o Reino de Deus cresça nesta mundo. O que é que cada membro da igreja deve fazer para que isto aconteça? Como o cristão deve haver-se nas coisas no Reino de Deus? Deve deixar que elas se expandam, como epidemia que vai se alastrando, ou deve ser fiel à ordem de Cristo e empenhar-se na pregação do Evangelho? A resposta só pode ser uma, obviamente: Deus colocou nas mãos do seu povo o privilégio de cuidar bem do Evangelho. A primeira coisa, neste sentido, é que os “filhos da luz...”
1 – Devem ser fieis na administração das suas riquezas. A – O mesmo Deus que nos deu o Evangelho é o doador de todas as riquezas que possuímos. Podemos dizer que ele é o homem rico da parábola, pois confiou muitos bens e talentos aos seus administradores, os cristãos. Veja também, por exemplo, Adão e Eva. Deus lhes deu a vida e tudo. Como coroa da criação, deveriam cuidar de todas as coisas criadas. Esta agradável responsabilidade era harmoniosa e perfeita até a entrada do pecado no mundo. Por causa do pecado, o ser humano se tornou falho na sua administração do mundo de Deus e das riquezas que lhe concedeu tão bondosamente. Por causa disso:
B – DEUS REQUER FIDELIDADE de cada um de seus filhos. O que significa esta fidelidade? Que mostremos que somos fieis a Deus quando, de modo pleno e integral, expressamos CULTO E ADORAÇÃO A DEUS COMO SEUS FILHOS, pois toda a nossa vida é culto e adoração. Significa que devemos usar responsavelmente as nossas riquezas para cuidar: 1) da vida/saúde; 2) do bem estar pessoal e da família; 3) da educação; 4) do vestuário; 5) do necessitado; 6) e por fim, mas não por último, a favor do Reino de Deus. Em todo esse emaranhado de atividades, Deus pede o primeiro lugar. Ele quer ser sempre o primeiro e o único em nossas vidas. E mais: ele sempre pede as primícias”.
Jesus disse: Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito” (v. 10). Ora, você não pode ser fiel a Deus parcialmente, ou apenas uma parte de sua vida. Você é um cristão a toda hora. A cada instante você deve agir responsavelmente, seja para com a família, o trabalho, o lazer, e em tudo o mais.
Jesus também diz que você deve ser fiel na aplicação de parte das suas riquezas em favor do Reino de Deus. Estas riquezas (ofertas) que vão para a igreja são para a causa do Evangelho. Resumindo, a vontade de Deus é esta: que você seja fiel na administração de todas as suas riquezas – riquezas que ele tão bondosamente
concedeu a você, inclusive a riqueza do seu Evangelho. Nesta parte, ele pede que você também seja fiel nas ofertas.
C – ENCONTRAMOS, PORÉM, UMA SÉRIA DIFICULDADE EM NOSSAS VIDAS. Um problema que é apontado claramente por Lucas. Na verdade, são duas atitudes pecaminosas: 1º) A ATIVIDADE DO ADMINISTRADOR (V. 1). Ele foi denunciado como quem estava a desfrutar os bens do homem rico. Ele era um sujeito que estava roubando do seu patrão em suas transações comerciais; 2º) A ATITUDE DOS FARISEUS, que ridicularizaram a Jesus (vv. 14,15). Eles eram os ouvintes de fundo desta parábola. Lucas nos diz que eles “eram avarentos”.
Desonestidade e avareza: eis o quadro pecaminoso apresentado. Dois grandes problemas que atingem o cristão e que o impedem de ser fiel na sua administração. Muitas vezes somos tentados com avareza para darmos atenção a algumas necessidades da vida e deixar outras de lado. Não cuidamos em subdividir nossas tarefas e compromissos. Outras vezes, um filho de Deus gasta demais em tantos cuidados da vida que se esquece da sua contribuição para a igreja. Ele está sendo desonesto e avarento. Ele está sendo fiel no pouco. (É duro afirmar isto, mas é uma verdade latente no Evangelho).
Acreditamos que há exceções: Há casos de necessidade em que um irmão na fé precisa mesmo é da nossa ajuda, ao invés de lhe arrancarmos o pouco que tem. Porém, a coisa se torna séria mesmo quando há frieza e desinteresse em relação à igreja. Não interessam mais os cultos, a Santa Ceia, o estudo bíblico, as ofertas e, sabe lá, não há preocupação com as almas perdidas.
Esta atitude de desonestidade e avareza é reprovada por Jesus. É pecado! E, além do mais, impede o crescimento do Reino de Deus entre nós. Portanto, diz Cristo: “Quem vos dará o que é vosso?” Em outras palavras: se vocês são assim infiéis,, como é que podem esperar receber a salvação eterna?
Se a infidelidade no Reino de Deus é algo tão sério, que pode levar-nos à condenação, precisamos reconhecer o nosso pecado e nos arrepender. Precisamos mudar de atitude e nos apegar ao único que nos pode perdoar: Cristo! Ele sempre foi fiel no pouco e no muito. Por amor a nós, ele se dedicou fielmente à causa do Reino de Deus. Ele sempre teve um propósito: fazer a vontade do Pai. Ele foi obediente até a morte na cruz. Ele fez isso por você, porque lhe ama e quer a sua salvação. Ele empenhou-se ao máximo. Ele, na verdade, não quer as suas riquezas, mas a sua vida, o seu amor.
Jesus também quer salvar outras pessoas. Por isso ele quer a sua fidelidade! Você pode ser fiel porque Deus deu para você esta capacidade. Ele lhe deu tudo nesta vida, especialmente a salvação. Além da fidelidade, tem outra coisa que Jesus pede de nós aqui neste texto:
2. Que sejamos sábios e hábeis nas coisas do seu Reino.
A – SOMOS ESTIMULADOS A AGIR CONFORME O ADMINISTRADOR INFIEL. O quê? Como? Este conselho é surpreendente. Como entender?
Esta parábola apresenta uma dificuldade na sua interpretação. O problema está no elogio que é feito ao administrador (v. 8) que claramente foi um sujeito desonesto.
Note bem: não se está aprovando a atitude do administrador. Não se está aprovando a sua desonestidade, mas a sua habilidade (vv. 4-7). Jesus não está de acordo com seus atos desonestos, pois estes foram condenados no v. 1, onde lemos que “foi denunciado como quem estava a defraudar os bens do homem rico”.
Se nós nos perguntarmos qual é a principal lição desta parábola, a resposta é uma só: é a provisão, o preparo para o futuro. Não nos moldes do mundo, mas do Evangelho, porque, conforme o v. 13, “ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer-se de um e amar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”. Neste sentido, Jesus pede fidelidade a Deus – em tudo!
Jesus conclui a parábola dizendo: “Porque os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz”. Somos concitados a imitar o mundo na prudência, sabedoria, empenho, entusiasmo, ardor, fervor! Numa proporção muito maior, os filhos da luz devem se aplicar nas coisas do Reino de Deus. Estamos sendo hábeis em relação a isso?
B – O MUNDO ASSUME A SUA CONDIÇÃO NAQUILO QUE FAZ. a) Olhamos para os fariseus e os vemos acirrados em relação à própria religiosidade (vv. 14,15). Infelizmente, rejeitaram o Messias numa proporção condenatória. Além do mais, o seu modo de agir era “abominação diante de Deus”.
b) Olhamos para “os filhos do mundo” - para o modo como trabalham e vendem seus produtos: filmes, novelas, revistas, pornografia, etc. E conquistam o seu público, que gasta fortunas consumindo estes produtos.
c) Por outro lado, olhamos também para o trabalho dos cientistas e a sua dedicação às pesquisas tecnológicas. Vemos o seu empenho para descobrir novos caminhos que conduzam a um maior avanço científico para o bem da humanidade.
Admiramos estas pessoas e deveríamos imitá-las, não no que está errado em relação a elas, mas a sua sabedoria e habilidade, o seu empenho.
C – Você é um cristão. Um FILHO DA LUZ! Assuma quem você é! FAÇA PROVISÃO PARA O FUTURO, PARA A ETERNIDADE! A recomendação de Jesus é esta: “Das riquezas de origem iníqua fazei amigos, para que quando estas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos” (v. 9). Embora este versículo não seja o ponto climático da parábola, é aqui que encontramos a chave para a sua compreensão. É no sentido deste versículo que o cristão deve SER FIEL e 
usar toda a sua sabedoria.
Riquezas de origem iníqua”. O que vem a ser isso? São todas as riquezas deste mundo. Cada coisa deste mundo está manchada pelo pecado. Nesse sentido, todas as riquezas deste mundo são de origem iníqua. Assim, a instrução de Jesus é no sentido de usarmos sabiamente as nossas riquezas (inclusive: bens, dons, talentos, habilidades). E como? Fazendo amigos para o Reino de Deus. Quer dizer que nós, os cristãos, segundo Jesus, devemos usar as nossas riquezas em favor da causa do Evangelho de uma forma tão sábia e fervorosa quanto os filhos do mundo as usam para seus propósitos materiais.
Nossa verdadeira riqueza está no céu. Nosso propósito aqui na terra é de trabalhar em favor da pregação do Evangelho e assim fazermos amigos”. Então, diz Jesus, quando o dinheiro (riquezas) nos faltar, quer dizer, quando morrermos e o dinheiro não adiantar para mais nada, então os amigos que ganhamos para Deus nos darão boas-vindas no céu. O próprio Deus nos receberá com muita alegria. Haverá provisão maior e mais sublime que esta?
D – De que maneira você está aplicando as suas riquezas e os talentos que Deus lhe deu? Precisamos nos dedicar às coisas relacionadas ao seu Reino. Precisamos ser dedicados a ele. Somos filhos da luz, do grande Pai. E mais do que isso: ele nos deu o seu perdão e o seu amor. E ele nos capacita com muitas riquezas, materiais e espirituais, riquezas de origem iníqua e riquezas eternas em Jesus Cristo. Fomos todos chamados para servir. Não importa se você sabe muito ou pouco, se tem muito ou pouco; não importa a sua cultura: você deve servir. Todos nós temos uma tarefa designada por Deus! Seja ela qual for, devemos nos dedicar a ela com afinco.
Deus, o doador de todas as riquezas, que que sejamos fieis na administração de todas as coisas que ele nos deu neste mundo. “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará” (Jó 6.21). Da mesma forma, como os filhos do mundo são habilidosos no seu trabalho, muitas vezes pecaminosos, sejamos ainda mais acirrados e fervorosos na causa do Evangelho. Sabemos que, por fim, Deus nos dará o que é nosso. Ele nos receberá com alegria nos tabernáculos eternos. Amém!
(Portas Abertas 18 e Preciso Falar 25, pp. 182-185)

quinta-feira, 21 de julho de 2016


10º Domingo após Pentecostes
Lucas 11.1-13
Oração – uma expressão de fé!

Introdução. É muito interessante notar como muitos membros de nossas igrejas tem pouca noção de como orar. Tecnicamente sabem o que é orar, mas a prática deixa-se muito a desejar. Por outro lado, não é uma grande surpresa, pois os próprios discípulos de Jesus não tinham ideia de como colocar em prática o conceito da comunicação com Deus.
A verdade é que existem muitas maneiras de orar, e a oração que Jesus ensina aos discípulos é um modelo, um exemplo do relacionamento existente entre o ser humano e seu Criador. Outra coisa importante que se deve notar é que muitas vezes chamamos o Pai Nosso de “oração do Senhor”, quando ela deveria ser chamada de “oração dos discípulos”. (A oração do Senhor Jesus está registrada no Evangelho de João, no capítulo 17).
Também é importante ressaltar que a verdadeira oração é sempre uma expressão de fé e confiança naquele que nos ama e deu Jesus como Salvador. Na carta aos Hebreus nos é dito que nós podemos chegar ao “trono da graça de Deus” exatamente porque Jesus nos abriu as portas. Escute este texto: “Por isso tenhamos confiança e cheguemos perto do trono divino, onde está a graça de Deus. Ali receberemos misericórdia e encontraremos graça sempre que precisarmos de ajuda” (Hb 4.16).
Como Orar. Existem muitas formas de orar. Algumas pessoas oram em forma de diálogo com Deus. Podemos fazer isto? Com certeza, pois Deus nos dá a liberdade de chamá-lo de Pai. Mesmo que não seja um texto bíblico, o conhecido hino “Em Jesus Amigo Temos” nos diz que podemos chegar a Jesus em oração da mesma maneira como falamos com um “velho e bom amigo”, com quem conversamos em todas as oportunidades que temos, várias vezes por dia, como conversamos com alguém via celular ou enviando uma mensagem de texto. Fazemos isto quando acontece algo de bom, quando estamos enfrentando dificuldades ou quando alguém outro está passando por estas situações.
Outras pessoas preferem orar de maneira formal, ou seja, usando orações estruturadas e previamente escritas – como as orações da manhã e da noite escritas por Martinho Lutero.
Já outros preferem usar uma sequência, começando com Adoração, Confissão de pecados, Ação de Graças e concluindo com uma súplica em favor de outros e de si próprio. Este método nos ajuda a lembrar sobre diversos tópicos em uma oração. Também podemos orar usando cânticos e salmos.
 
Apesar de toda liberdade que temos em termos de oração, os discípulos pedem ajuda a Jesus. Ele recita para eles o Pai Nosso que todos conhecemos e que é um maravilhoso esboço de como orar. Começamos a oração que Jesus ensinou honrando a Deus e depois pedimos aquelas coisas de que precisamos, como pão, perdão e libertação do mal.
Mas a intenção de Jesus não é de que usemos somente esta oração, apesar de ser um excelente lugar para começar. Podemos usar diferentes métodos para nos comunicarmos com Deus, mas o mais importante é a nossa atitude.
Um menino de 11 anos encontrou um maço de cigarros e decidiu experimentá-los. Ele foi ao campo do lado da sua casa e depois de várias tentativas ele conseguiu acender um cigarro. Ele se engasgou com a fumaça e ficou com um gosto horrível em sua boca. Foi neste momento que ele viu o seu pai vindo em sua direção. O menino tentou esconder o cigarro e desviar a atenção apontando para uma placa de publicidade que anunciava a chegada de um circo. O menino disse: “Pai, podemos ir ao circo hoje à noite? Por favor, podemos?” O pai respondeu com voz firme: “Filho, nunca faça um pedido quando você estiver escondendo uma flagrante desobediência”.
Com que atitude você ora? Temos dúvidas? Somos vagos em nossas orações? Ou oramos de maneira agressiva, tentando determinar a Deus o que ele deve fazer? Ou será que existe um meio termo entre estes dois extremos?
Por um lado, não podemos ficar com medo de pedir a Deus aquilo que precisamos, afinal, Jesus nos deu a liberdade de chamar a Deus de Pai. Se as nossas orações não são feitas com confiança e convicção, sem pedidos concretos, estaremos apenas dizendo palavras sem muito sentido, mesmo que elas contenham muito louvor e gratidão.
Claro que podemos dizer a Deus: Deus, tu sabes o que é bom para mim. Por esta razão quero deixar a decisão para ti”. Porém, eu creio que é muito melhor que façamos pedidos específicos. Por exemplo, quando estou com muito fome eu peço para que a minha esposa prepare uma refeição. Eu não digo: “Hummm, eu preciso algo, mas tu sabes o que preciso; então deixo em tuas mãos decidir o que vais me dar”. Em vez disto, falo para ela com convicção: “Estou com fome. Podes preparar uma janta para nós? Ah, eu gosto muito de feijão, arroz, carne com molho e uma saladinha”. Eu creio que Deus deseja que sejamos gentis, amorosos, mas ele também quer que falemos claramente o que precisamos, pois isto demonstra fé! Tiago diz: “Porém peçam com fé e não duvidem de modo nenhum, pois quem duvida é como as ondas do mar, que o vento leva de um lado para o outro. Quem é assim não pense que vai receber alguma coisa do Senhor, pois não tem firmeza e nunca sabe o que deve fazer” (1.16-18).
 
E quando há problemas… Deus sempre deseja o melhor para nós. Mas como este mundo deixou de ser perfeito, problemas acontecem, e eles não parecem e realmente não são positivos para a nossa vida. Todavia, nós podemos ter a certeza de que Deus, em sua graça, pode transformar estas circunstâncias negativas em algo positivo. O apóstolo Paulo afirma isto em Romanos 8.28. Por esta razão é que podemos orar e agradecer a Deus, mesmo pelas dificuldades, porque ele as torna em bênçãos.
Claro, quando alguém que você ama tem câncer, ou quando você perde o seu emprego, ou quando há guerra, e quando violência e corrupção predominam, é difícil entender os motivos. É nestas situações que precisamos buscar a Deus em oração e pedir que ele interfira e modifique estas circunstâncias.
Jesus disse aos seus discípulos que, se tivessem fé suficiente quando orassem, poderiam ordenar que uma montanha se atirasse ao mar e isto iria acontecer. Peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês”. Foi isto que Jesus disse!
Também é bom lembrar que precisamos deixar tudo, absolutamente tudo, nas mãos poderosas e amorosas de Deus. E isto é outra demonstração de fé! Mesmo quando a situação é muito dolorosa, extremamente complicada, deixe Deus ser Deus. Mas um aviso: isto não é nada fácil. Deus decide o que vai fazer, mesmo quando nossos planos são diferentes dos dele.
Nós não podemos dizer a Deus como e quando ele deve fazer as coisas acontecerem. Todos nós fazemos isto por vezes. Confesso que tenho esta tendência, mas preciso lembrar de que Deus não é meu empregado, mas que é Senhor! Ele não está aí para satisfazer os meus desejos e acatar as minhas “ordens”. Ele atende as orações, mas sempre de acordo com o que de fato é melhor para nós, não necessariamente de acordo com o que nós pensamos ser o melhor.
Seguindo o exemplo de Abraão. Vamos visitar por alguns momentos o texto do AT. Aqui encontramos Abraão. Ele nos ensina uma lição sobre a oração: sermos persistentes com Deus. Parece que Abraão faz o papel de advogado de defesa ao apresentar o seu caso diante de Deus, o Juiz. Como Advogado, ele não abandona os seus “clientes”. Ele argumenta, fazendo todo o possível para que Deus mude o seu julgamento e não destrua as cidades de Sodoma e Gomorra.
A história é conhecida. Deus toma conhecimento da imoralidade das duas cidades e vai verificar a situação e chega à conclusão de que a destruição é iminente. Ele tem este direito, mas Abraão mantém a sua posição: Será que vais destruir os bons junto com os maus?” Ele pede que Deus imagine que existem 50 pessoas justas em Sodoma e Gomorra (o que não é um grande número de pessoas). Ele diz: “Não é possível que mates os bons junto com os maus, como se todos tivessem
cometido os mesmos pecados”.
Abraão sabiamente coloca a justiça de Deis diante da misericórdia de Deus. Basicamente o que ele diz é isto: um Deus de amor jamais faria isto!” E assim ele insiste. Então ele pergunta a Deus se destruiria a cidade mesmo que existam nela apenas 10 justos.
A persistência de Abraão é um exemplo da parábola da viúva e do juiz que Jesus contou em Lc 18. A viúva persistente ganhou a sua causa naquela parábola. Jesus ensina os discípulos a orar sempre e nunca desanimar.
Qual pé a lição aqui? Deus está disposto a ouvir e a considerar cuidadosamente os nossos pedidos em qualquer situação, mas se pedirmos o que é correto, pois ele próprio diz nas Escrituras que não deseja que ninguém se perca. Mas lembre-se de que Abraão fez estes pedidos, estas orações, com toda a humildade, dizendo: sou um simples mortal. É assim que precisamos orar: com humildade, simplicidade, como um filho conversando com um pai amoroso.
Além disso, podemos (e devemos) interceder pelo nosso país e pelo mundo, que estão se perdendo em imoralidade. Também devemos orar por aqueles que estão passando por dificuldades, fome, perseguição, câncer; e por aqueles que estão longe de Jesus para que ele tenha compaixão deles.
Conclusão. Quero encorajar a todos os irmãos e irmãs a chegar diante de Deus com reverência, humildade, mas acima de tudo, com fé, sabendo que ele tudo pode e que deseja p bem de todos, especialmente dos seus filhos, por meio de Jesus Cristo.
O mundo precisa das nossas orações, que são expressões de nossa fé, do nosso relacionamento com Deus. As nossas cidades, as nossas igrejas, as nossas famílias precisam das nossas orações para que pessoas sejam perdoadas e salvas, para que guerras sejam evitadas e fomes saciadas. Tiago diz: “A oração de uma pessoa obediente a Deus tem muito poder” (5.16).
Eu quero ser fiel nas minhas orações. Eu desejo que as orações de todos os filhos de Deus sejam continuas, pois assim talvez o mundo comece a se tornar mais como Deus quer que ele seja. Isto é exatamente o que Jesus disse quando ensinou os seus discípulos a orar: “Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; dá-nos cada dia nosso pão cotidiano; perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve; e não nos conduzas em tentação, mas livra-nos do mal”.
E então, a sua fé está se manifestando em forma de orações? Deus é o nosso Abba” (forma carinhosa de Pai em aramaico) e a nossa fé nos leva até ele, pois prometeu que iria ouvir os nossos pedidos porque somos os seus filhos. Este “Abba” ama muitos os seus filhos, mas muito mesmo. Amém!
 
(PA e PF, pp. 149-153)