BEM-VINDO AO NOSSO BLOG!


Com muita alegria apresentamos o blog da Paróquia Evangélica Luterana Renascer em Cristo , com sede em Rio Branco, AC.


Além da sede, que fica no bairro Estação Experimental, no caminho do aeroporto, temos também um ponto de pregação aqui na capital no bairro Areal.


No interior atendemos Brasiléia, na divisa com a Bolívia, a 230 Km de Rio Branco, e Redenção e Ramal do Bigode, município de Acrelândia, a 110 Km da capital. Outro ponto de pregação fica na estrada que vai a Porto Acre, a 35 Km daqui.


Queremos compartilhar com vocês mensagens, fotos, informações e notícias de nosso trabalho, com o grande objetivo de levar Cristo para todos, especialmente em nosso estado e região, com é o lema de nossa IELB - Igreja Evangélica Luterana do Brasil.


Um grande abraço, no amor de Cristo!



Pastor Leandro.






terça-feira, 30 de outubro de 2012

Levemos cegos a Jesus!


Leia em sua Bíblia Marcos 12.46-52

Você já se imaginou vivendo sem enxergar nada? Nós que podemos ver, mesmo que usando de óculos, não temos como sentir na pele o que é ser e viver como um cego.


Os deficientes visuais e outros portadores de deficiências físicas e mentais vivem uma vida mais difícil que a nossa, apesar de aos poucos a sociedade estar adaptando os ambientes para facilitar o acesso deles à escola, transporte, saúde, etc.


Na época de Jesus a vida dos deficientes era muito pior. Não havia os recursos de hoje e nem a preocupação em ajudar essas pessoas a viver melhor.


E, pior, naquela época, ser surdo, cego ou paralítico era visto com um sinal de que a pessoa ou seus pais tinham cometido algum pecado grave para a pessoa ser assim. Então, além da dificuldade em si, carregavam a vergonha de serem vistos como amaldiçoados.


Por isso, quando o cego Bartimeu pediu a Jesus para ver de novo, ele não queria apenas enxergar novamente, mas queria ter uma vida nova, digna, livre de culpa e vergonha. Queria não ser mais discriminado e se sentir como alguém que não valia nada.


Hoje muita gente vive como o cego Bartimeu, mesmo sem ser cego fisicamente. Dificuldades, como doenças, desemprego, problemas familiares, levam as pessoas a pensar: “por que isso está acontecendo comigo? O que eu fiz para merecer isso? Será que Deus não gosta de mim?”


Esta era também a angústia de Lutero. Ele sofria muito tentando descobrir como agradar a Deus, e cada vez ficava mais angustiado, achando que Deus era muito severo e não gostava dele.


         O que poderia aliviar Bartimeu, Lutero e os que hoje sofrem como eles sofriam? Bartimeu queria ver de novo, e menos que isso não ia ajudá-lo muito. Para as pessoas de hoje, apenas ter dó delas também não ajuda muito, e muito menos a gente ignorar que elas estão ao nosso redor – às vezes bem perto, na família – ou desprezá-las, o que como cristãos não podemos nem pensar em fazer.


Os conhecidos de Bartimeu não podiam fazer muito por ele e até o mandaram ficar quieto quando começou a gritar chamando Jesus. Talvez pensaram que era chato o cego ficar incomodando Jesus.


Mas Bartimeu insistiu e gritou mais: Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim! Só ele sabia a vida miserável que levava e por isso queria que Jesus o ajudasse.


Jesus então mandou chamá-lo. E aí talvez os mesmos que o mandaram ficar quieto foram chamar o cego e lhe disseram: Coragem! Levante-se porque ele está chamando você! Jesus perguntou-lhe o que queria e, por causa da fé dele no Filho de Davi, Jesus o curou da sua cegueira e Bartimeu então o seguiu.


E hoje, o que podemos nós fazer pelos que sofrem? Muitas vezes não podemos resolver os problemas financeiros e de saúde das pessoas, mas podemos, como igreja e como cristãos individualmente, dizer às pessoas o que aquele cego ouviu: Coragem! Levante-se porque ele está chamando você!


Foi isto que Lutero fez, depois que Deus lhe abriu os portões do céu, quando ele descobriu, pelo estudo da Palavra, que Deus não é um juiz severo e sim um Pai amoroso, que oferece salvação de graça a todas as pessoas pela fé em Jesus Cristo. Sua angústia acabou quando ele soube que Deus o amava mesmo sendo pecador, e que ele não precisava fazer sacrifícios e obras para ser salvo.


Lutero então assumiu como a grande missão de sua vida anunciar a todos que pudesse que Jesus está perto de todas as pessoas que sofrem e quer ajudar a todos com seu amor e salvação.


         Esta é nossa grande missão também: estar com os bartimeus de hoje, andar com eles e conduzi-los até Jesus, pois, afinal, cegos pelo pecado, como Lutero e nós também fomos, essas pessoas não podem sozinhas chegar a Jesus.


Alguns podem dizer que isso é pouco, é simples demais e que a gente deveria fazer coisas mais chamativas, impactantes, como prometer curas, resolver problemas financeiros, prometer famílias perfeitas e ter cultos mais “show”, como muitos fazem por aí.


Mas, é realmente pouco e simples levar alguém a Jesus? Não é pouco, pois Jesus diz que vai haver mais alegria no céu por um pecador que se arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não precisam se arrepender (Lc 15.7). E não é uma coisa simples, pois foi para isso que Jesus veio ao mundo e deu sua vida na cruz, para buscar e salvar quem está perdido, como ele mesmo diz em Lucas 19.10.


Por isso, o maior serviço que podemos prestar a uma pessoa neste mundo é mostrar Jesus a ela, é levá-la a Cristo, pois ele veio exatamente para curar a cegueira de quem está perdido no pecado, que atinge todas as pessoas do mundo, e para salvar os que estão perdidos em suas angústias, culpas e sentimentos de inferioridade e inutilidade, como ele fez com Bartimeu e com Lutero.


Lutero percebeu que essa era a grande necessidade das pessoas em seu tempo: saber que eram alvo do amor de Deus em Cristo, o Sacerdote perfeito que pede a Deus em nosso favor, como lemos na epístola de hoje. Esta continua sendo a maior necessidade das pessoas hoje também.



Como herdeiros da Reforma, nossa grande tarefa é continuar pregando o Evangelho puro, isto é, que Deus nos salva somente por sua graça, somente pela fé em Jesus e revela isto somente na Escritura, para que as pessoas saibam que Jesus não desprezou Bartimeu, Lutero e não despreza ninguém hoje. Nem sempre ele vai resolver todos os problemas de saúde, dinheiro e família, mas certamente salvará todos que nele confiarem, pois foi para isso que veio – libertar do poder do diabo, do pecado e da morte eterna.
 
 
Como na sua época e no tempo de Lutero, Jesus precisa de gente para essa missão. Ele quer que nós, que já temos essa grande salvação, conduzamos muitos bartimeus a Ele, para que sejam salvos também. Cada um de nós luteranos – crianças, adultos, idosos, pastores, líderes e membros - tem o mesmo chamado de Lutero: levar Cristo para todos, com todos os recursos que temos, em todas as oportunidades.
 
 
Você certamente conhece muitos bartimeus: pessoas na sua família, trabalho, vizinhança, escola ou entre seus amigos e conhecidos que ainda não conhecem o verdadeiro Cristo, o Salvador da alma, que estão cegas pelo pecado ou por falsas religiões.
 
 
Leve Jesus a elas. Use suas palavras, seu comportamento e vida cheios de amor e perdão, use os vários tipos de folhetos e materiais que oferecemos aqui na igreja, use a internet. Jesus quer curar essas pessoas da cegueira espiritual e recebê-las em seu Reino, para que possam segui-lo, como fizeram Bartimeu e Lutero e como nós já fazemos, para um dia estarmos todos com Ele no céu.
 
 
Um dia fomos cegos, como Bartimeu e Lutero. Hoje enxergamos e temos a salvação, pela fé em Jesus. Agora celebremos a Reforma da melhor forma possível: levemos cegos a Jesus! Amém.
 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Para Deus tudo é possível!

Leia em sua Bíblia Marcos 10.17-31

A história do jovem rico no evangelho de hoje facilmente pode nos levar a condenar a atitude daquele moço e concluir que, se os ricos não vão para o céu, certamente os pobres irão, e que nós – ainda bem! – não somos como aquele jovem.


Mas o que Jesus diz ao jovem nos dá algumas pistas de que nós não somos melhores do que ele. Primeiro, Jesus diz que só Deus é bom. Depois, pergunta se ele conhece os mandamentos, mas fala apenas da 2ª tábua – que fala da nossa relação com o próximo. E, por fim, diz ao rapaz para vender tudo que tem e seguir a Jesus.


Vamos entender. Primeiro, dizendo que só Deus é bom, Jesus mostrou ao jovem e mostra a nós que ninguém pode considerar-se bom diante de Deus – ninguém mesmo!


Segundo, ao falar apenas dos mandamentos da 2ª tábua, Jesus queria ver se o moço ia dizer algo sobre a 1ª tábua, os três primeiros mandamentos, que falam da nossa relação com Deus. O jovem não falou nada sobre eles, exatamente como nós costumamos dizer: “não mato, não roubo, respeito os mais velhos, não faço fofoca”, etc. Mas, raramente dizemos: “amo a Deus acima de tudo, uso o seu nome corretamente, santifico sempre o dia de descanso usando-o para o culto a Deus”, etc.


Terceiro, ao pedir ao jovem que vendesse tudo e o seguisse, Jesus queria ver onde o coração dele ia se agarrar e firmar – em Jesus ou em suas riquezas materiais. Assim Jesus faz com a gente hoje, ao pedir toda nossa vida consagrada a Ele, inclusive nossos bens, e temos que decidir como vamos usar tudo o que Deus nos dá.


Jesus ensina ao jovem rico e a nós que não podemos de jeito nenhum confiar em nosso cumprimento dos mandamentos nem em nossas posses para ter a vida eterna, mas devemos segui-lo e confiar nele totalmente, que é o mesmo que fazer o que diz o 1º Mandamento – colocar Deus acima de tudo e como o centro de toda nossa vida.


O que aconteceu na conversa entre Jesus e o jovem rico ainda acontece hoje: a luta do diabo para nos fazer crer que podemos servir a dois senhores ao mesmo tempo – às riquezas e à Palavra de Deus, ao mundo pecaminoso e ao Salvador Jesus. O mundo cada vez mais coloca o consumismo, a prosperidade e o individualismo como virtudes, contra uma vida controlada por Deus e centrada e dependente de Cristo. E até algumas “igrejas” pregam isso!


Mas Jesus é duro contra essa ideia, quando diz: Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha (v. 24b-25).


A Palavra de Deus é muito clara: quem confia em suas riquezas não entra no Reino de Deus. Quem acha que colherá uma recompensa eterna semeando riquezas neste mundo, em vez de viver sua vida em Cristo e aceitar pela fé o que Deus lhe dá, tanto bênçãos físicas como espirituais, não verá os portões do céu se abrirem no dia do juízo.


Jesus, porém, não está ensinando que os pobres serão salvos porque não tem riquezas neste mundo, ou que nós nos salvamos porque não somos como aquele jovem rico. Na verdade ninguém tem em si poder para se salvar e, quando confiamos em nós mesmos, em nossa pobreza ou riqueza material, em nossas boas ações na igreja e na vida diária, transformamos essas coisas em nosso deus e, exatamente como o jovem rico, não temos Jesus em primeiro lugar.


Por isso, dependemos totalmente de Jesus. Ele, e somente Ele, faz o que é impossível para nós: Ele salva tanto o rico como o pobre por sua graça, pois nos olha com amor profundo, como olhou para aquele moço. Ele é nossa única esperança, o verdadeiro Deus e Salvador, que começa e aperfeiçoa em nós a fé verdadeira, que nos dirige no caminho da salvação.


Ele nos dá perdão de pecados, e onde há este perdão há salvação e vida eterna. E já aqui neste mundo desfrutamos das riquezas do seu Reino, ainda que ao mesmo tempo soframos perseguições e carreguemos nossa cruz por causa de Jesus. As riquezas do mundo, que tentam sufocar nossa fé e nos desviar do verdadeiro Deus, são insignificantes diante das riquezas de viver em Cristo e ter a vida eterna que já é nossa e em breve será completa para quem crê no Salvador Jesus.


Vale a pena refletir agora: o que nos atrapalha para seguirmos Jesus e viver com ele cada dia? O consumismo e as promessas de prosperidade tem nos desviado do verdadeiro propósito que Jesus tem para nossas vidas? Será que não ficamos tristes e de cara fechada, como o jovem rico, quando somos chamados a abrir mão de confortos, dinheiro e bens para servir a Jesus em sua Igreja e Reino?


O que nos impede de ter mais comunhão com Cristo e nossos irmãos na fé – muita TV, internet, o trabalho, a diversão, o descanso? O que nos faz às vezes (alguns muitas vezes!) deixar de lado até o nosso encontro especial com Jesus e os irmãos nos cultos, onde Ele vem a nós na Palavra e Sacramento?


Nosso eu pecador continua, meus irmãos, procurando em 1º lugar as coisas deste mundo e seus próprios desejos em vez das coisas de Deus e de seu Reino. E até nossa morte seremos tentados pelo diabo a deixar Jesus e seu maior tesouro – a salvação – de lado, e a buscar as coisas materiais e a salvação por conta própria.


E, se caímos nesta tentação, é impossível sermos salvos. Mas, graças a Cristo, Deus torna a salvação possível. Jesus deixou a riqueza do céu e tornou-se um pobre ser humano para buscar e salvar os perdidos – cada um de nós. Por causa de Jesus Deus torna o impossível ser possível – nossa salvação.


E, já salvos, Deus nos dá agora poder, pelo Batismo, a Palavra e a Santa Ceia, para lutarmos contra as tentações e nos lembra que não podemos servir a dois senhores nem salvar-nos por nós mesmos.




Por isso, peçamos a Deus um coração fiel e crente e não duro e descrente, como lemos em Hebreus, e animemos uns aos outros, a fim de não sermos enganados pelo pecado nem endurecermos nosso coração e fecharmos a cara, como fez o jovem rico.


E lembremos sempre: para nós é impossível salvar-nos, mas para Deus tudo é possível. Em Cristo Ele nos dá a riqueza da sua salvação, Ele quer ser cada dia o nosso Deus, cheio de amor e misericórdia, que salva pobres e ricos, que está com a gente na pobreza e na riqueza, no tempo bom e ruim, e que quer um dia derramar sobre nós todas as riquezas do seu Reino eterno!


Para Deus tudo é possível – até salvar vocês e eu. Amém.

 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Avenida Brasil

 
Avenida Brasil
Os recordes de audiência da novela Avenida Brasil fizeram com que a própria presidente Dilma Rousseff alterasse a data de um comício em São Paulo nesta sexta-feira, na hora do último capítulo. Concluíram que “não haveria ninguém” para prestigiar a presidente. Eles têm razão. Conforme pesquisa, nos últimos dias sete em cada dez pessoas que assistiam TV em São Paulo estavam ligadas na novela das 21h – que representa a média nacional. Ninguém pode menosprezar os motivos para tanta audiência, sobretudo nos quesitos qualidade técnica, interpretação, roteiro das novelas da Globo. Mas é preciso refletir em algumas coisas.
Dias atrás, caminhando pela calçada, ouvi uma menina de uns três anos dizendo para a mãe: “O Max não morreu, ele vai voltar e ficar com a Carminha”. Fiquei pensando com meus botões: O quê passa na cabeça de uma criança ao assistir esta novela? Aliás, até onde as novelas moldam a vida dos brasileiros? Traição, adultério, poligamia, licenciosidade, libertinagem sexual, enfim, um mundo de coisas que até tempos atrás eram imorais para a grande maioria. E hoje? As novelas, com poucas exceções, condenam injustiças sociais, falcatruas, desonestidade, roubos – este tipo de imoralidade. Mas impiedosamente elas maltratam os conceitos tradicionais do casamento, da família, da sexualidade. E quando padres, pastores, religiosos cristãos são interpretados, tais personagens geralmente são moralistas hipócritas, falsários, e até motivo de avacalhação.
Avenida Brasil está no fim, mas o quê as crianças, jovens e adultos aprenderam sobre o matrimônio? Vale ainda a recomendação(?): “Seja fiel à sua mulher e dê o seu amor somente a ela” (Provérbios 5. 15); “Que o casamento seja respeitado por todos, e que os maridos e as esposas sejam fiéis um ao outro”(Hebreus 13.4). Se não tirarmos os pequenos da sala na hora da novela, que ao menos digamos a eles em certas cenas: Isto é feio!
 
 
Pastor Marcos Schmidt

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Como entramos no Reino de Deus?

 
Leia em sua Bíblia Marcos 10.2-16
 

O evangelho de hoje tem pelo menos dois assuntos muito importantes para refletirmos: casamento e divórcio, e como entramos no Reino de Deus. Quero hoje conversar com vocês sobre este último: Como entramos no Reino de Deus?
 

Como entramos no Reino de Deus? Como podemos ser salvos? Como vou para o céu? Como ter vida após a morte? Essas são perguntas que, de uma ou outra forma, todo ser humano se faz, em algum momento de sua vida. Você talvez já tenha pensado nisso, ou alguém falou sobre isso com você.
 

Como entramos no Reino de Deus? O evangelho e a epístola de hoje nos dão a resposta a esta pergunta. E dão a única resposta correta e verdadeira, pois vem da boca do próprio Deus.
 

Primeiro, entramos no Reino de Deus recebendo-o como as crianças, como Jesus diz nos versículos 14-15: Deixem que as crianças venham a mim e não proíbam que elas façam isso, pois o Reino de Deus é das pessoas que são como estas crianças. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele.
 

Então é por isso que muitas igrejas não batizam crianças – é porque elas são puras, não tem maldade nem pecado e Jesus diz que o Reino de Deus pertence a elas – certo? Não, errado! Isto é muito diferente do que Jesus quis dizer.
 

Nós entramos no Reino de Deus se o recebemos como uma criança, não porque a criança é pura e por isso merece este reino, mas porque as crianças são dependentes dos outros e não podem fazer nada para merecer e receber o que necessitam.
 

Ou seja, assim como uma criança depende totalmente dos pais e adultos para comer, vestir-se, limpar-se, ter abrigo e proteção, e nada pode fazer ou pagar para receber isso, assim entra no Reino de Deus quem sabe que este Reino deve ser recebido como um presente gracioso de Deus, e não por algum esforço ou merecimento nosso.
 

As crianças tem pecado sim – o chamado pecado original, herdado dos pais, que vem desde Adão e Eva. É uma doença mortal com a qual todos nascemos e nos separa totalmente de Deus e de seu Reino. A Bíblia diz isso em textos como Sl 51.5, 58.3; Jó 14.1-4, 25; Rm 6.23. Por nascerem de seres humanos, como diz Jesus em João 3.6, elas nascem inclinadas ao mal e ao pecado.
 

Por outro lado, além de sua total dependência dos adultos, as crianças tem uma confiança sincera nos pais e adultos, entregando-se e confiando neles totalmente. Essa mesma confiança devemos ter em nosso Deus, entregando sem medo nossa vida em suas mãos, pois Ele quer nos curar da doença do pecado.
 

Aqui vale uma observação: há pessoas que dizem que um adulto pode ter fé, mas uma criança não. Isto contraria as Escrituras, que ensinam que, se a fé é algo que uma pessoa faz ou realiza, então a fé não é um dom de Deus, mas um resultado de obras. E aí o apóstolo Paulo diz: E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça (Rm 11.6). E o próprio Jesus diz em Mateus 18.6 que as crianças creem, e em Mateus 21.15-16 que elas louvam a Deus – e isso só pode fazer quem tem fé!
 

Como entramos no Reino de Deus? Entramos no Reino de Deus se o recebemos como uma criança e, também, entramos nesse Reino guiados por Jesus. Em Hebreus 2.10 lemos: Deus fez isso a fim de que muitos, isto é, os seus filhos, tomassem parte da glória de Jesus. Pois é Jesus quem os guia para a salvação.
 

Para ter o Reino de Deus não basta sermos como crianças. É necessário ser abençoados por Jesus, como foram as crianças no evangelho lido. É necessário sermos guiados por Ele, que diz: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Para isso, Ele tem de vir a nós e nos receber como seus irmãos, de braços abertos.
 

E Jesus vem. Vem a mim e a você na Palavra de Deus, no Batismo e na Santa Ceia. Através destes meios – os meios da graça – os canais pelos quais a graça de Deus chega até nós, Jesus nos atinge. Ele não somente cria, mantém e fortalece a fé em mim, em você e em cada cristão, mas também através desses meios somos guiados por Jesus. E isto só pode acontecer porque primeiro Cristo se sacrificou por nós e nos purificou com seu sangue.
 

Então, entramos no Reino de Deus sendo purificados por Jesus. A epístola diz isso: Jesus purifica todas as pessoas dos seus pecados; e todos, tanto ele como os que são purificados, tem o mesmo Pai. É por isso que Jesus não se envergonha de chamá-los de irmãos (Hb 2.11).
 

Esta purificação aconteceu quando ele foi preso, torturado e morto na cruz por nós, em nosso lugar, sem merecer, derramando ali seu sangue puro, santo e precioso para nos purificar de toda maldade.
 

Esta purificação foi feita por todos os seres humanos do mundo, mas se aplica somente a quem, como uma criança, reconhece que nada merece de Deus, que depende totalmente dele e, movido pelo seu Espírito Santo, entrega toda sua vida nas mãos do Pai, pela fé no Salvador Jesus Cristo.
 

Como entramos no Reino de Deus? Nós não entramos, meus irmãos, por fazer coisas como vir à igreja, ofertar, ler a Bíblia, ajudar o próximo, etc., ou por ser boa pessoa, ou por fazer promessas e sacrifícios, ou porque há algo em nós que agrade a Deus. Nós entramos somente pela Escritura, somente pela graça e somente pela fé, como Lutero, o reformador da Igreja, descobriu na Palavra de Deus.
 

Ou seja, nós somos colocados por Deus em seu Reino por sua graça – favor imerecido, e pela fé somente em Cristo, e isto é revelado a nós somente na Palavra de Deus, e não em visões, revelações, decretos religiosos ou doutrinas humanas.


Você e eu entramos no Reino de Deus assim – recebendo-o como um presente de Deus que não merecemos e não podemos pagar, através de uma fé simples e confiante como a de uma criança, pela total dependência desse Deus que nos ama e nos purifica através de seu Filho, morto na cruz e ressuscitado para nos dar a verdadeira salvação.
 

Que todos nós entremos no Reino de Deus, crendo em Jesus como uma criança e sendo guiados e purificados por Ele. Ele tem um lugar especial para nós em seu Reino, onde nos espera para nos abraçar e abençoar eternamente! Amém.