Leia em sua Bíblia Salmo 133 e João 17.20-26
Quando lemos o
Salmo 133, entendemos logo o versículo 1, mas o 2 e 3 não fazem
muito sentido para nós. o versículo 2 fala da consagração (unção)
do sacerdote, algo como hoje é em nossa igreja a ordenação de um
pastor. Era derramado sobre ele um perfume especial, que descia da
cabeça para a barba e a gola de sua veste. Isso representava a
comunhão que Deus queria ter com seu povo, pois o sacerdote estava
ali para levar Deus ao povo e o povo a Deus – tudo como um ato e
iniciativa do próprio Deus.
O versículo 3
fala do orvalho do monte Hermom, que é alto e fica longe do monte
Sião. Durante a noite, este forte orvalho rega a terra envolta,
impedindo a seca e garantindo colheitas naquela região. Este orvalho
une os dois montes com a bênção que vem de Deus, descendo do céu.
Assim, este pequeno salmo fala da união entre povo de Deus e sua
bênção sobre essa união.
Com base neste
salmo e no que lemos no evangelho de hoje, vemos que a comunhão
entre irmãos é uma bênção do Senhor e prova do nosso amor.
Essa comunhão,
como o orvalho sobre os montes, vem de Deus. Com a morte e
ressurreição de Cristo por nós, Deus provou seu amor e desejo de
comunhão conosco, e pelo Espírito Santo nos dá a fé e cria em nós
união com ele e com nossos irmãos. O que nos une é Cristo e seu
amor, independentemente de nossas condições sociais, financeiras,
de saúde, raça ou nacionalidade.
União com
Cristo significa que recebemos seu amor, perdão e salvação. Unidos
com Jesus produzimos frutos da fé, e entre eles o amor e a comunhão
uns com os outros, como vemos nestes textos:
-
Sabemos o que é o amor por causa disto: Cristo deu a sua vida por
nós. Por isso nós também devemos dar a nossa vida pelos nossos
irmãos. Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de
palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra
por meio de ações (1Jo 3.16,18).
-
E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos,
vivendo em amor cristão, repartindo o pão juntos e fazendo orações.
Todos os que criam estavam juntos e repartiam uns com os outros o que
tinham. Louvavam a Deus por tudo e eram estimados por todos. E cada
dia o Senhor juntava ao grupo as pessoas que iam sendo salvas (At
2.42,44,47).
O que dizem
estes versículos é exatamente nosso tema hoje: comunhão entre
irmãos é uma bênção do Senhor e prova do nosso amor. Os
membros da igreja naqueles dias viviam em verdadeira comunhão de fé
e amor e Deus os abençoava com mais gente sendo salva!
Quando cremos em
Cristo nos unimos a Ele (Rm 6) e também ao seu Corpo, que é a
Igreja, a família da fé. Nesta família somos chamados, como vemos
mais de 50 vezes no Novo Testamento, a amar uns aos outros, orar uns
pelos outros, aconselhar uns aos outros, servir uns aos outros,
ensinar uns aos outros, aceitar, honrar e carregar os fardos uns dos
outros – em outras palavras, essas ações mostram nossa união uns
com os outros, resultado de nossa união com Jesus Cristo.
O apóstolo
Paulo, em Romanos 12, 1 Coríntios 12 e Efésios 4 compara a Igreja
com um corpo que tem Cristo como cabeça e nós como os membros. Para
se desenvolver, este corpo precisa de cada parte funcionando bem e
ligada às outras por meio do amor. É assim que a Igreja vai ser
abençoada e crescer, na comunhão entre os irmãos, como diz Paulo:
-
Ajudem uns aos outros e assim vocês estarão obedecendo à lei de
Cristo (Gl 6.2).
-
Sejam sempre humildes, educados e pacientes, suportando uns aos
outros com amor. Façam tudo para conservar, por meio da paz que une
vocês, a união que o Espírito dá (Ef .2-3).
-
Por isso procuremos sempre as coisas que trazem a paz e que nos
ajudam a fortalecer uns aos outros na fé (Rm 14.19).
Pedro faz o
mesmo incentivo ao amor, paz, união e humildade entre nós, dizendo
que todos prestem serviços uns aos outros com humildade, pois as
Sagradas Escrituras dizem: “Deus é contra os orgulhosos, mas é
bondoso com os humildes!” (1Pe 5.5).
Assim é a
comunhão entre os irmãos: comunhão entre irmãos é uma bênção
do Senhor e prova do nosso amor. A questão agora é: temos
vivido assim aqui em nossa congregação?
Precisamos
reconhecer que nossa comunhão precisa melhorar muito, e sempre. Cada
um pode analisar sua participação na vida da Igreja e responder:
como está minha presença e participação nos cultos e nos grupos
de estudo bíblico? Visito, ajudo e oro pelos outros? Junto com os
outros, tragos ofertas de gratidão consagradas ao Senhor, para
manter e expandir a pregação do Evangelho? Me uno aos irmãos nas
ofertas para a cesta solidária? Colaboro com campanhas e projetos? Ou só tenho comunhão quando quero receber
algo?
O apóstolo nos
chama a atenção na carta aos Hebreus: Animem uns aos outros, a
fim de que nenhum de vocês se deixe enganar pelo pecado, nem
endureça o seu coração. Pensemos uns nos outros a fim de ajudarmos
todos a terem mais amor e fazerem o bem. Não abandonemos, como
alguns estão fazendo, o costume de assistir às nossas reuniões.
Pelo contrário, animemos uns aos outros e ainda mais agora que vocês
veem que o dia está chegando (Hb 3.13b, 10.24-25).
Deus sabe que
somos tentados a ser egoístas e acomodados, a nos afastar da
comunhão com os irmãos na igreja, o corpo de
Cristo.
Por isso, ele nos incentiva a cuidarmos uns dos outros no amor de
Jesus, e a buscarmos os que se desviam.
“Não é da
minha conta” é uma frase que não deve existir entre irmãos na fé
em Cristo, e a busca da comunhão e dos afastados é tarefa de cada
membro, de cada família, além do pastor. Toda a família da fé
deve se importar quando há membros se desviando ou não aceitando a
Palavra de Deus e o amor de Cristo.
Comunhão
entre irmãos é uma bênção do Senhor e prova do nosso amor.
Ela acontece onde a Palavra e os sacramentos são valorizados e são
o centro de nossa vida, pois é através deles que Deus cria, motiva
e fortalece em nós o amor e a comunhão.
Neste mundo não
vamos ter comunhão perfeita, pois ainda somos pecadores. Mas, isso
nunca deve ser desculpa para nos acomodarmos e deixar de buscar
comunhão entre nós. O próprio Jesus orou por isso e Davi diz no
salmo 133 que isso é bom e agradável e onde há essa união há a
bênção da vida eterna.
Somente com o
amor de Cristo em nós podemos viver em comunhão e amor, tanto na
família em casa como na família da fé. E hoje lembramos que as
mães, tão importantes para nós, tem diante de Deus uma grande
missão: ensinar a seus filhos o amor de Deus e o amor e comunhão
com os irmãos na fé.
Convido todos a abrir suas Bíblias e lermos juntos, para concluir, o que Paulo nos diz em
Colossenses 3.12-17.
Em nome do
Senhor Jesus, agradecemos ao Pai por nossas mães e por nossos irmãos
na fé, na comunhão do amor. Amém.
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