Leia em sua Bíblia Gálatas 1.1-12
Qual é o
centro da Bíblia? Qual o seu ensino principal, essencial, fundamental? Qual é a
principal doutrina cristã?
Faço essas
perguntas quando ensino o que é a Bíblia, na instrução de adolescentes e de
adultos. A resposta, que nem sempre todos sabem dizer, é também o centro do
ensino da Igreja Luterana e dos pastores luteranos. Você sabe responder: qual é
o ensino principal da Bíblia?
Alguns podem
responder que são os 10 Mandamentos, ou a lei do sábado, ou o dízimo. Qual é a
resposta certa? Você sabe?
A resposta,
resumida em um versículo, está em João 3.16: Porque
Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que
nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. Este é o centro da Bíblia e
de toda a obra de Deus: a salvação dos pecadores pela graça de Deus através
do sacrifício de Cristo, dada a nós pela fé neste Cristo.
Isto é o que
nós, pastores, líderes, e membros da Igreja Evangélica Luterana do Brasil pregamos, ensinamos, confessamos e
testemunhamos: pregamos o Evangelho
pleno!
Pregamos o Evangelho pleno porque
ele é o centro da Bíblia. Todos os profetas e demais livros do Antigo Testamento apontam
para a vinda de Cristo, e mostram a preparação de Deus para a chegada dele, ao
nascer em Belém. Todo o Novo Testamento mostra a vinda do Salvador e como Ele cumpriu as
promessas de Deus no Antigo Testamento. Os evangelhos, o livro de Atos e as epístolas têm como
centro a vida de Jesus e a continuação de sua obra através da pregação do
Evangelho pelo poder do Espírito Santo, e o Apocalipse mostra como será a coroação da obra
de Cristo no juízo final.
Também pregamos o Evangelho pleno porque
ele é o poder de Deus para salvar. A Bíblia tem Lei e Evangelho, ambos
Palavra de Deus. A Lei serve para apontar ao pecador seus pecados que o afastam
de Deus e mostrar-lhe sua culpa diante do Senhor. Mas, ela não converte, não
muda o coração de ninguém. O poder de Deus para salvar está no Evangelho. Paulo
diz isso em Romanos 1.16-17: Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é o poder de Deus para salvar todos os que creem, primeiro os judeus e também os não-judeus. Pois o evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé, do começo ao fim. Como dizem as Escrituras Sagradas: "Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus."
Assim, pregamos o Evangelho pleno porque ele é
o poder de Deus para salvar. É através do Evangelho que Deus nos chama das
trevas do pecado para sua maravilhosa luz, quando o ES nos chama por esse
Evangelho, no Batismo, no ouvir da Palavra e na Santa Ceia.
E, embora haja
muitos por ai dizendo que pregam o Evangelho, e cada um de um jeito diferente,
a verdade é que ele é único. Por isso, pregamos
o Evangelho pleno porque ele é único.
Isso parece
simples, e na verdade é. O Evangelho pleno é este: Cristo cumpriu a lei em
nosso lugar, morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para nos dar a vida
eterna, e ponto final. Quem crer nele será salvo, e quem não crer será
condenado, diz o próprio Jesus. Mas, tem gente que complica o que Deus fez tão
simples e seguro.
Os cristãos
gálatas estavam fazendo isso – complicando o Evangelho pleno que Paulo tinha
pregado a eles. Paulo diz em Gálatas 1 que se surpreende por eles estarem
abandonando Deus tão depressa e aceitando outro evangelho. Na verdade, diz
Paulo, não existe outro evangelho, mas sim gente mudando o evangelho de Cristo.
O evangelho de Cristo é um só, único e pleno. Qualquer acréscimo ou mudança é
abandonar a Deus e a graça de Cristo.
Vejam como
Paulo é firme e direto sobre isso: Mas, se alguém, mesmo que sejamos nós ou um anjo do céu, anunciar a vocês um evangelho diferente daquele que temos anunciado, que seja amaldiçoado! Pois já dissemos antes e repetimos: se alguém anunciar um evangelho diferente daquele que vocês aceitaram, que essa pessoa seja amaldiçoada! (Gl 1.8-9)
Havia gente
tentando acrescentar coisas ao Evangelho, exatamente como muitos fazem hoje.
Mas fazer isso era, e é hoje, corromper, eliminar e substituir o Evangelho pela
salvação por obras. É uma volta ao paganismo da salvação pela lei, pelo cumprir
de ritos, costumes e regras, pelo fazer de muitas boas obras.
É claro e
bíblico, meus irmãos, que o Evangelho pleno e verdadeiro, tem conseqüências na
vida cristã, pois quem crê em Cristo é salvo mediante a fé e por isso é uma
nova pessoa movida pelo poder do ES para fazer as boas obras agradáveis a Deus.
Mas essas boas obras não são feitas para merecer a salvação ou completar o
restinho da salvação que Jesus, por descuido, não tivesse completado. Pelo
contrário, elas sempre são feitas espontaneamente, como frutos da fé, movidas
pelo Espírito Santo em nós, como a luz e o calor que são inseparáveis do fogo.
Nós pregamos
esse Evangelho, o Evangelho pleno. Porque ele é o centro da Bíblia, ele é o
poder de Deus para salvar e ele é único.
Hoje, como na
época dos gálatas, muitos pregam “evangelhos” diferentes do que Paulo, Pedro e
toda a Bíblia pregam. Evangelhos que prometem paraísos aqui na terra e
incentivam a cobiça e o materialismo; evangelhos que valorizam pessoas (“o
famoso pregador...”, “o poderoso profeta...”, etc.) em vez de apontar para
Cristo; evangelhos que colocam as pessoas debaixo de leis (não isso, não
aquilo) e regras; evangelhos que fazem muitos confiar não apenas em Cristo, mas
também em suas obras.
Por isso, meus
irmãos, é importantíssimo que eu, você e todos os cristãos fiéis a Cristo continuemos pregando o
Evangelho pleno, mesmo que ele não agrade a todos, pois Paulo diz no versículo 10:
Por acaso eu procuro a aprovação de pessoas? Não! O que eu quero é a aprovação de Deus. Será que agora estou querendo agradar as pessoas? Se estivesse, eu não seria servo de Cristo.
Também em 2 Timóteo 4.2-4 Paulo mostra que devemos seguir firmes neste Evangelho puro, mesmo que
muitos não queiram ouvi-lo: Pregue a
mensagem e insista em anunciá-la, seja no tempo certo ou não. Procure
convencer, repreenda, anime e ensino com toda a paciência. Pois vai chegar o
tempo em que as pessoas não vão dar atenção ao verdadeiro ensinamento, mas
seguirão os seus próprios mestres, que vão dizer a elas o que elas querem
ouvir. Essas pessoas deixarão de ouvir a verdade para dar atenção às lendas.
E também
Pedro, falando desses falsos evangelhos, diz: Por causa desses falsos mestres muitas pessoas vão falar mal do Caminho
da verdade. Em sua ambição pelo dinheiro, esses falsos mestres vão explorar
vocês, contando histórias inventadas. Deus, porém, não vai deixar isso sem punição,
pois Pedro termina o versículo dizendo: Mas
faz muito tempo que o Juiz está alerta, e o Destruidor deles está bem acordado
(2Pe 2.2b-3).
Como servos de
Cristo, temos o compromisso, a responsabilidade e o grande privilégio de, mesmo
sendo pecadores, pregar o Evangelho pleno às pessoas ao nosso redor!
Vamos então,
com humildade e alegria, com certeza e convicção, pregar o Evangelho pleno e
puro: que Cristo morreu e ressuscitou para ser nossa justiça diante de Deus, e
que recebemos esta salvação somente pela fé, dada a nós pelo Espírito Santo, de graça!
Que todos nós
possamos sempre afirmar, com convicção e pela graça de Deus, que pregamos o Evangelho pleno! Amém.
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