Leia em sua Bíblia Lucas 15.1-10
A
leitura do Evangelho de hoje começa com dois grupos importantes de pessoas
religiosas daquela época criticando Jesus: Este
homem se mistura com gente de má fama e toma refeições com eles (v.2),
diziam eles.
E
realmente era assim: Jesus conversava, recebia, curava e comia com cobradores
de impostos, pobres, adúlteros, gente mal vestida e mal falada. Ele não se
relacionava só com gente de bom nível social e econômico, ou apenas com os que
se consideravam os mais religiosos ou sábios.
E
então, para responder às críticas, Jesus contou as três parábolas que
conhecemos bem: a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho perdido. Na leitura
de hoje vemos as duas primeiras.
Na
primeira, perde-se uma de 100 ovelhas – 1%. Na segunda, perde-se uma de 10
moedas – 10%. E na terceira, perdem-se na verdade não um, mas os dois filhos,
pois ambos se afastam do amor do pai – 100%!
E em
todas elas Jesus quer mostrar que Deus, representado pelo pastor, pela mulher e
pelo pai, dá valor a cada um, não importa se ele representa 1, 10 ou 100% de um
grupo. Ele busca e faz de tudo para encontrar o perdido, assim como um pai hoje
faria de tudo para achar um filho que tivesse perdido em um mercado, numa praia
ou em qualquer lugar.
E o
capítulo 15, que começa com crítica e murmuração, termina do mesmo jeito: nos
versículos 29 e 30 o filho mais velho critica seu pai por receber tão bem de
volta o filho que desperdiçou tudo que tinha recebido. Jesus aqui dá uma
chamada indireta (ou direta) nos seus críticos, os fariseus e escribas,
representando-os como o filho mais velho da história.
Mas, há
um ponto que contrasta, que contraria essa crítica e murmuração: vemos que nas
três histórias, tudo termina em alegria e festa, como lemos nos versículos 5, 6
e 9: Quando a encontra, fica muito contente e volta com ela nos ombros. Chegando à sua casa, chama os amigos e vizinhos e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha ovelha perdida". E, quando a encontra, convida as amigas e vizinhas e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha moeda perdida". E também nos versículos 23-24: "Vamos festejar porque este meu filho estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado".
E qual
o motivo da alegria e da festa? Vale a pena ouvir o que Jesus diz diretamente,
e também através do pai da terceira parábola: Assim também vai haver mais alegria no céu por um pecador que se arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não precisam se arrepender ( v. 7); Assim também os anjos de Deus se alegrarão por causa de um pecador que se arrepende dos seus pecados (v. 10); Mas era preciso fazer esta festa para mostrar a nossa alegria. Pois este seu irmão estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado (v. 32).
Há uma
imensa alegria e júbilo no céu por cada perdido que é encontrado, por cada pecador
que é salvo, por cada filho que retorna ao Pai!
Deus e
seus anjos festejam e se alegram imensamente quando um só pecador se arrepende
de seus pecados e é salvo! Imaginem a festa que há quando são dois, dez, cem,
milhares, milhões de pecadores salvos por Jesus!
Quando,
na terceira parábola, o pai faz uma grande festa, mostrando para sua família,
empregados e vizinhos como estava feliz por ter seu filho perdido de volta, ele
convida o outro filho a festejar também. Mas, ele fica reclamando e murmurando
em vez de se alegrar, e a história termina sem sabermos se ele ficou criticando
ou festejando...
E aí
podemos aplicar isso a nós: como nós agimos – como pessoas que ficam criticando
e murmurando, ou como pessoas que foram encontradas pelo pastor Jesus e aceitas
de volta pelo Pai amoroso e se alegram junto com Deus, com seus anjos e todos
os pecadores salvos?
Como
ovelha de Cristo, você está mais criticando, ou festejando? Quer ajudar Jesus a
buscar mais ovelhas perdidas, ou critica os outros que tentam fazer isso, mas
você mesmo não se mexe para ajudar?
Às
vezes agimos como os fariseus e escribas, como o filho mais velho da parábola.
Nos achamos justos e corretos e passamos mais a criticar e murmurar, buscando
os defeitos dos outros, do que a fazer o que Jesus fazia – receber pecadores
com amor e dar-lhe o perdão e o Reino de Deus.
Nesta
situação acabamos sendo ovelhas que se afastam do pastor, moedas que se perdem,
filhos que desperdiçam o amor e as bênçãos do Pai. Jesus amava também os fariseus
e os mestres da lei, mas o orgulho deles os impedia de ver e receber o amor de
Cristo.
É
dessas pessoas que Deus fala, quando diz através do profeta Ezequiel na leitura
de hoje: Destruirei as ovelhas que estão
gordas e fortes, porque eu sou um pastor que faz o que é certo. Vocês empurram
as doentes para o lado e com chifradas as põem para fora do rebanho (Ez
34.16b,21). Deus busca as ovelhas perdidas, mas não aceita o comportamento das
ovelhas orgulhosas.
E
então, ficamos criticando ou festejando? O apóstolo Paulo na epístola de hoje
nos mostra quem é que podemos criticar – a nós mesmos. Ele diz: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os
pecadores, dos quais eu sou o pior (1Tm 1.15b). Esta é a atitude que
cada um de nós deve ter diante do Senhor: reconhecer sempre que somos ovelha
perdida, o pior pecador, que depende totalmente do Pastor Jesus que nos busca,
alimenta, cuida, cura e guia.
Quando
nos vemos assim, vemos que os outros também são ovelhas perdidas como nós, e
reconhecemos que nem nós nem os outros merecemos ser buscados e recebidos de
volta pelo Pastor, mas, podemos dizer como Paulo: o nosso Senhor derramou a sua imensa graça sobre mim e me deu a fé e o
amor que temos por estarmos unidos com Cristo Jesus (1Tm 1.14).
Então,
para nós é a promessa, cumprida no Bom Pastor Jesus, que Deus fez através de
Ezequiel: Procurarei as ovelhas perdidas,
trarei de volta as que se desviaram, farei curativo nas machucadas e tratarei
das doentes. Eu darei às minhas ovelhas um rei que será como o meu servo Davi,
para ser o seu único pastor. Ele será o seu pastor e cuidará delas (Ez
34.16a,23).
Este
Pastor, que é Cristo, faz tudo isso com a gente, vindo a nós na sua Palavra e
Santa Ceia, e nos convida a ajudá-lo a buscar outras ovelhas perdidas com seu
amor em nossa vida diária.
Ele nos
convida a não ficar criticando, mas festejando. E cada vez que nós nos reunimos
para um culto, a festa se renova para nós, para sermos lembrados com muita
alegria do dia em que nós fomos achados, recebidos e acolhidos pelo Pastor
Jesus, em nosso batismo.
E cada
culto é também uma festa em que celebramos a continuação da salvação de Jesus
em nossas vidas, e é oportunidade de sermos renovados e fortalecidos na fé para
permanecermos no rebanho de Cristo até o fim, entrando finalmente nos verdes
pastos da vida eterna.
Somos
convidados, todos nós, irmãos e irmãs, a festejar, porque fomos encontrados
pelo Pastor Jesus e recebidos de volta pelo Pai amoroso, e a então levar a
alegria dessa festa que acontece aqui no culto, em nossa vida diária e, ao
mesmo tempo, no céu, às ovelhas perdidas que estão ao nosso redor em nosso
convívio diário.
Que o
Senhor nos ajude a estarmos sempre festejando, com nosso Bom Pastor Jesus e
nossas ovelhas irmãs, e não criticando e murmurando. Jesus conta com cada um de
nós para festejar e buscar mais ovelhas para o seu rebanho, a sua salvação,
para que haja sempre mais festa no céu! Amém.
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