BEM-VINDO AO NOSSO BLOG!


Com muita alegria apresentamos o blog da Paróquia Evangélica Luterana Renascer em Cristo , com sede em Rio Branco, AC.


Além da sede, que fica no bairro Estação Experimental, no caminho do aeroporto, temos também um ponto de pregação aqui na capital no bairro Areal.


No interior atendemos Brasiléia, na divisa com a Bolívia, a 230 Km de Rio Branco, e Redenção e Ramal do Bigode, município de Acrelândia, a 110 Km da capital. Outro ponto de pregação fica na estrada que vai a Porto Acre, a 35 Km daqui.


Queremos compartilhar com vocês mensagens, fotos, informações e notícias de nosso trabalho, com o grande objetivo de levar Cristo para todos, especialmente em nosso estado e região, com é o lema de nossa IELB - Igreja Evangélica Luterana do Brasil.


Um grande abraço, no amor de Cristo!



Pastor Leandro.






segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Escutemos a Palavra de Deus!


Leia em sua Bíblia Lucas 16.19-31

A parábola do rico e Lázaro certamente é uma das mais conhecidas e ao mesmo tempo uma das mais mal compreendidas que Jesus nos conta.

Para a entendermos, é bom lembrar que desde o capítulo 15, entre os que ouviam Jesus, estavam os fariseus, grupo religioso que se achava melhor que os outros e que pensava, entre outras coisas, que a riqueza material era sinal da bênção de Deus e a pobreza sinal de sua maldição.

Aí já vemos que o ensino da prosperidade, que atrai tanta gente hoje, não é novidade, e não é o que Jesus ensinava. Na história do rico e Lázaro, que quer dizer “Deus ajuda”, Jesus inverte o pensamento – nela o pobre é abençoado no céu e o rico é amaldiçoado no inferno.

Então, antes de vermos o que Jesus realmente quer ensinar com essa parábola, precisamos saber o que Jesus não ensina com ela:

- que os pobres merecem o céu e todos os ricos vão para o inferno.
- que é impossível rico ir para o céu, ou que é errado ser rico.
- que se alguém é rico já está condenado por Deus e se é pobre já esta salvo.
- que Deus manda os ricos cuidarem dos pobres.
- como é o inferno e como é o sofrimento que existe lá.

Qual é, então, o ponto principal, o verdadeiro ensino desta parábola? Ele aparece nos versículos 27 a 31 e é muito simples: é sobre entender, aceitar e crer na Palavra de Deus, deixar que ela nos conduza na vida diária e nos guie na fé salvadora.

Jesus é muito claro, mostrando que a fé que leva ao céu vem por ouvir a Palavra de Deus – Moisés e os profetas – e não por milagres ou por alguém ressuscitar dos mortos. Depois da morte é tarde demais, não há mais chance de ouvir a Palavra e arrepender-se, nem de levá-la a outros – a chance que Deus nos dá é nesta vida, cada dia, até o último dia.

É na sua Palavra, e unicamente nela, que Deus nos mostra o caminho da salvação. Mas, muitos são como o rico da história e como os fariseus: confiam em suas riquezas, em suas forças e obras, são orgulhosos demais para dar ouvidos à Palavra de Deus.

Mas, queiramos ou não, cedo ou tarde todos teremos um encontro com Deus, e aí o que vai importar não será nossa riqueza ou pobreza, mas se ouvimos – e para Jesus, ouvir quer dizer crer e viver – a Palavra de Deus ou se a desprezamos, ou se em vez de ouvi-la, buscamos outras coisas que são oferecidas por aí e que enganam muita gente...

Muitos buscam vozes do além no espiritismo, santo daime, batismos especiais e revelações. Mas Deus já nos deu uma “voz do além” – é a sua Palavra, onde homens inspirados pelo Espírito Santo escreveram tudo o que Deus queria nos dizer para nos salvar. A Bíblia é a própria boca de Deus para nós, onde ele nos mostra sua salvação e nos mostra como viver.

Muitos conhecem essa voz, mas não se submetem a ela, pois são orgulhosos e se acham bons, justos ou autossuficientes, como o rico da parábola e como os fariseus que ouviam Jesus.

Até entre nós, que ensinamos a Palavra de Deus em cada culto, estudo bíblico e tantas outras oportunidades, vemos que há pessoas insubmissas à Palavra de Deus, que a ouvem, mas não a praticam. E todos nós somos tentados diariamente a ser assim também.

Por isso, quando lemos a Bíblia ou ouvimos a pregação da mesma e nos sentimos atingidos, graças a Deus por isso! Pois isso quer dizer que ela está agindo em nós, como lemos em Hebreus 4.12: Pois a Palavra de Deus é viva e poderosa e corta mais do que qualquer espada afiada dos dois lados. Ela vai até o lugar mais fundo da alma e do espírito, vai até o íntimo das pessoas e julga os desejos e pensamentos do coração delas.

Se não sentimos nada, ou se pensamos que é o pastor ou o irmão na fé está querendo nos atingir, então temos que começar a ficar preocupados com nossa fé e vida cristã, pois aí o orgulho e a falta de arrependimento estão criando uma casca dura em volta de nosso coração, e podemos ter o mesmo destino do rico da parábola.

Independentemente do que nós achamos ou pensamos, a Palavra de Deus não muda, e é nela que o Senhor nos ensina o verdadeiro arrependimento e também como devemos usar tudo o que recebemos de Deus. Nela Deus nos mostra que a riqueza em si não é um mal, mas o amor a ela é o perigo, como diz Paulo na epístola de hoje, pois pode nos levar à desgraça, para longe de Deus. Por isso Jesus diz um pouco antes do texto de hoje que um escravo não pode servir a dois donos ao mesmo tempo, pois vai rejeitar um e preferir o outro; ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e também servir ao dinheiro (Lc 16.13).

E, principalmente, é em sua Palavra que Deus nos mostra o que seu Filho, Jesus Cristo, fez para nos salvar da condenação ao inferno – viveu, ensinou e, principalmente, morreu em nosso lugar e ressuscitou para dar a vida eterna a todos que crerem nele como único e verdadeiro Salvador.

Ao final da parábola, o rico, que havia desprezado a Palavra de Deus durante sua vida, ainda se vê no direito de discordar de Abraão e querer ensinar a Deus outro jeito para se escapar do inferno: "Só isso não basta, Pai Abraão!", respondeu o rico. "Porém, se alguém ressuscitar e for falar com eles, aí eles se arrependerão dos seus pecados" (v. 30).

A resposta de Abraão não deixa dúvidas: a única maneira de alguém escapar dos tormentos do inferno é dando ouvidos à Palavra de Deus – crendo no Salvador Jesus que é a Palavra viva e salvadora. Mesmo se alguém viesse dos mortos, isso seria inútil se não se crê na Palavra do Senhor!

Hoje a situação não mudou. Muita gente é condenada porque não deu ouvidos à Palavra de Deus, ou ouviu, mas a desprezou, ou achou que poderia servir a Deus e a ídolos, ou ao dinheiro ou outras coisas ao mesmo tempo. E muitos, não nos enganemos, nunca ouviram a Palavra de Deus.

Aí entramos nós. Deus não envia mortos ou anjos para pregar sua Palavra de salvação ás pessoas. Essa missão e tarefa ele dá aos que já creem, nós, vocês e eu. Ele diz: Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês. Vocês serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até nos lugares mais distantes da terra (Jo 20.21, At 1.8).

O rico tinha cinco irmãos que estavam no mesmo caminho de condenação. Hoje esses “cinco irmãos” estão em nosso portão, em nosso trabalho, em nossa escola, entre nossos vizinhos e amigos e, muitas vezes, até entre nossos familiares.

Para Deus, não há caso perdido. Ele continua insistindo com seu amor, querendo atingir a todos com sua Palavra para que haja arrependimento e fé nos corações das pessoas. O momento de ser salvos é agora, e o lugar é ali onde Deus nos coloca no dia a dia – entre ricos e pobres, dentro e fora de casa, dentro e fora da igreja.


Há muitos lázaros, ricos e seus irmãos que ainda não sabem como ser salvos. E nós somos chamados por Deus, como vimos noutro culto, não para ficar criticando e murmurando, como faziam os fariseus, mas para festejarmos cada pecador que se arrepende. Para que isso aconteça, eles precisam ouvir a Palavra de Deus através de nós, de nossas palavras, ações, nossos folhetos, de todas as formas que pudermos, usando todos os recursos que Deus nos dá.

Jesus diz que a boca fala do que o coração está cheio (Lc 6.45). Por isso, para podermos levar a Palavra de salvação com clareza aos que precisam ouvi-la, nós também precisamos continuar ouvindo, crendo e seguindo cada dia a santa Palavra de Deus, para continuarmos firmes na fé e com o coração e a mente cheios de seu amor e salvação.

Sigamos a Palavra do Senhor e a levemos a muita gente enquanto temos oportunidade. Depois será tarde, e não haverá mais chance de salvação, como a parábola nos deixa muito claro. Deus deseja que todos nós estejamos lá com Abraão e todos os salvos. Ele quer ver vocês e eu lá também. Então, escutemos a Palavra de Deus! Amém.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Criticando... ou festejando?


Leia em sua Bíblia Lucas 15.1-10


A leitura do Evangelho de hoje começa com dois grupos importantes de pessoas religiosas daquela época criticando Jesus: Este homem se mistura com gente de má fama e toma refeições com eles (v.2), diziam eles.

E realmente era assim: Jesus conversava, recebia, curava e comia com cobradores de impostos, pobres, adúlteros, gente mal vestida e mal falada. Ele não se relacionava só com gente de bom nível social e econômico, ou apenas com os que se consideravam os mais religiosos ou sábios.

E então, para responder às críticas, Jesus contou as três parábolas que conhecemos bem: a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho perdido. Na leitura de hoje vemos as duas primeiras.

Na primeira, perde-se uma de 100 ovelhas – 1%. Na segunda, perde-se uma de 10 moedas – 10%. E na terceira, perdem-se na verdade não um, mas os dois filhos, pois ambos se afastam do amor do pai – 100%!

E em todas elas Jesus quer mostrar que Deus, representado pelo pastor, pela mulher e pelo pai, dá valor a cada um, não importa se ele representa 1, 10 ou 100% de um grupo. Ele busca e faz de tudo para encontrar o perdido, assim como um pai hoje faria de tudo para achar um filho que tivesse perdido em um mercado, numa praia ou em qualquer lugar.

E o capítulo 15, que começa com crítica e murmuração, termina do mesmo jeito: nos versículos 29 e 30 o filho mais velho critica seu pai por receber tão bem de volta o filho que desperdiçou tudo que tinha recebido. Jesus aqui dá uma chamada indireta (ou direta) nos seus críticos, os fariseus e escribas, representando-os como o filho mais velho da história.

Mas, há um ponto que contrasta, que contraria essa crítica e murmuração: vemos que nas três histórias, tudo termina em alegria e festa, como lemos nos versículos 5, 6 e 9: Quando a encontra, fica muito contente e volta com ela nos ombros. Chegando à sua casa, chama os amigos e vizinhos e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha  ovelha perdida". E, quando a encontra, convida as amigas e vizinhas e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha moeda perdida". E também nos versículos 23-24: "Vamos festejar porque este meu filho estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado".

E qual o motivo da alegria e da festa? Vale a pena ouvir o que Jesus diz diretamente, e também através do pai da terceira parábola: Assim também vai haver mais alegria no céu por um pecador que se arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não precisam se arrepender ( v. 7); Assim também os anjos de Deus se alegrarão por causa de um pecador que se arrepende dos seus pecados (v. 10); Mas era preciso fazer esta festa para mostrar a nossa alegria. Pois este seu irmão estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado (v. 32).

Há uma imensa alegria e júbilo no céu por cada perdido que é encontrado, por cada pecador que é salvo, por cada filho que retorna ao Pai!

Deus e seus anjos festejam e se alegram imensamente quando um só pecador se arrepende de seus pecados e é salvo! Imaginem a festa que há quando são dois, dez, cem, milhares, milhões de pecadores salvos por Jesus!

Quando, na terceira parábola, o pai faz uma grande festa, mostrando para sua família, empregados e vizinhos como estava feliz por ter seu filho perdido de volta, ele convida o outro filho a festejar também. Mas, ele fica reclamando e murmurando em vez de se alegrar, e a história termina sem sabermos se ele ficou criticando ou festejando...

E aí podemos aplicar isso a nós: como nós agimos – como pessoas que ficam criticando e murmurando, ou como pessoas que foram encontradas pelo pastor Jesus e aceitas de volta pelo Pai amoroso e se alegram junto com Deus, com seus anjos e todos os pecadores salvos?

Como ovelha de Cristo, você está mais criticando, ou festejando? Quer ajudar Jesus a buscar mais ovelhas perdidas, ou critica os outros que tentam fazer isso, mas você mesmo não se mexe para ajudar?

Às vezes agimos como os fariseus e escribas, como o filho mais velho da parábola. Nos achamos justos e corretos e passamos mais a criticar e murmurar, buscando os defeitos dos outros, do que a fazer o que Jesus fazia – receber pecadores com amor e dar-lhe o perdão e o Reino de Deus.

Nesta situação acabamos sendo ovelhas que se afastam do pastor, moedas que se perdem, filhos que desperdiçam o amor e as bênçãos do Pai. Jesus amava também os fariseus e os mestres da lei, mas o orgulho deles os impedia de ver e receber o amor de Cristo.

É dessas pessoas que Deus fala, quando diz através do profeta Ezequiel na leitura de hoje: Destruirei as ovelhas que estão gordas e fortes, porque eu sou um pastor que faz o que é certo. Vocês empurram as doentes para o lado e com chifradas as põem para fora do rebanho (Ez 34.16b,21). Deus busca as ovelhas perdidas, mas não aceita o comportamento das ovelhas orgulhosas.

E então, ficamos criticando ou festejando? O apóstolo Paulo na epístola de hoje nos mostra quem é que podemos criticar – a nós mesmos. Ele diz: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior (1Tm 1.15b). Esta é a atitude que cada um de nós deve ter diante do Senhor: reconhecer sempre que somos ovelha perdida, o pior pecador, que depende totalmente do Pastor Jesus que nos busca, alimenta, cuida, cura e guia.

Quando nos vemos assim, vemos que os outros também são ovelhas perdidas como nós, e reconhecemos que nem nós nem os outros merecemos ser buscados e recebidos de volta pelo Pastor, mas, podemos dizer como Paulo: o nosso Senhor derramou a sua imensa graça sobre mim e me deu a fé e o amor que temos por estarmos unidos com Cristo Jesus (1Tm 1.14).

Então, para nós é a promessa, cumprida no Bom Pastor Jesus, que Deus fez através de Ezequiel: Procurarei as ovelhas perdidas, trarei de volta as que se desviaram, farei curativo nas machucadas e tratarei das doentes. Eu darei às minhas ovelhas um rei que será como o meu servo Davi, para ser o seu único pastor. Ele será o seu pastor e cuidará delas (Ez 34.16a,23).

Este Pastor, que é Cristo, faz tudo isso com a gente, vindo a nós na sua Palavra e Santa Ceia, e nos convida a ajudá-lo a buscar outras ovelhas perdidas com seu amor em nossa vida diária.

Ele nos convida a não ficar criticando, mas festejando. E cada vez que nós nos reunimos para um culto, a festa se renova para nós, para sermos lembrados com muita alegria do dia em que nós fomos achados, recebidos e acolhidos pelo Pastor Jesus, em nosso batismo.

E cada culto é também uma festa em que celebramos a continuação da salvação de Jesus em nossas vidas, e é oportunidade de sermos renovados e fortalecidos na fé para permanecermos no rebanho de Cristo até o fim, entrando finalmente nos verdes pastos da vida eterna.

Somos convidados, todos nós, irmãos e irmãs, a festejar, porque fomos encontrados pelo Pastor Jesus e recebidos de volta pelo Pai amoroso, e a então levar a alegria dessa festa que acontece aqui no culto, em nossa vida diária e, ao mesmo tempo, no céu, às ovelhas perdidas que estão ao nosso redor em nosso convívio diário.

Que o Senhor nos ajude a estarmos sempre festejando, com nosso Bom Pastor Jesus e nossas ovelhas irmãs, e não criticando e murmurando. Jesus conta com cada um de nós para festejar e buscar mais ovelhas para o seu rebanho, a sua salvação, para que haja sempre mais festa no céu! Amém.



terça-feira, 10 de setembro de 2013

Carreguemos a nossa cruz!



Leia em sua Bíblia Lucas 14.25-35



 O dia da independência, que lembramos no último dia 07, nos faz pensar em liberdade, em não sermos dependentes e submissos, seja a um grupo de pessoas ou a outro país, como era o Brasil submisso a Portugal.


Na vida pessoal, quando chegamos à adolescência e vamos crescendo, geralmente queremos ser independentes, tomar nossas próprias decisões e ter nosso próprio estilo de vida, ser “donos do próprio nariz”.


E, no mundo de hoje, cada vez mais se fala em independência, liberdade e direitos e as pessoas buscam um estilo de vida que seja o mais fácil, prazeroso e sem dificuldades possível, sem sofrimentos ou dores.


Na contramão do mundo, estamos nós, os cristãos. Por que na contramão? Porque ser cristão, discípulo e verdadeiro seguidor de Jesus sempre tem a ver com cruzes – confiar na sua cruz e carregar a nossa própria cruz. Nosso estilo de vida é moldado pela cruz – não pela ausência dela, e pela dependência e submissão a Cristo.


No Evangelho de hoje, Jesus deixa isso bem claro: Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar, ou, numa tradução mais literal do versículo 27, quem não carrega a sua própria cruz e vem após mim, não pode ser meu discípulo.


No versículo 26 Jesus mostra como esse estilo de vida da cruz é sério, profundo e comprometedor, pois não podemos amar nada nem ninguém mais do que a ele, nem a nós mesmos. Cristo tem que ser nosso maior amor e, ou o amamos e odiamos qualquer coisa que possa ficar entre nós e ele, ou não podemos ser seus discípulos!


Isso parece muito radical, e de fato é. Aqui e em outros textos Jesus nos mostra que não há meio termo em relação a Ele - não se pode ficar em cima do muro ou segui-lo apenas de longe. Em Mateus 12.30, por exemplo, Jesus diz que quem não é a meu favor é contra mim; e quem não me ajuda a ajuntar está espalhando.

É claro que Jesus não está pregando o ódio contra familiares e amigos, mas ao mesmo tempo que nos ensina a amar até os inimigos, Ele nos mostra que, se necessário, para segui-lo e compartilhar o que é dele, precisamos nos afastar de quem quer nos impedir de ser seus discípulos – isto é a cruz que carregamos por crer e seguir a Cristo.


Quando, nos versículos 28 a 30, Jesus compara o discipulado à construção de uma torre e a uma grande batalha contra um rei que tem o dobro de soldados que nós, Jesus mostra como o discipulado é valioso e nos chama para grandes coisas – construir nossa vida sobre Ele e com Ele vencer o inimigo, o diabo.


Para isso, ele diz que temos que calcular se vamos ter condições de terminar a torre e de vencer o exército mais numeroso. E aí vemos que, sozinhos, não vamos passar do alicerce, e teremos que nos render ao inimigo, por mais recursos que tenhamos. E, se não queremos lutar, a única maneira de evitar a guerra contra o diabo é abandonarmos Jesus e ficar submissos ao poder de satanás.


Por isso é que Jesus diz no versículo 33: Assim nenhum de vocês pode ser meu discípulo se não deixar tudo o que tem, isto é, o discipulado e a salvação são coisas tão grandes e valiosas que nada do que temos pode servir para consegui-las. Quando vamos a Jesus completamente vazios, humildes, sem confiar em nós mesmos ou achar que podemos ser independentes, aí então Ele pode nos encher com o que é dele, e com isso a torre será construída e a guerra será vencida.


Para nos dar essa vitória, Jesus também foi radical. Ele não apenas pregou sobre amor e sacrifício pelo próximo, mas deixou-se matar na cruz para provar seu amor por seus inimigos – nós, pecadores. Ele deixou tudo o que tinha e carregou sua cruz para dar-nos a verdadeira liberdade – liberdade do pecado, da morte e do diabo.


Jesus não escolheu o caminho fácil, um estilo de vida agradável, sem compromisso e sem problemas. E nós, como estamos vivendo nosso cristianismo? Como você avalia sua vida diante do que Jesus diz: quem não carrega a sua própria cruz e vem após mim, não pode ser meu discípulo.?


Cada vez mais vemos pessoas buscando um cristianismo “light”, fácil, sem compromissos nem sacrifícios, sem lutas nem incômodos. E muitos luteranos são assim, ou não?


Vemos sempre de novo, em todo lugar, irmãos que pouco ou nada fazem para apoiar e fazer crescer o trabalho do Reino de Cristo, mas que pensam ser “tão bons” quanto os membros fiéis e ativos da igreja, pois afinal, recebem a salvação pela fé e não pelo que fazem.


É verdade que foi Jesus que nos escolheu e nos colocou em seu Reino, por sua graça. Mas, uma vez que estamos em seu reino, precisamos viver de modo digno do Rei Jesus, sabendo que não merecemos sua salvação e, por isso, valorizando essa bênção acima de qualquer coisa.


Sobre isso Lutero diz: “Isto precisa ser enfatizado contra todas essas pessoas ousadas e imprudentes que dizem ‘eu tenho a promessa, eu receberei o que é prometido, mesmo que não faça nada...’. As promessas não nos são dadas com o propósito de roncarmos, sermos preguiçosos e dormirmos, ou para fazer o que está em conflito com a promessa. Não, elas são dadas para trabalharmos, sermos vigilantes e produzirmos frutos” (Luther’s Works, v.5, p.273-74).


Meus irmãos, se queremos ser realmente seguidores de Jesus, não há outro caminho: quem não carrega a sua própria cruz e vem após mim, não pode ser meu discípulo, diz nosso Senhor. Não existe cristianismo fácil – nossa fé envolve carregar a cruz, ou não é fé em Jesus. Na prática, isso significa, entre outras coisas:


- que você precisa escolher, por exemplo, entre vir ao culto ou estudo bíblico ou fazer outra coisa naquela hora;

- que você precisa escolher apoiar o reino de Deus com o dinheiro e bens que Ele lhe dá, ou ignorar o que Deus quer e usar tudo em outras coisas;

- que você precisa escolher submeter-se à Palavra de Deus, às suas orientações e repreensões também, ou fazer o que você acha que é certo;

- que você precisa escolher entre perdoar sempre, como Deus faz com você todos os dias, ou ser orgulhoso e guardar rancor contra o próximo.

- que você precisa escolher entre mostrar sua fé no dia a dia, com palavras e ações, ou fingir que não conhece Jesus, como fez Pedro...

 Para que nós possamos fazer tudo isso e carregar nossa cruz, Jesus carregou a pior e mais pesada cruz por nós – a cruz dos nossos pecados, sobre a qual Ele pagou com sua vida para podermos receber vida e salvação, de graça.



Ele se deu por nós para sermos seus discípulos e podermos dar aos outros o que Ele nos dá: darmos às pessoas as palavra da salvação, darmos ajuda material e emocional, e, principalmente o que elas mais precisam para ter uma vida abundante e verdadeiramente livre – o amor e a força de Cristo que elas precisam quando estão fracas, deprimidas, sem esperança ou sem coragem para seguir em frente.


Jesus carregou a cruz por nós, construiu a torre da salvação e venceu o inimigo. Carreguemos a nossa cruz e sigamos Jesus com a força que Ele nos dá na sua Palavra e Santa Ceia. Confiemos em seu amor e deixemos de lado tudo o que pode nos afastar dele. Sigamos o que Moisés diz em Deuteronômio 30.20: Amem o SENHOR, nosso Deus, obedeçam ao que ele manda e fiquem ligados com ele. Assim vocês continuarão a viver...


É Jesus, que carregou a maldita cruz por nós, quem nos dá o amor de Deus e nos capacita a carregarmos nossa cruz, até a vida eterna. Guiados e amparados por seu amor, carreguemos nossa cruz! Amém.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Dependência ou morte!



Leia em sua Bíblia João 8.31-36

     Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. Se o Filho os libertar, vocês serão, de fato, livres.  (João 8.31,36)

No dia 07 de setembro lembramos e celebramos mais uma vez a independência do Brasil, quando, segundo aprendemos na escola, D. Pedro I proclamou nossa separação política de Portugal com o famoso grito de “independência ou morte!”.
Hoje sabemos que essa “independência” não foi e ainda não é completa, e que nosso Brasil ainda precisa melhorar em muitas coisas para ser um país verda-deiramente livre, justo e bom para todos.
No entanto, mesmo que não sejamos mais submissos a outro país e que as condições de vida dos brasileiros melhorem cada vez mais, temos outra questão envolvendo liberdade, escravidão, vida e morte, que precisa ser resolvida na vida de cada brasileiro – a escravidão do pecado e a morte certa que ela traz na vida de todos.
Por isso, nessa questão, podemos falar de “dependência ou morte”.
Como seres humanos pecadores, naturalmente queremos ser “independentes”, achando que podemos viver longe de Deus. Não percebemos que, na verdade, já nascemos e continuamos a viver escravos do pecado, e isso nos leva à morte que é pior do que a morte física – a morte eterna, a condenação de viver eternamente separados de Deus, sofrendo terrivelmente.
A única maneira de sermos libertos dessa escravidão é sermos dependentes totalmente de Deus e seu amor, revelado em Jesus, o Salvador. É uma questão de “dependência ou morte” – ou cremos em Jesus, e Ele nos liberta e salva do pecado e da morte eterna, ou seguimos no caminho da morte eterna.
No dia 31 de outubro lembraremos a Reforma da Igreja, iniciada e conduzida especialmente por Martinho Lutero, despertado por Deus no século XVI (1517) para reconduzir a sua Igreja ao caminho do Evangelho.
A principal mensagem redescoberta e proclamada por Lutero foi que unicamente Jesus nos salva, somente pela graça de Deus e que isso é revelado unicamente na Palavra de Deus. Lutero teve a alegria de descobrir que ser dependente do amor e da graça de Deus em Cristo é a melhor notícia que podemos receber, crer e levar aos outros.
Assim, “dependência ou morte” significa que cremos e permanecemos em Jesus e por ele somos libertados e salvos para vida eterna com Deus, ou, sem ele, continuamos escravos do pecado e somos condenados.
Deus quer que todos nós, brasileiros e estrangeiros, sejamos livres e indepen-dentes do pecado. Ele quer que sejamos seus filhos e por isso nos convida a sermos dependentes dele, nos colocando sob sua graça e amor, atendendo ao convite de Jesus: Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. Se o Filho os libertar, vocês serão, de fato, livres.
Celebremos nossa salvação vivendo unidos com Cristo cada dia, pois assim não seremos condenados (Rm 8.1). E, movidos pelo amor de Jesus, levemos a mensagem redescoberta por Lutero, que é o centro de nossa fé, igreja e vida, a todos os pecadores, para que mais e mais pessoas creiam e recebam a verdadeira independência! Amém.