BEM-VINDO AO NOSSO BLOG!


Com muita alegria apresentamos o blog da Paróquia Evangélica Luterana Renascer em Cristo , com sede em Rio Branco, AC.


Além da sede, que fica no bairro Estação Experimental, no caminho do aeroporto, temos também um ponto de pregação aqui na capital no bairro Areal.


No interior atendemos Brasiléia, na divisa com a Bolívia, a 230 Km de Rio Branco, e Redenção e Ramal do Bigode, município de Acrelândia, a 110 Km da capital. Outro ponto de pregação fica na estrada que vai a Porto Acre, a 35 Km daqui.


Queremos compartilhar com vocês mensagens, fotos, informações e notícias de nosso trabalho, com o grande objetivo de levar Cristo para todos, especialmente em nosso estado e região, com é o lema de nossa IELB - Igreja Evangélica Luterana do Brasil.


Um grande abraço, no amor de Cristo!



Pastor Leandro.






sábado, 31 de março de 2012

Morrer para produzir vida.

Leia em sua Bíblia João 12.20-43


Eu creio que muitos de vocês fizeram na escola aquela pequena experiência de colocar grãos de feijão em um algodão molhado por alguns dias e observar como eles brotam e crescem dia após dia.


É um pequeno grande milagre: um grão que estava em um pacote junto com centenas de outros, é transformado em pouco tempo em uma planta só porque foi colocado na umidade. Na verdade, acontece com ele o que Jesus diz em nosso evangelho: Se um grão de trigo não for jogado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão. Mas, se morrer, dará muito trigo (Jo 12.24).


Usando o milagre da vida que brota da morte e produz muito fruto, Jesus estava falando, em primeiro lugar, dele mesmo. Nos v. 31 a 33 lemos: Chegou a hora de este mundo ser julgado, e aquele que manda nele será expulso. E, quando eu for levantado da terra, atrairei todas as pessoas para mim. Ele dizia isso para indicar de que maneira ia morrer.


Jesus estava mostrando claramente que a sua glorificação estava em sua morte, oculta sob a cruz, para produzir vida eterna e abundante. Se Jesus não cumprisse sua missão, esvaziando-se de sua glória divina e sendo humilhado até a morte de cruz, como Paulo diz na epístola de hoje, Ele seria como o grão que está guardado: permaneceria vivo, mas não produziria frutos para o benefício de outros.


Este morrer para produzir vida é o caminho que Deus escolheu para mostrar seu amor e salvação ao mundo. O caminho das religiões humanas é bem diferente. Por exemplo, no budismo e hinduísmo existe a lei do karma: tudo o que a pessoa semear, também colherá, isto é, tudo o que uma pessoa faz na sua vida atual, terá sua recompensa ou colheita em suas vidas ou reencarnações futuras.


Se alguém, por exemplo, se comporta mal nesta vida, na vida futura poderá reencarnar ou renascer como um paralítico, um membro de uma classe inferior ou até como um cachorro, um verme ou uma barata. Se a pessoa se comportar bem, pode reencarnar como alguém rico, um santo ou um membro das classes altas. Essa lei do karma é imutável.


Se nós dependêssemos dessas religiões, estaríamos perdidos, pois nascemos já pecadores e longe de Deus. Estamos sem a glória de Deus e constantemente fazemos o que é mal, e por isso mereceríamos colher a ira, a maldição e a morte eterna. E mesmo que reencarnássemos, como elas dizem, esse processo nunca teria fim, pois é impossível ao ser humano purificar-se diante de Deus.


Mas aí entra o morrer para produzir vida de Jesus. O mal e o pecado que nós semeamos foram colhidos por Jesus na cruz, onde Ele morreu para produzir vida abundante para todos os que nele creem. A sua morte na cruz muda nosso destino, nossa situação diante de Deus.


Por isso também o que Jesus diz sobre morrer para produzir vida se aplica ao que nele crê, que o segue e o serve, como lemos nos v. 25-26: Quem ama a sua vida não terá a vida verdadeira; mas quem não se apega à sua vida, neste mundo, ganhará para sempre a vida verdadeira. Quem quiser me servir siga-me; e, onde eu estiver, ali também estará esse meu servo. E o meu Pai honrará todos os que me servem.  


Aqui e em outros textos onde Jesus fala de segui-lo, o que Ele quer dizer é que a pessoa que dirige todos seus esforços e interesses para si mesma e para a preservação da vida física e seus bens materiais, no final das contas perderá tudo; enquanto que a pessoa que está disposta a perder sua vida física para não perder a Cristo, terá a vida eterna.


Jesus não está nos ensinando a ser fanáticos ou radicais, odiando nosso corpo ou não usando as bênçãos materiais que Deus nos dá, mas está dizendo que não devemos colocar nosso eu e nossos desejos acima de Deus e sua vontade.


Foi o que Jesus fez. Para morrer para produzir vida, Ele sempre seguiu a vontade do Pai, como vemos no v. 27: Agora estou sentindo uma grande aflição. O que é eu vou dizer? Será que vou dizer: Pai, livra-me desta hora de sofrimento? Não! Pois foi para passar por esta hora que eu vim. Mas depois, como diz Paulo em Filipenses 2.9-11, Ele ressuscitou e foi exaltado, e um dia será honrado por todas as criaturas do universo.


Jesus nos convida hoje também a morrer para produzir vida, meus irmãos. Morrer para nossos maus desejos, morrer para uma vida centrada apenas em coisas materiais, morrer para nosso egoísmo, orgulho e cobiça. Somos convidados a pensar, agir e viver como Cristo, como Paulo diz em Filipenses 2.5.


Isso não é fácil, porque ainda somos pecadores e temos em nós o velho homem. Não é fácil porque vivemos num mundo que não aceita Jesus como um messias nos chama a sacrificar nossos próprios interesses e a servir ao próximo, em vez de explorá-lo e humilhá-lo.


O mundo e, infelizmente, muitos que se dizem seguidores de Jesus, não entenderam que o Reino de Deus não é construído sobre a força de armas, sobre a prepotência e poder de seus líderes, sobre riquezas e prosperidade material. É o Reino do morrer para produzir vida, onde o Filho de Deus tornou-se o maior Servo, sacrificando-se na cruz por nós.


Em nossos dias repete-se o que lemos no v. 37: Eles tinham visto Jesus fazer todos esses milagres, mas não criam nele. Muita gente vai atrás de supostos milagres, mas no fundo não crê no verdadeiro Cristo, o Servo que veio morrer para produzir vida, e não para saciar nossos desejos humanos. Muitos, como os líderes judeus, gostam mais de ser elogiados pelas pessoas do que de ser elogiados por Deus, com lemos no versículo 43, e não estão dispostos a tomar a sua cruz e seguir Jesus.


Assim, meus irmãos, somos convidados pelo próprio Jesus no v. 36: Enquanto vocês tem a luz, creiam na luz para que possam viver na luz. Somos convidados a viver em Cristo e com Cristo, para junto com Ele morrer para produzir vida, vida eterna, feliz e abundante que só Cristo pode oferecer e dar de verdade.


Vamos, como diz o Salmo 118.28-29, louvar ao nosso Deus e anunciar a sua grandeza, vamos dar graças ao Senhor, porque Ele é bom e o seu amor dura para sempre, porque seu Filho Jesus veio morrer para produzir vida, vida que vem a nós hoje na Palavra e Sacramentos, onde o Cristo levantado na cruz vem a nós e nos atrai com seu amor.


Quero concluir essa reflexão com o hino 398 do Hinário Luterano, que mostra o morrer para produzir vida em Cristo e em nosso viver como seus discípulos.


Amoroso e humilde Servo, carregaste a nossa dor,

E, na cruz, desamparado, nos remiste em grande amor.

Não apenas te adoramos com os lábios a cantar,

Mas a ti, inteiramente, nos queremos consagrar.


Muitos andam solitários, os famintos pedem pão,

Outros buscam liberdade, tantos gemem na aflição;

Como vieste compassivo aos que sofrem aliviar,

Queiras hoje ser consolo para os fracos amparar.



Possa a luz reveladora deste amor esclarecer

Nossa mente pecadora, inspirando-nos a ver

Neste mundo os sofredores e em teu nome os amparar.

Mostra-nos como é sublime teu amor compartilhar.


        Que assim seja com cada um de nós. Amém.

sábado, 24 de março de 2012

QUEM É O MAIS IMPORTANTE?


Leia em sua Bíblia Marcos 10.35-45

Começo esta reflexão com uma nota publicada na revista Veja de 21 de março (p. 53):
 

FRANQUIA MAIS BAIXA – Até recentemente havia uma regra não escrita na Igreja Universal: o bispo Edir Macedo só deixava que um novo templo fosse aberto se tivesse certeza de que poderia arrecadar ali um mínimo de 150 000 reais por mês. Menos do que isso não valia a pena. A concorrência nos calcanhares, sobretudo da Igreja Mundial do Poder de Deus, de Valdemiro Santiago, obrigou a Universal a adotar uma nova estratégia de franquia. Agora, basta o candidato provar que o templo faturará 50 000 reais por mês, no mínimo, e terá a autorização para abrir as portas.
 

Vimos durante toda esta semana que esta não é a única estratégia da Igreja Universal (IURD)para atingir sua concorrente mais forte, a Igreja Mundial de Valdemiro Santiago.
 

            Desde domingo (18.03) a TV Record, de Edir Macedo, vem repetindo insistentemente a reportagem que mostra denúncias de mau uso das ofertas arrecadadas pela igreja de Valdemiro que, aliás, era pastor da IURD antes de fundar sua própria igreja.
 

É interessante lembrar que a própria IURD e seu líder, Edir Macedo, já foram denunciados pelos mesmos motivos, e Edir também ficou milionário depois de fundar sua igreja.
 

Na Veja da semana anterior (14.03) também aparecem denúncias contra líderes de outras igrejas, uma até muito famosa e também com muitos membros no Brasil.
 

Tudo isso, meus irmãos, só reforça o que já dissemos outras vezes: alguns tipos de igreja não deveriam usar o título de “evangélica” ou “de Deus”. Pois o que menos se vê nelas é a pregação do verdadeiro Evangelho e o fazer a vontade de Deus. Para confirmar isso, vamos olhar para alguns versículos dos textos de hoje (textos do 5o. Domingo na Quaresma).
 

ü O Salmo 119 diz nos v. 14 e 16: Fico mais alegre em seguir os teus mandamentos do que em ser muito rico. As tuas leis são o meu prazer; não esqueço a tua palavra. Para muitos líderes de igrejas por aí, esses versículos ficariam assim: Fico mais alegre em ficar rico do que em seguir teus mandamentos. A riqueza é o meu prazer; não esqueço de pedir mais dinheiro ao povo.

ü Em Hebreus 5.7-9 lemos: Durante a sua vida na terra, Cristo, em voz alta e com lágrimas, fez orações e súplicas a Deus, que o podia salvar da morte. E as suas orações foram atendidas porque ele era dedicado a Deus. Embora fosse o Filho de Deus, ele aprendeu, por meio dos seus sofrimentos, a ser obediente. E, depois de ser aperfeiçoado, ele se tornou a fonte de salvação eterna para todos os que lhe obedecem. Enquanto Jesus chorou e sofreu por nós, ficando fiel à sua missão até a morte na cruz, esses líderes de igrejas choram para pedir mais dinheiro, ao mesmo tempo em que não pagam suas contas e usam as ofertas para proveito pessoal. Além disso, pregam um Jesus que vem salvar o corpo e o bolso, e não para dar salvação eterna, como diz o texto em Hebreus.

ü No Evangelho de Marcos 10, Jesus diz nos v. 42-45: Como vocês sabem, os governadores dos povos pagãos tem autoridade sobre eles e mandam neles. Mas entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva aos outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja  escravo de todos. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para ser servido e dar a sua vida para salvar muita gente. O que vemos em muitas igrejas é gente se servindo do povo para enriquecer, viajar em jatos particulares e helicópteros, comprar propriedades, aviões e carros de luxo, enfim, viver vida de rei, e no de servo, como Jesus ensina e como ele e seus verdadeiros apóstolos viveram.
 

Tudo isso é feio, é triste e detestável e infelizmente essa lama respinga em muitos cristãos e igrejas que procuram pregar e viver o Evangelho puro de Jesus. Mas, tudo isso não é novidade, pois o que levou Jesus a dizer o que ouvimos há pouco foi uma disputa por cargos e poder, exatamente como acontece hoje entre os líderes religiosos. Ouçam os v. 37 e 41: Quando o senhor sentar-se no trono do seu Reino glorioso, deixe que um de nós se sente à sua direita, e o outro, à sua esquerda. Quando os outros dez discípulos ouviram isso, começaram a ficar zangados com Tiago e João.
 

Os próprios discípulos ainda não tinham entendido qual era a missão de Jesus e que seu reino seria totalmente diferente dos reinos do mundo. Enfim, quando eles começaram a disputar cargos (e essa não foi a única vez), a questão em jogo era esta: Quem é o mais importante?
 

Sim, quem é o mais importante? Essa pergunta também mexe com a gente, provoca coceira em nossos lábios e ouvidos. Somos hoje também tentados a pensar que somos mais importantes do que nossos irmãos na fé e do que aqueles que ainda não crêem em Jesus.
 

Se somos membros ou pastores fiéis na igreja, é grande a tentação de nos acharmos mais importantes. Mas os critérios de avaliação de Jesus são a humildade e o serviço aos outros, seguindo o seu próprio exemplo, que o levou até a morte na cruz.
 

Quem é o mais importante? Jesus diz que é aquele que serve. Nós, mesmo sendo cristãos, muitas vezes preferimos ser servidos – pela igreja, pelo pastor, pelo irmão, pelo cônjuge, pelos pais, pelos filhos, pelos empregados, e assim por diante.
 

Por isso, ao vermos essa vergonha relacionada a igrejas e seus líderes por aí, isso deve não só nos fazer ficar indignados, mas nos fazer olhar para nós mesmos e reconhecermos que não somos muito diferentes: nós também queremos ser servidos, ter reconhecimento, ser aplaudidos e ter poder, nem que isso seja disfarçadamente.
 

Por isso, a melhor resposta à pergunta sobre quem é o mais importante, e que deve sempre estar em nossas mentes e corações, é esta:
 

Ø Jesus Cristo, que veio trazer a nova aliança prometida por Deus através de Jeremias, que diz no texto de hoje: Pois eu perdoarei os seus pecados e nunca mais lembrarei das suas maldades. Eu, o SENHOR, estou falando (Jeremias 34.31c).

Ø Jesus Cristo, aquele que se tornou a fonte da salvação eterna para todos os que lhe obedecem, como lemos em Hebreus 5.9.

Ø Jesus Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente, como ele mesmo diz em Marcos 10.45.
 

Jesus, o Filho de Deus, o mais importante, desceu do céu, viveu humildemente entre nós, cumprindo toda a lei e vontade de Deus em nosso lugar, sofreu e foi humilhado, morrendo na cruz por nós para pagar pelos nossos pecados – egoísmo, inveja, preguiça, cobiça e tantos outros. É por causa disso que podemos ser servidos pelo seu amor e perdão, recebendo dele a salvação eterna e vida nova já aqui neste mundo.


É porque Jesus, e não eu, vocês ou qualquer líder ou membro de igreja ou qualquer pessoa no mundo, porque Ele é o mais importante, que nós podemos servir a Deus levando ao próximo – a todos que Deus coloca em nosso caminho – esse amor que salva a todos porque não busca poder ou fama, riquezas ou benefícios próprios, mas busca apenas dar perdão, vida e salvação eterna, de graça, pela fé em Cristo.
 

Eu e vocês sabemos quem é o mais importante: Jesus Cristo, nosso amado Salvador! Amém.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Olhemos para Jesus!

Leia em sua Bíblia Números 21.4-9 e João 3.14-21

Sofrimento é uma palavra que nos acompanha diariamente. Com certeza ninguém de nós gosta de sofrer, seja física ou emocionalmente, seja qual for a causa do sofrimento. O sofrimento nos cansa e, quando ele dura muito tempo, nossa tendência é reclamar e nos queixar.

Assim foi com o povo de Israel depois que saíram da escravidão no Egito, guiados por Moisés. Em sua jornada pelo deserto em direção à terra de Canaã, eles ficaram cansados e desanimados. Os 40 anos de viagem pelo deserto causaram queixas e reclamações contra Moisés e contra Deus.

Mas, qual era o verdadeiro problema dos israelitas: desânimo por causa dos sofrimentos no deserto ou falta de confiança nas promessas de Deus?

É claro que eles estavam cansados e desanimados. Só que esse desânimo era causado exatamente pela falta de confiança deles nas promessas do Senhor. Vejamos: por que eles tinham que levar 40 anos para fazer uma viagem que normalmente levaria apenas alguns meses, mesmo indo a pé, com seus animais e suas bagagens?

Do Egito até Canaã são mais ou menos 600 Km – não é tão longe para ter que andar 40 anos! Esses 40 anos foram um castigo de Deus pelo povo não ter confiado que o Senhor lhes daria a vitória contra os moradores de Canaã, quando Josué, Calebe e outros dez homens foram espionar a terra prometida. Isso está registrado em Nm 14.22,23.

O sofrimento então era culpa deles mesmos. Não confiaram no Senhor que já tinha dado tantas provas do seu amor e poder, tirando-os do Egito com grandes sinais e milagres.

Na leitura de hoje novamente o povo reclama contra Deus. Reclamam do pão que Deus envia do céu cada dia, de graça. E aí Deus age de novo: assim como tinham enviado o pão para matar a fome deles, agora envia as cobras, não só para castigá-los, mas principalmente para levar o povo ao arrependimento e de volta para perto dele.

E o resultado veio: o povo viu seu erro, arrependeu-se do pecado e disse: Nós pecamos, pois falamos contra Deus, o SENHOR. O povo olhou para si mesmo e para suas atitudes e confessou seu pecado.

E então Deus tirou as cobras do meio deles? Não! As cobras não eram o seu maior problema, pois na verdade o deserto era o lugar delas. Deus mandou Moisés fazer uma cobra de metal e colocá-la num poste, e então mandou o povo olhar para aquela cobra, para que vissem que a solução vinha dele, curando assim o principal problema deles – a falta de confiança no Senhor.

Quem olhava para a cobra de metal era curado, não porque ela tinha algum poder, mas por causa da promessa de Deus: Quem for mordido deverá olhar para ela e assim ficará curado (v.8).

Essa história, muito interessante, só vale alguma coisa para nós se vermos o que ela tem a nos dizer hoje, para a nossa vida.

Nós, como povo de Deus, também temos problemas e sofrimentos, e muitas vezes desanimamos. Muitas vezes começamos a reclamar e nos queixar e talvez até pensamos que Deus nos abandonou, como o povo de Israel tinha pensado.

Deus então age em nossa vida para levar-nos de volta à confiança NEle. Ele não manda cobras para nos castigar, mas Ele permite que em nossa vida aconteçam doenças, problemas financeiros, familiares e emocionais, dificuldades, para fazer-nos refletir sobre nossa vida e nossas ações e levar-nos ao arrependimento, levar-nos a dizer: “nós pecamos!”

Pecamos todos os dias, pois o pecado ainda mora dentro de nós. Muitas vezes colocamos outras coisas acima de Deus em nossa vida e confiamos em coisas, em seres ou em nós mesmos e não no Deus verdadeiro. Como o povo de Israel, provocamos a ira de Deus, desafiamos sua vontade e paciência e não damos valor às suas promessas. Nós pecamos e nos afundamos na lama mortífera do pecado.

E o que podemos fazer? Nada! Não podemos fazer nada, assim como os israelitas não podiam fazer nada contra as cobras no deserto. Somente Deus pode resolver nossa situação, como resolveu a deles. Lá Ele fez o povo olhar para a cobra de metal, a solução que vinha diretamente dele.

Essa cobra de metal, meus irmãos e irmãs, apontava exatamente para a solução de Deus para nós hoje: aponta para Jesus, como ele mesmo diz no evangelho de hoje: LER Jo 3.14.

Deus quer que olhemos para Jesus para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna (Jo 3.15).

Assim, a única solução para nosso pecado e nossa falta de confiança em Deus é esta – olhemos para Jesus! Se você tem sofrido com doença, falta de trabalho ou dinheiro, conflitos familiares, problemas emocionais, falta de amor a Deus e ao próximo, angústia ou desânimo, com o peso do pecado, Deus convida você a olhar para Jesus.

Olhemos para Jesus! Olhe para Jesus com o coração – coloque sobre Ele toda sua angústia, dor e fraqueza, deposite nele toda a sua confiança e fé. Em oração nós levamos tudo isso a Deus, através de Cristo, e Ele nos responde com seu Espírito em sua Palavra e Sacramentos e através dos irmãos na fé.

Na epístola Paulo nos diz: Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é o resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la (Ef 2.8-9).

Esta solução de Deus em Cristo é por graça e não podemos nem precisamos fazer algo para tê-la em nossa vida. Precisamos apenas, como os israelitas, reconhecer sinceramente nossos pecados e confiar no perdão, na força e no consolo que vem de Deus, através do Cristo que foi crucificado e levantado por nós e em nosso lugar.

Para que você e eu sejamos salvos e tenhamos paz já aqui, mesmo em meio aos sofrimentos, e por toda a eternidade, Deus nos convida para que confiantemente olhemos para Jesus! Ele está conosco em sua Palavra e Santa Ceia e nos concede a vitória sobre as cobras mortíferas do pecado, da morte e do diabo.

Olhemos para Jesus! Ele se deu por nós e está sempre pronto a nos ajudar e, principalmente, a nos dar nova vida e vida eterna. Amém.

domingo, 11 de março de 2012

NÓS PREGAMOS O CRISTO CRUCIFICADO!


Leia em sua Bíblia 1 Coríntios 1.18-31.


O que a sua igreja proíbe? O que ela prega? “Nossa, você é evangélico e pode usar isso, beber aquilo, fazer tal coisa!”

Talvez você tenha ouvido essas frases ou outras parecidas. Num Brasil cada vez mais “evangélico”, está ficando difícil saber o que se entende por “evangélico”, ao mesmo tempo em que praticamente todos os cristãos não católicos são classificados de “evangélicos”.

Para muitos, ser “evangélico” significa estar num grupo onde há bastante apelo às emoções e muitas regras e obrigações, como a oferta obrigatória de 10% dos seus ganhos e a proibição de comer ou beber certas coisas ou usar certas roupas, por exemplo. As regras destes “evangélicos” variam muito entre as centenas (ou milhares) de denominações que se auto-intitulam “igreja evangélica”.

Para outros, ser “evangélico” é estar numa denominação onde o ponto principal é a busca pela prosperidade material, saúde e felicidade física e emocional, e onde normalmente há “campanhas”, “correntes” ou “passos” de fé para se alcançar esta prosperidade.

Nestes grupos, Jesus é pregado, é claro. Mas, infelizmente, Ele geralmente é colocado ou como um novo Moisés, dando novas leis e regras que as pessoas devem seguir para serem abençoados, e um juiz que vigia para ver quem cumpre ou não suas ordens; ou então é apresentado como um grande curandeiro, milagreiro e distribuidor de bênçãos materiais, quase como o gênio da lâmpada das histórias infantis.

Pouco ou nada se ouve, nesses grupos “evangélicos”, sobre o Cristo que o apóstolo Paulo pregava e que nos é apresentado na epístola de hoje. Parece que Paulo está falando de outro Jesus e que não está na igreja “evangélica” certa.

E é isso mesmo: Paulo fala de um outro Cristo, bem diferente deste que é anunciado, usado e abusado em muitas denominações hoje em dia. Ele diz no v. 23: Mas nós anunciamos o Cristo crucificado – uma mensagem que para os judeus é ofensa e para os não judeus é loucura. E para não deixar dúvida, logo depois, no capítulo 2 ele repete: Porque, quando estive com vocês, resolvi esquecer tudo, a não ser Jesus Cristo e principalmente a sua morte na cruz (2.2).

O Cristo pregado por Paulo, pelos evangelistas e apóstolos e por toda a Bíblia é o Cristo crucificado, que era uma ofensa e escândalo para os judeus e uma loucura para os gregos e outros não judeus.

O Cristo crucificado, que veio ao mundo para cumprir a Lei de Deus, da qual falam os textos do AT e Salmo do terceiro domingo na Quaresma (Êx 20.1-17, Sl 19), em nosso lugar, pois não podemos cumpri-la de modo algum, e que veio também para morrer na cruz por todos os pecadores, pagando o preço e o castigo pelos nossos pecados e nosso descumprir da Lei de Deus – este Cristo era e ainda é hoje uma ofensa e escândalo para muita gente, e loucura para outros tantos.

Sim, meus irmãos, o Cristo crucificado é uma ofensa e escândalo para aqueles que buscam nele apenas bem-estar físico e material. Era assim para os judeus da época de Jesus e Paulo, que em sua maioria esperavam um salvador político e distribuidor de bênçãos materiais.

Vemos isso, por exemplo, quando Jesus alimenta uma multidão multiplicando pães e peixes em João 6. O povo procura Jesus no dia seguinte para buscar mais comida grátis (Jo 6.26), mas quando Jesus disse que veio como o Pão do céu, no qual deveriam crer (Jo 6.29,35) para serem salvos da morte eterna (Jo 6.40), foi criticado e muitos o abandonaram (Jo 6.41,42,66).

Hoje também é assim: muita gente não quer ouvir falar de pecado, condenação eterna, Cristo crucificado para dar vida eterna e perdão. Buscam religiões e igrejas que pregam o Cristo milagreiro, que satisfaz as necessidades físicas e materiais para o aqui e agora, exatamente como os judeus que seguiam Jesus. É o que chamamos de teologia da prosperidade ou da glória, pois se quer ter a glória do céu aqui no mundo, já, aqui e agora.

Para outros Cristo crucificado é loucura, pelo mesmo motivo que era para os gregos no tempo de Paulo: se eu não posso compreender lógica e racionalmente como um homem considerado santo e filho de Deus acabou morto como um terrível bandido e, mais irracional ainda, que ele ressuscitou dos mortos, então isso é loucura para mim.

No meio disso tudo, onde há “evangélicos” que pouco ou nada pregam realmente do Evangelho, isto é, a boa nova da salvação e perdão gratuitos dados por Cristo, pela fé nele e somente pela graça de Deus – e por isso nem deveriam usar o título de “evangélicos”, e onde há tanta gente cética e dura de coração, estamos nós, cristãos da IELB - Igreja Evangélica Luterana do Brasil.

E o que nós, cristãos luteranos, pregamos? Simplesmente pregamos o mesmo que Paulo: nós pregamos o Cristo crucificado! O Cristo que morreu e ressuscitou para nos dar o perdão dos pecados, vida e salvação eterna. O Cristo que prometeu e enviou o seu ES, que nos dá e mantém na fé pela sua Palavra, Batismo e SC. O Cristo que promete que nada nos faltará enquanto vivemos neste mundo, onde sofremos mas temos a vitória por meio dele (Jo 16.33), pois Ele sempre está conosco, como prometeu em Mateus 28.

Nós pregamos o Cristo crucificado! O Cristo que é o poder e a sabedoria de Deus, como diz Paulo (1.24), e por meio de quem somos aceitos por Deus, nos tornamos o povo de Deus e somos salvos, como lemos no v. 30.

Nós pregamos o Cristo que, se viesse fisicamente ao mundo hoje, provavelmente faria em muitos templos o que fez no templo de Jerusalém, como lemos no Evangelho de hoje: faria uma limpa onde estão comerciando a Palavra de Deus e vendendo suas bênçãos, e diria a muitos: Parem de fazer da casa do meu Pai um mercado! (Jo 2.16).

Nós pregamos o Cristo crucificado! O Cristo que dá significado profundo e verdadeiro à palavra “evangélica” no nome de nossa igreja: o Cristo que veio para libertar do pecado e da lei, e não escravizar-nos a leis e regras humanas; o Cristo que veio dar a maior benção – a salvação eterna, de graça, e não prometer-nos o paraíso aqui no mundo, em troca de nossas ofertas ou obras; o Cristo que convida, oferece e dá vida verdadeira, e não obriga, não oprime nem aprisiona ninguém.
 
Nós pregamos o Cristo crucificado! Pregamos o Cristo que é único Caminho que leva a Deus, a única Verdade que salva e satisfaz e a única Vida que é perfeita e dura muito além da vida neste mundo, mas que passou pela cruz para ser tudo isso e, por isso, chamamos esta pregação de teologia da cruz.
 
Muita gente, meus irmãos, precisa conhecer este Cristo, para crer nele e torna-se um verdadeiro evangélico, isto é, alguém que é salvo pelo Evangelho do Cristo crucificado e vive pelo Evangelho do Cristo ressuscitado. Vamos então cada vez mais e melhor, com o poder de Cristo em nós, pregar o Cristo crucificado, o Cristo Salvador! Amém.
 

segunda-feira, 5 de março de 2012

QUANTO VALE A SUA ALMA?

Leia em sua  Bíblia Marcos 8.27-38


Vocês sabem que muita gente vende seu corpo ou explora o corpo de outras pessoas, e muitas vezes por bem pouco. Há poucos dias vi no jornal uma mãe que estava vendendo sua filha de 13 anos para comprar drogas.

Há prostitutas, garotos de programa, crianças, adolescentes e jovens oferecendo seus corpos para serem usados e abusados, sob risco de contrair doenças e até morrer, por míseros reais, na prostituição e no tráfico de drogas.

Outros, em troca de dinheiro, fama ou bens, vendem sua honra, honestidade e caráter – muitos políticos, por exemplo.

Enfim, para muita gente seu corpo e sua honra valem muito pouco. Mas há um problema maior ainda: para muita gente, a sua alma também vale muito pouco. Trocam a alma por dinheiro, prazer, fama, prosperidade ou até por simples comodismo ou indiferença.

E para nós, quanto vale a alma? Para você, quanto vale a sua alma? O salmo 49 diz que não há dinheiro que pague a vida de alguém e que ninguém pode pagar a Deus o preço da sua vida (Sl 49.8,7).

Quanto vale a sua alma? Para Jesus, ela vale muito. Para Ele, a sua e a minha alma custaram caríssimo – a vida dele na cruz! Em nosso texto, ele diz aos discípulos que ele seria rejeitado pelos líderes de seu povo e seria morto, para depois ressuscitar (v. 31).


Jesus diz claramente que teria que sofrer e ser morto, mas Pedro não aceitou. Usado pelo diabo, tentou desviar Jesus de sua missão de pagar na cruz pelas almas de todos os pecadores.

Hoje também é assim: muitos não compreendem a missão e o sacrifício de Cristo e desprezam sua salvação – mesmo alguns que já crêem ou já creram nele, pois o diabo continua agindo, tentando nos desviar da salvação de Jesus. Muitos ainda acham que Cristo é um salvador apenas para os males físicos e buscam nele bens materiais e prosperidade, por exemplo.

Pergunto de novo: quanto vale a sua alma? Quando pensamos como o ser humano pensa, damos pouco valor à nossa alma e ao sacrifício de Jesus na cruz para salvar-nos da condenação eterna.

E quando fazemos isso? Quando, por exemplo, não pensamos que é importante estar presente em cada culto – desprezamos o próprio Jesus que vem a nós na Palavra e Santa Ceia. Também damos pouco valor à nossa alma quando não a alimentamos com a Palavra de Deus em nossa casa, com a família e em nossa vida particular, e quando não a praticamos no dia a dia, pois ouvir a Palavra de Jesus e não praticá-la é construir a vida sobre a areia (veja Mateus 7.24-27).

E quando damos pouco valor aos irmãos na fé ou não achamos importante levar o amor de Jesus a outros, também estamos dando pouco valor às almas dessas pessoas.

Quanto vale a sua alma? Para Deus ela vale tudo! Por isso Ele provou seu amor por nós com ação – enviou Jesus para ser sacrificado em nosso lugar. Quando nós compreendemos este profundo amor de Deus e vemos quanto nossa alma vale para Ele, podemos então suportar com alegria, paciência e consagração o “custo” de seguir a Jesus, como vemos nos v. 34-37 de nosso texto.

Ao mesmo tempo, não trocamos nossa alma por nada (v.36) e não temos vergonha de mostrar com nossa vida que Jesus é o nosso amado Salvador (v.38).

Em Romanos o apóstolo Paulo diz que agora que fomos aceitos por Deus por nossa fé nele, temos paz com ele por meio do nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1). Cristo levou a cruz mais pesada – a dos nossos pecados. Nós éramos inimigos de Deus, diz Paulo, mas ele nos tornou seus amigos por meio da morte do seu Filho. E, agora que somos amigos de Deus, é mais certo ainda que seremos salvos pela vida de Cristo (Rm 5.10).

Cristo pagou o preço pela nossa alma, e Deus aceitou este pagamento. Agora ele nos acompanha com sua graça, amor e salvação e, por isso, podemos seguir e servir a Jesus com alegria, colocando o seu Evangelho como a coisa mais importante de nossa vida, tendo e recebendo dele a vida verdadeira, vida de perdão e salvação eterna para o corpo e a alma.

Quanto vale a sua alma? Para Deus ela é valiosíssima! Por isso, acompanhe Jesus, coloque os interesses dele acima de tudo e não tenha vergonha dele, pois Ele pagou pela sua alma na cruz e promete levar você à vida eterna!

Como diz Paulo, também nós nos alegramos por causa daquilo que Deus fez por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, que agora nos tornou amigos de Deus (Rm 5.11).

         Que o Senhor conceda a cada um de nós a alegria de saber que nossa alma vale muito para Ele, e nos faça dar também muito valor a ela, alimentando-a com a Palavra e Santa Ceia, para recebermos a força que só Cristo pode nos dar, para o seguirmos fielmente, carregando nossa cruz e, um dia, recebermos em lugar da cruz a coroa da vida eterna! Amém.