7º
Domingo após Pentecostes
Lucas
10.1-20
Tenha
seu nome escrito no Livro da Vida!
Prezados
irmãos na fé: o que se entende por felicidade? Conforme o
dicionário: ventura; contentamento; bem estar; êxito, sucesso; ato
ou efeito de se sentir feliz. De forma simples estas são expressões
que tentam explicar o que é felicidade. Mas o que realmente ela é?
De onde ela vem? As pessoas podem ser felizes de verdade? Estas são
perguntas que não se calam em nosso cotidiano. E nós, cristãos,
somos realmente felizes? Que Deus Triúno, Pai, Filho e Espírito
Santo nos abençoe neste momento de reflexão, quando queremos falar
da nossa felicidade, que não tem origem neste mundo, mas vem do
poder de Cristo Jesus e da sua paterna misericórdia.
Amada
igreja: estamos vivendo o 7º Domingo após Pentecostes. Se
analisarmos bem os textos de hoje vamos encontrar algo em comum: a
felicidade. Não estamos falando da felicidade deste mundo, mas
daquela que nos é proporcionada pelo Senhor. Todos os textos deste
fim de semana nos cativam. Queremos estudar de forma especial o
Evangelho e ver o que nosso Senhor Jesus disse sobre a felicidade.
Amados
irmãos, é interessante que as palavras de Jesus no início desse
texto não são consoladoras. São até desanimadoras. Ao enviar os
setenta discípulos, ele disse que o trabalho era grande, que a seara
era enorme. Mas não disse que seria fácil. Ao contrário do que
muitos pregam, dizendo que o verdadeiro cristão não enfrenta
problemas, aqui vemos os problemas. O Mestre disse que estava
enviando estes homens como cordeiros para o meio de lobos. E quanto a
isso, nem precisamos explicar o que significa. Jesus está mostrando
que a pregação do Evangelho acontece entre dificuldades. Ele quebra
aquele mito de que “se você está sofrendo ou se a sua igreja não
cresce, é porque ela não presta”. As dificuldades que estes
homens enfrentariam seriam enormes. E a verdade é que Jesus nunca
prometeu vida fácil, como muitos estão inventando por aí. Eis as
palavras do Mestre: “no mundo, passais por
aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo
16.33).
As
dificuldades e tristezas quanto à pregação do Evangelho
demonstradas neste texto ainda não terminaram. Jesus diz nos vv. 10
e 11 que muitas cidades e pessoas certamente não aceitariam a
palavra da salvação. E o sinal que deveria ser feito em protesto a
esta situação não era a discussão, mas o sacudir da poeira.
Certamente
é triste a dificuldade que estes homens enfrentariam durante a
pregação do Reino de Deus. E aí perguntamos: onde está a
felicidade de um cristão? Jesus disse mais, não parou por aí
com as suas exortações e demonstrações de tristeza. Ele ainda
falou a respeito das cidades de Corazim e Betsaida, e mais uma vez
ele demonstrou tristeza, e não felicidade. Então, onde está a
felicidade?
Nem
tudo está perdido. Nem todos deixaram de ouvir a Boa Nova. Aí está
a felicidade! E nesta exortação Cristo afirmou que muitos
receberiam a paz e a palavra e que deveriam ficar na casa que fossem
aceitos. O apóstolo Paulo diz que fez de tudo para com todos para
ver se de algum modo levasse alguns à salvação (1Co 9.22).
O
Reino dos Céus é assim. Não é fácil, tem dificuldades, mas
também tem alegrias. Os Evangelhos nos relatam que o próprio Jesus
passou por isso várias vezes. Estes enviados por Cristo acharam
alegria e voltaram jubilantes, apesar das dificuldades: “…
regressaram os setenta, possuídos de alegria...”
(v.17). Mas o que causou tamanha felicidade nestes enviados? A
felicidade deles estava no fato de que até “os próprios
demônios os submetiam pelo nome de Cristo”, como diz o v.
17.
Sim,
esses homens passaram por vários sofrimentos e agora estavam cheios
de felicidade. Mas cabe uma pergunta: ainda seria esta a
verdadeira felicidade de um cristão? A princípio, sim! Ver o
diabo se submetendo a nós pelo poder da Palavra; ver o maligno se
humilhando diante de nós por causa do nome de Cristo – humanamente
falando esta é a verdadeira felicidade! Tudo isso é bom e aceitável
diante de Deus. Mas, de acordo com Jesus, temos uma felicidade
superior a esta e que está no texto do Evangelho de hoje. Ela nos
faz esquecer os sofrimentos e as tristezas que enfrentamos na
pregação da Palavra. A felicidade é essa: ter o nome “arrolado
nos céus” (v. 20). Em palavras simples, a nossa maior
manifestação de felicidade é ter o nome escrito no Livro da
Vida (Ap 3.5).
Que
estas palavras estejam fixadas em nosso coração e lembremo-nos
diariamente de que Cristo carregou sobre si os nossos pecados, as
nossas dores, para que pudéssemos ter o nosso nome arrolado nos
céus, no Livro da Vida. Este é um presente gratuito de Deus, a
causa maior da nossa felicidade, mesmo em meio ao sofrimento e a
tristeza. Cristo Jesus é a nossa felicidade. Amém.
(Portas
Abertas 18 e Preciso Falar 25, pp. 139-141)