3º
Domingo após Pentecostes
Lucas
7.11-17
O
Olhar de Jesus: Um Gesto de Compaixão e Esperança!
Introdução.
Queridos irmãos na fé no Salvador Jesus.
Existe
um ditado que ensina que um gesto pode fazer grande diferença na
vida de uma pessoa. O simples gesto de carinho de ouvir o desabafo de
um amigo pode significar algo de grande valor para aquele que é
ouvido. Em certos dias, o simples gesto de um sorriso de nossos
filhos pode significar toda a alegria que nos faltava. Um olhar, um
abraço, um toque podem fazer a diferença para aquelas pessoas que
estão ao redor de nós, trazendo paz, consolo, alívio e alegria.
Um
olhar! Esse foi o gesto que mudou a vida da pobre mulher do texto
bíblico que estava caminhando com seu coração dolorido. Suas
lágrimas mostravam seu desespero. Seu único filho, aquele a quem
havia doado toda a sua vida e de quem sua vida dependia, agora estava
morto.
Que
esperança ainda restava a essa mulher? Ele era viúva e, segundo sua
lei, seu filho era a última esperança – de cuidado, de
sobrevivência, de vida.
Esta
mulher nada podia fazer para poder mudar a sua situação. Com a
morte de seu único filho, restavam a ela apenas dois caminhos: o da
mendicância ou o da prostituição. Ambos a levariam à morte.
Em
meio às suas lágrimas, a sua dor, o seu desespero, a sua falta de
esperança, surge um “olhar”. Este “olhar” era diferente de
todos os olhares presentes. Ele não a julgava, não reprimia, mas
“amava”. Quem olhava também era diferente. Conhecia a sua dor,
sabia do seu sofrimento, da sua angústia, mas ao contrário do
restante do povo, que nada podia fazer para lhe ajudar, ele oferecia
“esperança” com os seus olhos> “Vendo-a, o Senhor de
compadeceu (teve compaixão) dela” (v. 13).
A
ação de Jesus em se compadecer desta mulher vai além do que
esperava: que assim como o povo Jesus apenas sentisse pena dela e lhe
desejasse os “pêsames”. Ele, no entanto, se coloca ao lado da
sua dor, compreende o seu sofrimento e lhe oferece todo o consolo que
somente ele poderia oferecer: “e lhe disse: não chores!”
(v.13).
Jesus
fica indiferente diante do problema dela, nem mesmo fica de longe,
apenas “olhando”. Antes, os seus “olhos” apontam agora para a
sua ação: “Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que
conduziam, disse: Jovem, eu te mando, levanta-te”
(v.14).
Aqueles
olhos que penetraram no coração daquela mulher, que se colocaram ao
lado dela em seu sofrimento, que enxugaram de “seus olhos” as
lágrimas, agora estavam restaurando nela a “esperança” que
havia perdido.
A
ação de Jesus foi além do que todos os que estavam ali presentes
poderiam imaginar, até mesmo para aquela viúva. Jamais alguém do
povo, da sua religião, iria tocar em um morto. Isso significaria
tornar-se impuro, imundo.
Com
a sua ação, Jesus aponta para algo que havia sido tirado do povo
pela lei: O amor de Deus. Ao acolher a viúva de Naim e tocar
o esquife de seu filho, Jesus mostra ao povo que este amor de Deus
vai além dos limites da lei que os prendia. Este amor vinha ao
encontro daquele povo sofrido e abandonado, oferecendo a eles amparo
e abrigo e dava a eles a esperança de que, em Jesus, Deus estava
acolhendo o povo em meio ao seu pecado e abandono.
O
resultado deste amor presente em Jesus não poderia ser outro a não
ser vida – vida que ele restabelece ao filho da viúva: “Eu
te mando, levanta-te”; vida que Jesus estava oferecendo a
todos os que estavam presentes; vida que Jesus oferece a cada um de
nós diariamente.
Os
“olhos” de amor com os quais Jesus olhou para a viúva de Naim
continuam a olhar para cada um de nós. Jesus continua olhando para
nós e nos amando, se compadecendo de nós. E os seus olhos vão para
além do simples ato de olhar; eles apontam para a ação de Jesus na
cruz. E é na cruz que nosso Salvador oferece a certeza de que os
nossos olhos também estão sendo enxugados, que nós não estamos
sozinhos quando sofremos ou nos sentimos desamparados, ou sem
esperança, mas antes, que Jesus se coloca ao nosso lado na dor, no
sofrimento, no abandono, e oferece para nós o consolo e a esperança
que a viúva de Naim pôde sentir: “Não Chores”.
Estas
palavras nos buscam em nosso mais íntimo sofrimento, rompem a nossa
zona de proteção e conforto e dirigem os nossos olhos para além da
cruz, onde nossa esperança e amparo podem repousar tranquilos até o
dia da ressurreição.
Quando
olhamos para a ressurreição que Jesus oferece àquela mulher ao
ressuscitar seu filho, vemos Deus agindo em amor e favor de seu povo.
Ele vem ao encontro de seu povo na pessoa de Jesus para salvá-lo,
libertá-lo e dar-lhe a oportunidade de um recomeço. Ele já aqui
neste mundo: em primeiro lugar, na certeza de que a culpa do pecado
pode nos acusar diante de Deus, pois ele próprio o removeu de nós.
Em segundo lugar, na certeza de que Deus não olha para o nosso
sofrimento, mas antes, por meio de Jesus, ele se coloca ao nosso lado
e caminha conosco. Por fim, apontando os nossos olhos, o nosso corpo,
a nossa vida para o seu reino eterno, onde nossos olhos serão
enxugados completamente.
Conclusão.
Um gesto pode mudar a vida de uma pessoa. Um “olhar de amor”
mudou a vida daquela viúva, trazendo-lhe consolo, esperança e a
certeza da presença de Deus em sua dor. Esses olhos que amaram esta
mulher fez o povo exclamar: “Deus visitou o seu povo”.
Os olhos de Jesus continuam nos olhando com amor, nos amparando e
consolando em meio ao nosso sofrimento e dando-nos a esperança e a
certeza do amor do Pai por todos nós. Amém.
Oração
Geral
Senhor
Jesus, nós te agradecemos porque te revelaste a nós como Deus
Salvador. Obrigado porque vieste a este mundo socorrer a todos nós.
Com a tua morte pagaste a culpa de toda a humanidade. Agora estamos
salvos por tua graça, sem mérito algum de nossa parte.
Também
te louvamos por tua interferência amorosa em nossas dificuldades
temporais, como fizeste na história da viúva de Naim. Sabemos que
dependemos inteiramente de teu poder, amor, misericórdia e
providência. Agradecemos-te por tudo que já fizeste por todos nós
e continuarás fazendo em todos os dias de nossa vida.
Fica
conosco e abençoa-nos. Mantém o teu Espírito Santo na vida de
todos nós e guia-nos no caminho da salvação. Ilumina-nos e
inspira-nos para testemunharmos às pessoas em nossa volta sobre o
teu grande amor salvador.
Olha
para o nosso país. Dirige a ente e o coração dos governantes e
governados, para que sempre busquem a verdade que está em ti.
Continua
a abençoar aos que estão enfermos, enlutados e necessitados.
Dá-lhes amparo e forças para prosseguirem em teu caminho e resistam
firmes na fé no Salvador Jesus.
Abençoa
os aniversariantes deste mês. Que todos continuem também a
louvar-te e adorar-te por mais um ano que lhes concedeste.
Ilumina
os corações de todos que irão receber a Santa Ceia. Que ao comer o
pão e beber o vinho, cada um tenha a consciência de estar
recebendo, pela fé, teu corpo e sangue, para perdão dos pecados,
fortalecimento da fé, vida e salvação.
Oramos
em nome de Jesus, nosso Salvador. Amém.
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