15º Domingo após
Trindade
Filipenses
1.12-14,19-31
Ação de Marketing!
Hoje em dia
as grandes empresas investem muito dinheiro em ações de marketing. Com estas
ações, as empresas procuram divulgar seus produtos e serviços. Uma boa ação e
marketing pode alavancar o conhecimento das pessoas, do público alvo, em
relação aos produtos e, consequentemente, as vendas se tornam mais sólidas e há
crescimento nos lucros da empresa. Portanto, investir no marketing é
fundamental para que o seu produto seja conhecido.
Não quero
aqui comparar, de modo nenhum, a Igreja de Cristo à uma empresa, longe disso!
Mas se olharmos com atenção para o texto de Filipenses, vemos Paulo
demonstrando uma grande ação de marketing pelo Evangelho. O apóstolo de Cristo
estava preso, passando por dificuldades. Ele acabou preso provavelmente na
cidade de Roma. Sabemos que ele foi preso por ser um pregador do Evangelho de
Cristo.
Mesmo
preso, Paulo escreve para as pessoas de Filipos. A carta aos filipenses é
conhecida como a “carta da alegria”.
Paulo sintetiza em alguns versículos como isso é possível, pois relata como
essa prisão foi importante para o Evangelho. Parece loucura, mas o apóstolo
descreve a importância que a sua prisão teve para a pregação do Evangelho. Ele
afirma: “as coisas que aconteceram tem
contribuído para o progresso do Evangelho” (v. 12). Com isso, ele afirma
que todo o seu sofrimento e prisão são alimentos para que o Evangelho seja
divulgado no e para o mundo. E vejam que, no próprio texto de hoje, o segredo
da ação de marketing de Paulo é revelado. Diz o texto no v. 13: “minhas cadeias (algemas) se tornaram
conhecidas de toda guarda e dos demais”. Ou seja, as pessoas que estavam à
volta e mais além ainda, ficaram sabendo do porquê Paulo estava preso.
As pessoas
conheciam Paulo, sabiam que era um grande judeu, talvez um dos mais importantes
de sua época. E agora este judeu “se permite” ser preso por seguir a Jesus. Não
sabemos a reação das pessoas, mas talvez muitos pensaram: “Paulo, aquele judeu importante, está preso por causa de Jesus? Porque
tanta fidelidade assim de Paulo? Será que realmente este Jesus não é
verdadeiro?”. Assim nós olhamos para aquelas pessoas de outras religiões ou
denominações que são convictos no que pensam. No fundo nós admiramos essa
convicção, pois por causa deles conhecemos mais sobre sua fé. E também o
contrário, quando estes veem o fulano de tal, cristão luterano, que leva sua
família à igreja e que age coerentemente (por exemplo), podem perceber o que
cremos e assim estamos fazendo marketing positivo do Evangelho.
Esta é a
grande lição de hoje. Olhando para este texto, como estou sendo marqueteiro da
minha fé? Ou mais ainda, da minha congregação? Vejo coisas positivas ou apenas
vejo o lado negativo? Paulo tinha grandes motivos para falar mal de sua
situação. Poderia fazer uma grande ação de marketing negativa. Poderia ele
dizer como muitas vezes cristãos fazem: “nada
dá certo, o trabalho é ruim; minha vida é uma droga; não tenho nada; Quero ser
reconhecido; Deus me abandonou; onde
estava Deus naquele momento; etc.” Mas Paulo não fez isto. Mesmo tendo um
espinho na carne, mesmo estando preso, sofrendo por causa de Cristo, mesmo
assim escreve e vive com alegria. É claro que Paulo via problemas em suas
congregações recém-formadas. Chamava a atenção quanto a isso, mas sempre de
forma a querer construir e não desmantelar a igreja de Jesus. E Paulo sabia o
que estava fazendo. Paulo sabia a quem ele servia. Quando nós agimos assim
também estamos construindo uma igreja mais forte e também estamos fazendo o
marketing necessário do Evangelho. Divulgar a Palavra com alegria é fundamental
para que mais pessoas sintam confiança naquilo que falamos, naquilo que
ensinamos. Mas o contrário é mortal para a pregação. Quando o povo reage à
Palavra que ouve e aos Sacramentos de forma negativa, vendo problemas em tudo,
maldizendo a vida e não vivendo essa nova vida, todos os que o cem e ouvem
terão dificuldades em confiar. E mais, quando a nossa vida não faz esse
marketing positivo, quando nossa vida e forma de agir é diferente da Palavra de
Deus, estamos jogando contra o Evangelho. Paulo ensina como fazer certo. E
podemos ainda verificar com grande alegria que agir assim, fazendo um marketing
positivo do Evangelho, traz muitos e bons resultados. O v. 14 diz que “a maioria dos irmãos, estimulados no
Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro, com mais coragem,
a Palavra de Deus”. Ou seja, a ação de Paulo é usada por Deus Espírito Santo
para encorajar mais pessoas a falar de Cristo.
Por isso,
meus irmãos, sejamos marqueteiros do Evangelho, falando sempre com entusiasmo e
coragem, mesmo em meio às dificuldades, pois a promessa de Deus é que “tudo,
realmente tudo, coopera para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28). Que a
cada momento possamos saber que, assim como Paulo, o Espírito Santo vai
providenciar a libertação de qualquer situação, seja aqui ou quem sabe apenas
eternamente.
Então, mãos
ao trabalho! A Palavra de Deus deve ser levada com ações de marketing, e isso o
Espírito Santo motiva em cada um de nós, não por obrigação, mas assim como
Paulo, por puro reconhecimento da Palavra que salva. Que assim seja. Amém.