BEM-VINDO AO NOSSO BLOG!


Com muita alegria apresentamos o blog da Paróquia Evangélica Luterana Renascer em Cristo , com sede em Rio Branco, AC.


Além da sede, que fica no bairro Estação Experimental, no caminho do aeroporto, temos também um ponto de pregação aqui na capital no bairro Areal.


No interior atendemos Brasiléia, na divisa com a Bolívia, a 230 Km de Rio Branco, e Redenção e Ramal do Bigode, município de Acrelândia, a 110 Km da capital. Outro ponto de pregação fica na estrada que vai a Porto Acre, a 35 Km daqui.


Queremos compartilhar com vocês mensagens, fotos, informações e notícias de nosso trabalho, com o grande objetivo de levar Cristo para todos, especialmente em nosso estado e região, com é o lema de nossa IELB - Igreja Evangélica Luterana do Brasil.


Um grande abraço, no amor de Cristo!



Pastor Leandro.






segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ouvimos, somos conhecidos e seguimos o Bom Pastor

Leia em sua Bíblia João 10.22-30 e Salmo 23


Em nosso evangelho de hoje, quando perguntam a Jesus se ele é ou não o Messias prometido por Deus e esperado pelo povo, ele responde assim: Eu já disse, mas vocês não acreditaram. As obras que eu faço pelo poder do nome do meu Pai falam a favor de mim, mas vocês não crêem porque não são minhas ovelhas (v. 25-26).

E então ele explica quem e como são as suas ovelhas, dizendo: As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem (v. 27). Jesus diz que as suas ovelhas são as que: ouvem a sua voz; são conhecidas por ele; o seguem.

Nós lemos hoje novamente o belíssimo Salmo 23, escrito por Davi, que foi pastor de ovelhas e sabia muito bem como elas eram conduzidas, conhecidas e cuidadas pelo seu pastor, e por isso o seguiam.

Colocando-se no lugar da ovelha, Davi agora diz que o SENHOR, isto é, o próprio Deus, é o seu pastor. Ele tem toda a certeza de que este Pastor não lhe deixará faltar nada que uma ovelha precisa: descanso, pastos verdes, aguas tranquilas, proteção e direção.

Davi sabe que mesmo passando pelo vale da morte pode contar com o Pastor ao seu lado, e que a bondade e o amor do SENHOR estarão sempre com ele.

Davi sabe que este Pastor o conhece bem e por isso ouve a sua voz e o segue, dizendo que vai morar na casa do SENHOR todos os dias da sua vida.

Nós temos o mesmo Pastor que Davi tinha – o Bom Pastor Jesus. Como Davi, somos ovelhas que não sabem se virar sozinhas, ovelhas que sem o pastor se perdem e são presas fáceis para os inimigos.

Por causa de Jesus, e não de nós mesmos, podemos ser suas ovelhas, pois Ele mesmo diz que o bom pastor dá a vida pelas ovelhas, e estou pronto para morrer por elas (Jo 10.11,15). Nos versículos 27 e 28 Ele ainda diz: As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão.

Assim, meus irmãos, não há dúvida nenhuma que o único e verdadeiro Bom Pastor, o SENHOR do Salmo 23, é Jesus, o Cordeiro que se torna pastor, como lemos em Apocalipse 7.17: Pois o Cordeiro, que está no meio do trono, será o pastor dessas pessoas e as guiará para as fontes das águas da vida. E Deus enxugará todas as lágrimas dos olhos delas.

Mas, quem são as suas ovelhas? São aqueles que ouvem a sua voz, são conhecidos por ele e o seguem.

Jesus conhece cada um de nós completamente – o que pensamos, sentimos, planejamos, falamos, fazemos e o que deixamos de fazer. E, mesmo assim, sabendo que já nascemos rebeldes contra ele por causa do pecado, e que muitas vezes tentamos fugir dele, ele quer ser nosso Pastor, quer nos ter como suas ovelhas.

Ele não só conhece muito bem a gente e todas as demais ovelhas, mas ele conhece quem são as suas ovelhas: O Senhor conhece as pessoas que são dele, diz Paulo em 2 Timóteo 2.19.

Somos conhecidos por Jesus, mas somos suas ovelhas não apenas conhecendo Jesus – precisamos ouvir sua voz e segui-lo. Por isso, meus irmãos, é sempre hora de cada um avaliar sua vida e responder a si mesmo, e a Deus:

- tenho ouvido Jesus, lendo e estudando a Bíblia, ouvindo e cantando boa música cristã, ouvindo a Palavra e sua pregação nos cultos e estudos bíblicos, ouvindo meus irmãos na fé, meus pastores e familiares quando me falam em nome de Jesus?

- tenho ido além do ouvir? Tiago nos diz: Cada um esteja pronto para ouvir, mas demore para falar e ficar com raiva. Aceitem com humildade a mensagem que Deus planta no coração de vocês, a qual pode salvá-los. Não se enganem; não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas a ponham em prática (Tg 1.19,21,22).

Jesus diz que ninguém pode arrancar as suas ovelhas de sua mão, e Davi diz que o Pastor dá tudo o que as ovelhas necessitam. Mas, para não sermos arrancados das mãos do Bom Pastor e recebermos dele suas bênçãos, precisamos ouvir a sua voz e segui-lo, estar sempre perto dele.

Ovelha longe do pastor é ovelha sem bom alimento, sem água pura, sem proteção contra os inimigos e perigos, sem descanso e sem rumo certo e seguro.

       Jesus nos ama profundamente e quer que cada um de nós ouça a sua voz e o siga, mas ele não obriga ninguém a fazer isso. Por isso, eu e todos os membros da igreja devemos convidar, insistir e buscar nossas ovelhas perdidas e afastadas, mas não podemos obriga-las a fazer nada quando elas insistem em não ouvir Jesus e não segui-lo – podemos apenas orar.
  
É muito importante termos a certeza de que Jesus é o Bom Pastor que deu a vida por nós e quer nos conduzir à vida eterna, nos protegendo na jornada e nos dando tudo que necessitamos até chegarmos ao céu. Mas, se não queremos ouvir Jesus e seguir sua voz, ou se ouvimos e não damos importância ao que ele nos diz em nossa vida do dia a dia, poderemos ouvir dele no dia do juízo estas duras palavras: Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eu não sei quem são vocês! (Mt 25.12).

Como verdadeiras ovelhas do Bom Pastor Jesus nós o ouvimos, somos conhecidos por ele e o seguimos. Ele quer dizer a cada um de nós no dia final: Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo (Mt 25.34).

Nesta fé que vem pelo ouvir e se mostra no seguir a Jesus, meu avô Bertoldo, de 92 anos, e nosso irmão Chardys, de Acrelândia, de 21 anos, morreram nesta semana. Eles eram ovelhas de lugares e idades diferentes, mas estavam preparados para o banquete celestial do Salmo 23.5 porque ouviam e seguiam Jesus e eram ovelhas de sua mão, conhecidas, amadas e salvas por Ele.

Que Deus conceda a cada um de nós sermos ovelhas que aproveitam todas as oportunidades para ouvir Jesus, que o seguem diariamente e que por isso, por estar sempre com Jesus, serão recebidas nos pastos verdes e nas águas tranquilas da vida eterna. Amém.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Quem se senta no trono da sua vida?


Leia em sua Bíblia Apocalipse 5.1-14

Vocês certamente já viram, na TV ou num livro, um trono. O trono é uma cadeira especial onde se senta apenas uma pessoa – o rei ou a rainha. É um símbolo de poder, é o lugar de honra daquele que governa e deve ser honrado e obedecido pelo povo.

Na leitura de Apocalipse 5.1-14 também vemos um trono, muito especial. Ele está no céu e nele está Deus e alguém chamado de “Cordeiro”. Este Cordeiro, é claro, é Jesus, que foi sacrificado e morto na cruz para comprar e resgatar para Deus pessoas do mundo inteiro, pessoas que antes eram escravas do diabo, pessoas como nós, pecadores.

Nos versículos 11 e 13 vemos os cânticos de todas as criaturas do universo e dos seres celestiais, adorando o Cordeiro.

Assim, o Cordeiro de Deus, Jesus, morto e ressuscitado, é adorado como verdadeiro Rei, digno de todas as homenagens, merecedor de toda obediência e respeito nos céus e na terra.

E o que isso tudo, que João escreveu entre o ano 90 e 100 d.C. e que vai acontecer no juízo final, tem a ver com a gente hoje? O que tem a ver com vocês, comigo, aqui e agora, como membros da Igreja?

Tem tudo a ver! Primeiro, porque nós estamos entre aqueles que Jesus comprou para Deus com sua morte na cruz. Segundo, porque nós nos chamamos de cristãos e dizemos que cremos em Cristo – portanto, somos seus seguidores e servos e queremos estar com os salvos adorando o Cordeiro no dia do juízo final.

Então, pensando no que João nos apresenta aqui, pergunto: Quem se senta no trono da sua vida? É Jesus Cristo, o único e verdadeiro Salvador, o Cordeiro de Deus, ou é você mesmo, o seu próprio eu? 

Quem se senta no trono da sua vida? “É claro que é Jesus”, todos devem estar pensando. E realmente deveria ser. Mas, nem sempre é! Muitas vezes quem está no trono de nossa vida, isto é, quem reina, comanda e guia nosso viver, não é Jesus.

Quem se senta no trono da sua vida? Quem está no trono de nossa vida é aquilo ou quem nós adoramos e consideramos mais importante. Estudiosos do ser humano dizem que adorar é tão natural em nossa vida como comer e respirar. E, quando não adoramos o Deus verdadeiro, sempre adoramos algo em seu lugar, mesmo que seja a gente mesmo.

E como é que adoramos a Deus, como o colocamos no centro de nossa vida e no trono de nosso coração? Essas são algumas maneiras:

- Confiando nele – crendo que Ele sabe o que é melhor para nós;
- Obedecendo-lhe – fazendo o que Ele nos diz na sua Palavra, mesmo quando não entendemos. Isso agrada a Deus porque prova que realmente o amamos (ex.: Abraão e Isaque, Noé e a arca);
- Oferecendo-nos a Ele: entregando 100% de nossa vida a Deus, como lemos em Romanos 12.1. Isso inclui também nosso tempo, corpo e dinheiro. Fazer isso nos liberta de nós mesmos e nos coloca debaixo da direção, sabedoria e proteção de Deus;
- Buscando estar perto dele – a amizade íntima com Deus é uma escolha consciente e intencional que só o cristão pode fazer, com decisão e esforço, guiado pela força que vem do Espírito Santo.

Quando falhamos em confiar, obedecer, oferecer-se e estar perto de Deus, há outra coisa ou ser sentado no trono de nossa vida – muitas vezes o nosso próprio eu ou então o dinheiro.

Sim, o dinheiro, que em si é uma bênção de Deus, pode se tornar um deus para nós, quando o valorizamos mais do que Deus e seu Reino. Mais pessoas são desviadas da adoração e serviço a Deus pelo materialismo do que por qualquer outra coisa. Quando Jesus é o centro de nossa vida, o dinheiro nos serve e nós o usamos para servir a Deus. Mas, se o dinheiro se torna a coisa mais importante para nós, nos tornamos escravos dele.

Na verdade, Deus usa o dinheiro e todas as outras coisas que Ele nos dá para nos abençoar e ver se somos fiéis a Ele. Ele observa como usamos essas bênçãos – para acumular cada vez mais para nós mesmos, ou para ajudar a quem necessita e, principalmente, para ajudar seu Reino e sua Igreja na missão de alcançar cada vez mais gente com o Evangelho salvador de Jesus.

        Quem se senta no trono da sua vida? Você mesmo? Seu trabalho? Seu dinheiro? Seu descanso e diversão? Seus desejos e planos? Suas vontades e prazeres? Ou o Cordeiro de Deus, o Salvador Jesus Cristo?

Vocês já pensaram por que Deus não nos levou direto para o céu, quando nós recebemos sua graça e salvação no dia do batismo, ou quando cremos nele? Por será que Deus nos deixa viver tantos anos neste mundo tão difícil e cheio de sofrimentos?

A resposta, meus irmãos, é que Deus quer que Jesus reine no trono de nossa vida com um grande propósito, uma grande missão para cada um de nós enquanto estamos neste mundo: levar sua salvação a outros, como cristãos no nosso dia a dia e como Igreja em nossa sociedade.

Por isso, ter Cristo sentado no trono de nossa vida é muito mais do que saber algumas doutrinas na cabeça e participar de cultos na igreja; é deixar o Rei Jesus conduzir nosso viver e nosso caráter, é ter nosso relacionamento com Ele como centro da nossa vida. Esse relacionamento acontece também através de nossas relações com as outras pessoas que também crêem no Cordeiro de Deus – os irmãos na fé.

É aqui que entra a Igreja, o Corpo de Cristo. Cristo ama tanto a Igreja que morreu na cruz por ela, com diz Paulo em Efésios 5. Quando Jesus está no trono de nossa vida, amamos a Igreja, porque ela é o corpo de Cristo e Ele é sua Cabeça. Por isso, sempre que relaxamos em nossa participação na Igreja, toda a nossa vida espiritual é prejudicada e fazemos mal também aos nossos irmãos na fé.
  
Quem se senta no trono da sua vida? Será que devemos viver só para nós mesmos – eu no trono? Ou vamos viver o restante de nossa vida para adorar a Deus e seu Cordeiro, que nos salva e promete recompensas eternas aos seus filhos fiéis?

Há pessoas na Igreja que depois de muitos anos descobrem que o maior impedimento para as bênçãos de Deus em sua vida não são os outros, mas elas mesmas – sua teimosia, seu orgulho, seu egoísmo. Descobrem que nunca deixaram Deus sentar-se de verdade no trono da sua vida, mesmo parecendo “religiosas” a vida toda.

Deus não quer que isso aconteça com você. Ele quer sentar-se no trono da sua vida para conduzir você à vida eterna, pois foi para isso que o Cordeiro de Deus se sacrificou na cruz. Ele quer governar a sua vida com o seu grande amor, e através de você levar a sua salvação a muita gente.

Ele quer ter você e muitos outros junto com os anjos e todos os salvos no céu, cantando: O Cordeiro que foi morto é digno de receber poder, riqueza, sabedoria e força, honra, glória e louvor (v.11).

Quem se senta no trono da sua vida? Que seja sempre Jesus, o Cordeiro de Deus, o Salvador, hoje e cada dia da sua vida, para que você seja feliz aqui e na vida eterna! Amém.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Com sua paz, Jesus nos envia!


Leia em sua Bíblia João 20.19-31 e Apocalipse 1.4-18

O texto do evangelho de hoje, que nos relata dois encontros do Cristo ressuscitado com seus discípulos – um no domingo de Páscoa e outro no domingo seguinte, é riquíssimo em temas e ensinos de fé para nossas vidas. Podemos falar:

- do poder divino de Jesus, que estava vivo em carne e osso e entrou na sala trancada sem abrir a porta;
- da sua paz, com a qual ele saúda e tranquiliza os discípulos e a nós – uma paz diferente daquela que o mundo dá (Jo 14.27, 16.33; Cl 1.20);
- da incredulidade de Tomé e da bem-aventurança do crer sem ver;
- do porque o evangelho foi escrito, qual o objetivo de termos a vida e obra de Jesus relatadas por João e mais três evangelistas.

E podemos também falar do que Jesus disse após deseja sua paz aos discípulos, no versículo 21: Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês.

Como fez aquele dia com seus discípulos, Jesus também faz hoje com todos e cada um de nós: Com sua paz, Jesus nos envia!

Mas, para que Jesus enviou os discípulos e hoje envia a nós? Jesus nos envia: (a) para anunciarmos seu perdão, como vemos no versículo 23, e (b) para servirmos com seus sacerdotes, como lemos em Apocalipse 1.6: e fez de nós um reino de sacerdotes a fim de servirmos ao seu Deus e Pai.

Com sua paz, Jesus nos envia, para anunciarmos seu perdão. Jesus não só nos envia como também nos dá sua autoridade para perdoarmos pecados aos que confessam seus pecados e creem na misericórdia de Deus em Cristo, e não dar o perdão aos que não se arrependem e/ou não creem em Cristo.

Este envio de Jesus também é chamado de Grande Comissão e é dito por Jesus de outras formas em Mateus 28.19-20, Marcos 16.15-16, Lucas 24.45-49 e Atos 1.8.

Os discípulos, especialmente depois de receberem o Espírito Santo prometido por Jesus, no Pentecostes – 50 dias depois da Páscoa – cumpriram esta missão recebida de Jesus mesmo quando ameaçado, perseguidos e presos, como lemos em Atos 5.11-32. Pedro corajosamente diz aos líderes religiosos que os prenderam: Nós somos testemunhas de tudo isso – nós e o Espírito Santo, que Deus dá aos que lhe obedecem.

Com este mesmo Espírito que Pedro e os discípulos tinham, hoje, com sua paz, Jesus nos envia para anunciarmos seu perdão. Este Espírito Santo, que recebemos no batismo e que continua vindo a nós na Palavra e Santa Ceia, nos dá coragem para usarmos as chaves que abrem as Escrituras – Lei e Evangelho – e a chave que abre o céu para as pessoas – o perdão conquistado por Jesus com seu sangue na cruz.

Se nos falta coragem, iniciativa, ânimo e ação para anunciarmos o perdão de Cristo para as pessoas que Deus põe em nosso caminho, não é porque o Espírito em nós é menor ou mais fraco que o que os discípulos tinham.

Certamente é porque, como Tomé, muitas vezes duvidamos da Palavra e do poder de Deus, ou porque não alimentamos a fé como deveríamos – a média de participação dos membros em muitas igrejas é baixa - e consequentemente também não nos aprofundamos na Palavra de Deus que precisamos conhecer bem para levar sua mensagem aos outros.

No entanto, Jesus não desiste de nós e não muda de ideia: com sua paz, Jesus nos envia, também para servirmos como seus sacerdotes. João, no texto de Apocalipse que lemos hoje, diz que Jesus nos ama, e pela sua morte na cruz nos livrou dos nossos pecados, e fez de nós um reino de sacerdotes a fim de servirmos ao seu Deus e Pai. A Jesus Cristo sejam dados a glória e o poder para todo o sempre! Amém. (Ap 1.5c-6).

João aqui repete o que Pedro nos diz em sua primeira carta: Mas vocês são a raça escolhida, os sacerdotes do Rei, a nação completamente dedicada a Deus, o povo que pertence a ele. Vocês foram escolhidos para anunciar os atos poderosos de Deus, que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9).

Os sacerdotes eram aqueles que serviam a Deus levando ao Senhor os sacrifícios, ofertas e orações do povo. Jesus foi tanto o sacerdote perfeito como o sacrifício perfeito para Deus em nosso favor, de uma vez por todas (Hb 4.14-5.10).

Jesus agora nos envia para servirmos como seus sacerdotes, em espírito de humildade como ele mesmo tinha (Fp 2.5-11) e como diz o rei Davi no Salmo 51.17: Ó Deus, o meu sacrifício é um espírito humilde; tu não rejeitarás um coração humilde e arrependido.

Como Jesus, somos sacerdotes e também apresentamos sacrifícios de adoração a Deus, como Paulo nos diz em Romanos 12.1: Portanto, meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus.

Como enviados de Jesus como seus sacerdotes, nossa principal missão é anunciar seu perdão e maravilhosa salvação a todos. Por isso, como diz um estudioso bíblico (Rodolfo Blank, CPH, 1999, p.573), vamos também:

- Dar honra e glória ao que envia (Jo 5.23, 7.18).
- Fazer a vontade e as obras do que envia (Jo 4.34, 5.30-38, 6.38-39, 9.4).
- Proclamar as palavras do que envia (Jo 3.34, 7.16, 12.49, 14.10,24).
- Prestar contas ao que envia (Jo 17).
- Dar testemunho em favor do que envia (Jo 5.36, 7.28-8.26).
- Agir como representante do que envia (Jo 12.44-45, 13.20, 15.18-25).
- Exercer a autoridade delegada pelo que envia (Jo 5.21-22,27, 13.3, 17.2, 20.23).
- Conhecer o que envia, ter comunhão com ele (Jo 7.29, 8.16, 15.21, 17.8,25, 16.31, 18.29).
- Seguir o exemplo do que envia (Jo 13.16).

Tudo isso nós só podemos fazer tendo em nós o Espírito Santo, e mesmo assim ainda seremos imperfeitos porque ainda somos pecadores. Mas, como Jesus não rejeitou os discípulos depois de o terem abandonado e negado, nem a Tomé por ele não ter crido na ressurreição, porém assim mesmo os abençoou e enviou com sua paz, autoridade, poder e seu Espírito, ele insiste em nos enviar hoje para que, anunciando seu perdão e servindo como seus sacerdotes, as pessoas creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele, com diz João no final de nosso texto.

Jesus envia vocês e eu, meus irmãos. Fortalecidos pela Palavra e Santa Ceia, deixemos de lado o medo, o desânimo, as desculpas e o comodismo. Temos à nossa disposição a paz, o amor, o perdão e o poder de Cristo, com seu Espirito Santo. Ele, com sua paz, nos envia.

Que possamos sempre responder ao seu envio com as palavras do profeta Isaías: Aqui estou eu. Envia-me a mim! (Is 6.8). Amém.


terça-feira, 2 de abril de 2013

CRISTO RESSUSCITOU - ELE VIVE!


Leia em sua Bíblia Lucas 24.1-12


Calcula-se que foi numa tarde de uma sexta-feira, dia 07 de abril do ano 30 d.C., que o mundo foi cenário para uma acontecimento inédito. Nunca se viu algo parecido na história da humanidade. No alto de um morro, perto de Jerusalém, está pendurado, morto, o Rei do universo, de braços abertos, com mãos e pés perfurados por pregos, com o corpo desfigurado e ensanguentado.

Porém, um novo dia surgiu na história! No primeiro dia da semana, Domingo de Páscoa, aconteceu um fenômeno que deixou os próprios discípulos assombrados. As mulheres que foram à sepultura de Jesus a encontraram aberta e vazia. E essa tumba vazia tinha uma mensagem de fé, vida e esperança para nós e para o mundo inteiro: Cristo ressuscitou – Ele vive!

Jesus, crucificado e morto por causa de nossos pecados, ressuscitou ao terceiro dia, trazendo ao mundo a mensagem de reconciliação, a única que conduz o ser humano de volta à comunhão com o Deus verdadeiro.

Nós, que temos o privilégio de pregar esta mensagem poderosa a tantas pessoas, com os corações cheios de alegria e ânimo, queremos hoje concentrar nossa atenção na história da ressurreição de Jesus, conforme o texto de Lucas 24.1-12.

Na madrugada da primeira Páscoa cristã, antes do Sol nascer, três das mais dedicadas seguidoras de Jesus foram à sua sepultura: Maria Madalena, Joana e Maria mãe de Tiago. Iam embalsamar o corpo do mestre. Na sexta-feira puderam fazer apenas um embalsamento rápido, pois com o por do Sol começava o sábado judaico, em que era proibido qualquer tipo de trabalho.

Então, terminando o sábado, as mulheres queriam terminar o embalsamento. Conseguiram os perfumes caros especialmente para o corpo de Jesus, o que mostra que elas não criam na possibilidade de uma ressurreição.

Mas, elas estavam enganadas, pois ao chegar ao túmulo viram, com espanto, que a pedra que fechava a tumba estava removida. Entraram e não encontraram o corpo de Jesus. Ficaram perplexas, não sabiam o que fazer. Então, apareceram diante delas dois homens com roupas muito brilhantes. Com medo, se inclinaram até o chão. Os homens, que na verdade eram anjos, lhes disseram: Por que é que vocês estão procurando entre os mortos quem está vivo? Ele não está aqui, mas foi ressuscitado.

Com estas palavras dos mensageiros de Deus, aquelas que vieram trazendo perfumes para um mestre morto, recobraram o ânimo, pois souberam que Jesus voltara da morte, estava bem vivo.

Os anjos então lembraram as mulheres que isto estava de acordo com o que Jesus havia predito enquanto estava na Galileia: O Filho do Homem precisa ser entregue aos pecadores, precisa ser crucificado e precisa ressuscitar no terceiro dia.

As mulheres voltaram correndo para dar a maravilhosa notícia aos discípulos. Estes pensaram que o que elas diziam era loucura, mas Pedro assim mesmo correu ao sepulcro para conferir. Verificou tudo e viu apenas os lençóis. Admirado e surpreso, voltou para casa. Jesus não estava mais lá, ele estava vivo, bem vivo.

O que acabamos de ouvir, meus irmãos, é a verdade fundamental de nossa fé cristã. Não se trata de qualquer morto que ressurgiu, mas de Jesus que venceu e voltou da morte. Na manhã de Páscoa ele ressuscitou, vencendo nossos piores inimigos: o diabo, o pecado e a morte. Por isso, mesmo que passemos pela morte física, temos certeza de nossa ressurreição no dia do juízo final.

E mais: enquanto estamos no mundo, Cristo também quer vencer as trevas do pecado em nós para que diariamente morramos para o velho eu em nós e ressuscitemos com ele para uma nova vida com ele, em amor a Deus e ao próximo.

A alma cristã, que conhece e crê na mensagem da ressurreição, não teme a morte eterna. Jesus garantiu nossa vitória com sua ressurreição, de modo que, com relação aos mortos, não ficamos entristecidos como ficam aqueles que não têm esperança, como diz Paulo (1Ts 4.13).

A ressurreição de Cristo é, sem dúvida, também o mais poderoso incentivo para nossa fé e para nosso trabalho no Reino de Deus. Movidos por seu amor e em resposta ao que Cristo fez por nós, Ele espera agora que nós, entre outras coisas:

- Adoremos a Deus como seus filhos amados, aqui na igreja, em comunhão com nossos irmãos e em nossa vida particular, familiar e em sociedade;
- Levemos o amor e salvação de Jesus a outros através de nossas palavras e ações, nossa vida de fé;
- Dediquemos decididamente nosso tempo, dons, bens e dinheiro nas múltiplas oportunidades que temos na igreja e na sociedade para servir a Cristo no serviço ao próximo;
- Busquemos qual é o nosso lugar, dom e serviço dentro do corpo de Cristo, a Igreja, e nos dediquemos a ser membros ativos deste corpo;
- Oremos fervorosamente uns pelos outros e sejamos unidos em nosso servir a Deus, como corpo de Cristo que somos.

Meus irmãos, Cristo ressuscitou, Jesus está vivo, bem vivo. Mas, será que crer ou não crer na ressurreição de Cristo e em nossa própria ressurreição faz alguma diferença na vida de alguém? É claro que sim! Aquele que não crê, além de não ser salvo (Mc 16.16), vive com esta filosofia de vida: Comamos e bebamos porque amanhã morreremos (1Co 15.32). Mas aquele que crê verdadeiramente, além de ser salvo eternamente (Rm 10.9), confessa com o apóstolo Paulo: Para mim viver é Cristo, e morrer é lucro (Fp 1.21).

Como cristãos sabemos que um dia, cedo ou tarde, morreremos. Mas vivemos nosso dia a dia com esta certeza: não caminhamos da vida para a morte, mas da morte para a vida.

Irmãos e irmãs: de onde veio a súbita transformação das mulheres e dos discípulos depois da manhã de Páscoa, de medrosos a valentes cristãos? De onde veio a coragem alegre de milhares de cristãos que, mesmo enfrentando a morte por causa de sua fé, ficaram firmes nela? O que ainda hoje dá coragem a milhões de cristãos que são perseguidos e até mortos por causa do Evangelho?

A resposta é apenas uma: de sua fé nas palavras de Jesus: Porque eu vivo, vocês também viverão (Jo 14.19). Estas palavras do Cristo vivo têm, para os cristãos, uma palavra de vida para vida. Para os que não creem, são uma palavra de morte para morte.

E para vocês, queridos irmãos, o que significam estas palavras – Cristo ressuscitou – Ele vive? Palavras de vida ou de morte?

Com a vitória de Cristo sobre a morte nossa vida recebe verdadeiramente um novo conteúdo e uma nova direção, e podemos estar consolados e dizer com toda a certeza: Cristo ressuscitou – Ele vive e nós também viveremos! Assim seja. Aleluia! Amém.



segunda-feira, 25 de março de 2013

JESUS ESVAZIOU-SE PARA NÓS NÃO SERMOS VAZIOS


Leia em sua Bíblia Filipenses 2.5-11


Se alguém quiser ter uma imagem e descrição clara de quem realmente é o Jesus bíblico, o texto de Fp 2.6-11 é um dos mais simples e diretos para nos dizer isto. E o ponto chave é o versículo 8, que nos mostra que o Cristo da Bíblia, o Filho de Deus, é aquele que antes de ser exaltado (v.9-11) passou pela cruz.

Para o apóstolo Paulo, o grande missionário que levou o Evangelho de Cristo a vários povos não judeus de sua época, o centro do Evangelho é a cruz de Cristo, como ele nos diz em 1 Coríntios 1.23 e 2.2: Mas nós anunciamos o Cristo crucificado – uma mensagem que para os judeus é ofensa e para os não judeus é loucura. Porque, quando estive com vocês, resolvi esquecer tudo, a não ser Jesus Cristo e principalmente a sua morte na cruz.

O Cristo crucificado é o centro da fé cristã e do Evangelho e Paulo afirma que não se envergonha do evangelho, pois ele é o poder de Deus para salvar todos os que creem (Rm 1.16).

Paulo então nos diz que o mais importante é que vocês vivam de acordo com o evangelho de Cristo (Fp 1.27a) e que tenhamos o mesmo modo de pensar que Jesus Cristo tinha (Fp 2.5), seguindo então com o texto que ouvimos hoje.

Paulo mostra aqui e em todos os seus escritos que Jesus esvaziou-se para nós não sermos vazios.

Jesus realmente esvaziou-se: não só deixou a glória, o conforto e o poder divino que tinha junto ao Pai, como, além de viver como um de nós neste mundo áspero, desconfortável e hostil, serviu o ser humano pecador com sua vida e sua morte e recebeu sobre si cada acusação de satanás que pesava contra nós, tornando-se pecado em nosso lugar (2Co 5.21).

Jesus esvaziou-se para nós não sermos vazios. Na verdade, não nascemos e não somos vazios ou neutros. Nascemos já contaminados pelo pecado e tudo o que somos e fazemos está manchado pelo pecado – pelo egoísmo, orgulho, vaidade, cobiça, inveja e desejo de vanglória – o desejo de ser e ter mais do que os outros.

Somos cheios de tudo isso e, assim, completamente vazios e inúteis diante de Deus, como um poço sem água ou uma árvore sem frutos. Com Cristo e sua cruz Deus agiu e ainda age para não sermos vazios, mas sim preenchidos pelo Cristo da cruz, que se esvaziou para encher-nos com sua plena e completa salvação.

Este Cristo crucificado e esvaziado por nós é o Jesus verdadeiro, o único Jesus que a Bíblia que conhece e o único que nos salva. Mas, infelizmente, não é assim para todos.

O ser humano está tão acostumado a receber de Deus tudo e muitas vezes mais do que precisa para viver que acha que tudo isso é natural e até merecido por ele de Deus. Assim muitos também, ao olhar para a cruz de Jesus, acham que merecem mais do que a cruz oferece, algo além do “normal” ou “comum” – e aí entra a crença no Jesus não da cruz, mas da glória, aquele que faz milagres no corpo, na saúde e no bolso e conta bancária, o Jesus que o povo queria coroar rei (Jo 6.15) para ter pão e saúde de graça, o Jesus que em sua entrada em Jerusalém muita gente achou que seria um rei político e milagroso de Israel.

Se pensamos assim, de jeito nenhum estaremos pensando como Jesus pensava ou vivendo de acordo com o seu Evangelho, mas nos consideramos mais dignos ou superiores aos demais, como os fariseus no tempo de Jesus.

Jesus esvaziou-se para nós não sermos vazios. Ele esvaziou-se de tudo o que era seu e encheu-se do que nós merecíamos – castigo e condenação, para nós não sermos vazios, mas cheios do seu perdão, vida nova e salvação. Sem Cristo somos vazios, mas com ele somos cheios e plenos da verdadeira felicidade, não porque merecemos, mas porque o Senhor Deus é bom e porque o seu amor dura para sempre, como diz o salmista (Sl 118.29).

Jesus esvaziou-se para nós não sermos vazios. Às vezes nos esquecemos disso e, então, Deus corrige e repreende a nossa soberba e orgulho dando-nos sinais da nossa pequenez por meio de doenças, sofrimentos e amarguras. Mas, mesmo em meio a isto, Deus é tão misericordioso que nos mantém em relativo conforto e bem estar, e podemos ter amigos, bens e saúde, podemos até planejar e realizar planos e sonhos.

Podemos também, pensando como Cristo, fazer o bem ao próximo, buscar os perdidos, maltratados e abandonados, como ele fez durante sua vida e fez também ao buscar cada um de nós. Podemos, como Jesus, sair do nosso conforto e servir aos outros carregando nossas cruzes, sendo instrumentos de Deus com tudo o que dele recebemos.

Jesus esvaziou-se para nós não sermos vazios. Podemos ser vazios de tudo o que nos atrapalha diante de Deus porque Jesus esvaziou-se por nós, e então ser cheios de tudo o que Ele nos dá – amor, compaixão, perdão, humildade, paciência, simplicidade.

Somos chamados por Jesus a ter o mesmo sentimento que Ele tem em relação a nós e a todas as pessoas do mundo, e viver e agir como Ele agiu e viveu: sem luxo, mas repartindo com quem tem menos; sem rancor, mas perdoando quem nos ofende; sem orgulho, sabendo que não somos melhores do que ninguém, mas igualmente mendigos que dependem da maravilhosa graça do Pai.

Podemos viver assim não porque temos alguma qualidade ou poder para isso, mas porque Jesus esvaziou-se para nós não sermos vazios. Podemos viver assim porque Deus está sempre agindo em vocês para que obedeçam à vontade dele, tanto no pensamento como nas ações, diz Paulo (Fp 2.13), e porque o próprio Cristo vive em nós (Gl 2.20), nos enchendo com seu Espírito de amor.

Jesus esvaziou-se para nós não sermos vazios. Esta é a grande mensagem de salvação que começa especialmente no domingo da Paixão ou de Ramos, e culmina com a morte de Cristo na cruz, na sexta-feira, e a sua gloriosa ressurreição no domingo de Páscoa.

Este é o Evangelho que não nos deixa vazios, mas nos faz transbordar de verdadeira alegria e dizer com o salmista: Este é o dia da vitória de Deus, o SENHOR; que seja para nós um dia de felicidade e alegria! Tu és o meu Deus – eu te louvarei; tu és o meu Deus – eu anunciarei a tua grandeza (Sl 118.24,28).

Jesus esvaziou-se para nós não sermos vazios. Amém.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Firmados em Jesus, avançamos para o alvo!


Leia em sua Bíblia Filipenses 3.8-14

Muito se fala hoje em dia sobre melhorar, progredir, avançar. Mesmo a eleição do novo papa da Igreja Católica é considerada por muitos como um progresso, um avanço em relação ao que foi a igreja romana foi até aqui.

Nós também, na vida pessoal, familiar, acadêmica ou profissional, buscamos progredir e avançar: estudamos mais, trabalhamos para dar mais conforto e bem-estar à família, procuramos melhorar como empregados ou, se temos um negócio próprio, tentamos sempre melhorá-lo.

Na vida espiritual não pode ser diferente. Como cristãos, de modo algum podemos nos acomodar em nossa fé e vida cristã. E, olhando para o que Paulo nos diz na epístola de hoje, vemos que, firmados em Jesus, avançamos para o alvo.

Firmados em Jesus, avançamos para o alvo! Nosso alvo é diferente dos alvos do mundo. Paulo diz que o alvo ou prêmio que nos aguarda é a nova vida para a qual Deus me chamou por meio de Jesus Cristo (v. 14b).

Então, firmados em Jesus, avançamos para o alvo! Para isso precisamos esquecer o que ficou para trás e não colocar nossa confiança em realizações do passado ou em nosso merecimento. Paulo chega a dizer que tudo isso é lixo, uma perda se comparado a Cristo. O profeta Isaías já tinha dito algo assim em Isaías 64.6: Todos nós nos tornamos impuros, todas as nossas boas ações são como trapos sujos.

Não confiamos em nossas obras e nem achamos que já somos perfeitos, como lemos no versículo 12. No versículo 13, Paulo afirma: É claro, irmãos, que eu não penso que já consegui isso. Porém uma coisa eu faço: esqueço aquilo que fica para trás e avanço para o que está na minha frente.

Como diz um estudioso bíblico (L. Weingärtner, 1992, p.85), “este esquecer-se das coisas que ficaram para trás é coisa importante na vida de qualquer seguidor de Jesus. Há cristãos que se sentem tentados continuamente a se orientarem no próprio passado: em sua conversão, seu testemunho, sua folha corrida. Mas nosso passado não serve como baliza em que nos pudéssemos orientar. O próprio Jesus diz ao homem que quis seguir-lhe depois de se ter despedido de seus familiares: ‘Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás, é apto para o reino de Deus’. A baliza orientadora só pode ser a salvação eterna em Cristo Jesus, a ressurreição, a vida em irrestrita comunhão com o Senhor.”

Por isso também não podemos julgar-nos melhores que outros cristãos, julgar pela aparência ou considerar como cristãos apenas aqueles que apresentam certos “sinais” de “santidade”.

Firmados em Jesus, avançamos para o alvo! Esquecendo o passado e confiando apenas na graça e amor do Pai, vivemos unidos com Cristo. Recebemos a fé e fomos unidos a Jesus em nosso batismo, e continuamos unidos a Ele pela mesma fé que agora é alimentada e fortalecida pela Palavra e Santa Ceia. Queremos cada vez mais conhecer completamente Cristo Jesus e sentir {em mim} o poder da sua ressurreição, como diz Paulo.

Este conhecer Jesus é muito mais do que saber sobre Jesus intelectualmente. É tê-lo como meu Senhor, aquele que vive em mim (Gl 2.20) e que guia todo meu viver com seu Espirito (Gl 5.22-26; Rm 8.5-11), no qual morro e ressuscito cada dia (Rm 6.2-13).

Firmados em Jesus, avançamos para o alvo! Avançamos motivados pelo próprio Jesus, que já venceu as barreiras do pecado, do diabo e da morte por nós e nos aguarda com a coroa da vida eterna (Ap 2.10).

Este Jesus, que é a pedra principal, como lemos no evangelho de hoje, nos acompanha em nossa corrida para o alvo. Nesta jornada Ele nos motiva e ajuda a amar como Ele nos ama, a nos aprofundar em sua Palavra e amor e na união com Ele, e nos convida a participar de sua Ceia humildemente, despidos de qualquer autojustiça ou orgulho, sabendo que toda nossa força e suficiência vêm apenas dele (2Co 3.5; Fp 2.13).

Firmados em Jesus, avançamos para o alvo e podemos cantar e dizer junto com o poeta cristão, no hino 276 do Hinário Luterano (estrofe 3):

Nada trago, ó meu Jesus;
só recorro à tua cruz.
Nu, me venho em ti vestir,
só a graça te pedir.
Corro, imundo, ao manancial;
lava, oh! livra-me do mal!

Firmados em Jesus, avançamos para o alvo! Lá Jesus nos espera de braços abertos com o prêmio da vida eterna. Amém.

segunda-feira, 11 de março de 2013

QUE BOM SERMOS AMADOS PELO PAI!

Leia em sua Bíblia Lucas 15.1-3,11-32

O que levou Jesus a contar, em Lucas 15, três histórias ou parábolas: a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho perdido? O motivo vemos no versículo 2: Os fariseus e os mestres da Lei criticavam Jesus, dizendo: "Este homem se mistura com gente de má fama e toma refeições com eles".

Geralmente convidamos a comer com a gente pessoas com as quais temos algum relacionamento, ou com quem queremos ter uma relação mais amigável. Na época e cultura de Jesus, isso era muito mais forte – comer com alguém era sinal de comunhão e aceitação.

Os fariseus e mestres da Lei achavam um absurdo Jesus não apenas se misturar com pessoas consideradas a ralé da sociedade, como cobradores de impostos, prostitutas, deficientes, mulheres e doentes, mas ainda sentar-se e comer junto com essa gente.

Jesus então conta as três parábolas, mostrando nas duas primeiras que há mais alegria no céu por uma dessas pessoas que se arrepende de seus pecados do que por várias que acham não precisar de arrependimento, como era o caso dos fariseus e escribas.

Nas duas primeiras temos uma ovelha que se perde do rebanho e seu pastor a busca e encontra, e uma mulher que perde uma moeda e a procura até encontrar. A terceira é um pouco diferente: são dois filhos que se afastam de seu pai, e este não os busca, mas os espera e acolhe de braços abertos quando voltam a ele.

Mas, não é apenas um dos filhos que vai embora, rejeitando o amor e companhia do pai e desperdiçando tudo o que recebeu de maneira irresponsável e inútil? Para responder a esta pergunta, vamos ver as características e atitudes dos três personagens principais: os dois filhos e o pai.

O filho mais novo:
-->  Pede sua parte na herança e vai embora, abandonando a família e mostrando pouco apreço ao pai, já que a herança normalmente é recebida depois da morte do pai;
--> Perde e desperdiça tudo o que recebeu, sendo irresponsável e egoísta. Então, passa necessidade e é humilhado, pois o cuidar de porcos é algo impensável no povo de Jesus;
--> No fundo do poço, cai em si, acorda para sua situação desesperadora e pecaminosa, e reconhece seu pecado;
 --> Volta humilde e pede perdão ao pai, sabendo que é indigno de seu amor.

O filho mais velho:
 --> Fica zangado com a atitude do pai em relação a seu irmão e não quer entrar na festa;
 --> Despreza o irmão e sente-se injustiçado, acusando o pai de não lhe tratar bem;
 --> Acha que o pai lhe deve por obedecê-lo por tantos anos, e não percebe que sempre teve o amor do pai inteiramente, e que o pai ama do mesmo modo o irmão mais novo.

O pai:
 --> Reparte a herança entre os filhos, mesmo não sendo esse o costume, e não prende nem repreende o filho mais novo;
 --> Vê o filho de longe, porque já o esperava, e corre para ele – sinal de grande amor;
 --> Abraça e beija o filho sujo e malcheiroso, não o despreza nem o repreende, mas o recebe e perdoa imediatamente;
 --> Cuida do filho e festeja imensamente a sua volta, pois era um filho morto e perdido;
 --> Mostra ao filho mais velho o que é mais importante para ele – a vida de seus filhos, e não as coisas materiais.

Assim, vemos, por suas atitudes e reações, que o filho mais velho também estava perdido, mesmo convivendo com o pai diariamente. O coração dele estava preocupado com o que seu irmão desperdiçou e com o que ele próprio deixou de ganhar do pai. Tinha raiva do irmão e ingratidão e indiferença como o pai. Não se sentiu feliz com a volta do irmão com vida para a família.
 
O pai ama os dois filhos igualmente. Tanto que também não repreende o mais velho, que estava lhe fazendo uma desfeita ao não entrar na festa, mas mostra que tudo o que tem é dele também e insiste em convidá-lo a festejar a restauração da vida do irmão.

Este pai amoroso, é claro, é nosso Deus. E o filho mais novo somos eu e vocês. E o filho mais velho? Somos eu e você também!

Ou não é verdade que nos afastamos de Deus, de seu amor e cuidado por nós, e buscamos muitas vezes o que está “longe”, lá fora – nossos desejos, os prazeres e ofertas do mundo, ouvindo nosso “eu” pecador em vez da voz amorosa de Deus em Cristo?

Ou então, quantas vezes pensamos que somos justos e por isso merecemos aplausos e recompensas de Deus, pois afinal estamos sempre na igreja, ofertamos, oramos, ajudamos o próximo, etc. E ainda pensamos que alguns são pecadores demais para estarem com a gente na mesma igreja, é melhor não ter muito contato com eles...

Somos assim mesmo: parecidos com o filho mais novo ou com o mais velho, muitas vezes com os dois. Ficamos sujos e malcheirosos com nossos pecados de luxúria ou de orgulho, e não merecemos ser chamados filhos do Pai.

Mas aí Jesus vem, se mistura com a gente e nos convida a comer com ele, nos mostrando que o seu Pai é puro amor, amor que recebe sempre de volta o pecador arrependido, como aquele pai queria receber os dois filhos na sua festa pela vida.

Jesus mostra que cada um de nós, cada ovelha, cada moeda, cada filho é amado igualmente e que, como diz Davi no Salmo 32, feliz aquele cujas maldades Deus perdoa e cujos pecados ele apaga!, porque, diz Paulo, Deus colocou sobre Cristo a culpa dos nossos pecados para que nós, em união com ele, vivamos de acordo com a vontade de Deus (2Co 5.21).

       Nosso Pai amoroso perdoa e apaga nossos pecados e de cada pecador que volta a ele reconhecendo que pecou. É sempre para Ele, para seu amor em Cristo e para sua graça que devemos olhar e buscar perdão. Se olhamos para o mal que cometemos ou para o bem que fizemos, ou nos comparamos com os outros, não teremos paz de coração e muito menos perdão.

O filho mais novo estava perdido e foi achado, estava morto e viveu de novo. Este filho sou eu, é você, pois como aquele filho ganhou do pai um recomeço com uma grande festa, nós a cada dia temos a chance de recomeçar, porque, como diz Paulo, quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo (2Co 5.17).

Que bom termos um Pai tão amoroso! Que bom podermos mostrar o amor deste Pai a outros filhos que ainda estão perdidos e mortos por causa do pecado!

Que bom nos sentirmos amados, acolhidos, perdoados e salvos assim, achados e vivos por Deus no amor de Cristo! Amém.